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Empreendedor: essa matéria é para você! 

Notícia | 03/11/2022

Laura Pereira

Segundo dados do relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2022, apresentado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), quase metade dos brasileiros quer começar a empreender e cada vez mais mulheres têm entrado para essa métrica. Ou seja, estagiários, aprendizes e efetivos vislumbram possibilidades de fazer uma renda extra por meio das próprias habilidades ou mesmo anseiam por sair de suas ocupações e fundarem uma corporação. Nesse sentido, entenda mais sobre o assunto agora! 

O número de empreendedores cresce gradativamente no Brasil. Por isso, esteja atento! 

Ainda conforme os dados, o Brasil possui 43 milhões de executivos, dos quais 14 milhões já têm negócio próprio estabelecido há, pelo menos, três anos e meio. Com isso, a relação entre os empresários “maduros” e a população economicamente ativa, cresceu de 8,7%, em 2020, para 9,9% em 2021. Ou seja, os números se mostram favoráveis para quem quer dar o primeiro passo. 

infográfico O mercado está favorável para quem quer abrir um negócio

 

Para corroborar, de acordo com a Receita Federal, no primeiro semestre de 2022 foram criadas mais de 2 milhões de novas companhias, das quais 78,48% são microempreendedores individuais (MEIs). Já o boletim “Mapa de Empresas”, do 2º quadrimestre de 2022, aponta o quanto os MEIs são responsáveis por 58,8% das lojas ativas no País, representando 76,1% daquelas abertas no mesmo período. 

Ao todo, o Brasil tem mais de 11 milhões de MEIs ativos, contra aproximadamente 20 milhões de empresas totais. Tais dados apontam para uma relevante mudança no perfil do trabalhador: se no século XIX era o operário nas fábricas, no século XXI é alguém em  busca de autonomia, com tendência ao gerenciamento do próprio desempenho. 

Consoante a Uranio Bonoldi, especialista em carreira e tomada de decisão e autor do livro “Decisões de alto impacto - como decidir com mais consciência e segurança na carreira e nos negócios”, o mercado viu crescer a diversificação de cargos desde a Revolução Industrial. “Conforme novos serviços foram criados, surgiram também ocupações e especialidades inéditas, indo além do tradicional trabalho de operação de máquinas”, afirma. 

Em um cenário ainda mais recente, é possível notar como as transformações continuam, principalmente após a chegada da pandemia. “Antes a possibilidade de empreender estava resumida a uma classe mais abastada, mas hoje pessoas de classes médias e baixas também se sentem estimuladas e isso traz mudanças profundas no mercado. Aquela pessoa, antes subordinada a um empregador, passa a ser gestora de si mesma”, ressalta o especialista. 

É claro, essa mudança traz novos paradigmas para esse grupo, o qual passa a enxergar as dificuldades de manter um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), encarando aspectos como gestão financeira, legislação, recursos humanos, entre outros.  “Esse empreendedor começa a exercitar qualidades sem as quais não sobreviverá, tais como disciplina, resiliência, saber persistir e entender a necessidade de se adaptar a novas exigências e realidades”, aponta Bonoldi.

Por outro lado, essa iniciativa gera oportunidades valiosas para a economia como um todo. “Estabelecem-se relações de trabalho mais fluidas, menos estáticas, como no caso do trabalhador contratado como pessoa jurídica (PJ). Dessa forma, é possível ir além dos padrões estabelecidos pela CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), com horário de expediente, salário e benefícios negociados entre o contratante e o contratado”, analisa o expert em carreira. 

Assim, compreender essas alterações laborais é fundamental. “A corporação com vontade  de contratar um bom profissional, hoje, precisa levar em conta o quanto é valioso oferecer ambientes propícios para a independência dos mesmos. Isso propiciará, de forma voluntária, um melhor desempenho por parte deles”, finaliza Bonoldi.

Para quem quer iniciar o próprio negócio, esteja atento ao registro de marca e patente! 

Nesse sentido, ao entender as possibilidades dessa trajetória empresarial, é vital compreender a importância dessa declaração. Mesmo com o acesso fácil à Internet e demais referências voltadas a esse objetivo, vários empresários negligenciam essa circunstância e saem penalizados a longo prazo. Isso porque muita gente acredita nesse procedimento como apenas um dos mais diversos processos burocráticos brasileiros. 

Segundo Mariana Polido, advogada e especialista em Direito Civil, atuante pela Duarte Moral, ainda não há uma percepção clara das consequências e prejuízos dessa ausência. “É fundamental entender: o registro protege os interesses de corporações e produtos em relação à exploração de terceiros”, pontua. 

No entanto, essa compreensão é bem mais profunda, pois interage com a visualização externa. “A marca é a forma pela qual determinado negócio é identificado pelos consumidores. Neste aspecto, é crucial ter em mente, tanto o consumidor intermediário quanto o final buscam uma boa experiência de compra e irão atrelar todos os aspectos positivos e negativos. Portanto, esse documento garante a sua identidade no ramo de atuação, ganhando visibilidade frente à concorrência”, relata.

Para Mariana, é imprescindível entender o porquê de ter esse relatório em mãos. “O não registro pode gerar prejuízos ainda maiores, como o uso por outrem ou, até mesmo, a necessidade de criação de um novo negócio, caso alguém a cadastre antes. Efetivamente, os custos devem ser consultados diretamente com o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), pois sofrem variação e dependem de cada situação. Porém, há descontos para microempresas e empresas de pequeno porte”, revela.

É preciso destacar: são duas categorias completamente diferentes. “A marca é um conjunto de significados, remetendo a uma organização, identifica e distingue as mercadorias de outros idênticos ou similares como, por exemplo, o nome, um desenho, uma imagem e outras simbologias visuais. Já a patente é um direito concedido a um inventor pela sua criação. O item precisa ser novo, não óbvio para alguém do segmento, além de ter alguma aplicação industrial”, pontua a especialista em Direito Civil.

Com isso em mente e percebendo a necessidade crescente, entre os anos de 2019 e 2021, os pedidos aumentaram 48%, com mais de 360 mil empresas depositadas, conforme dados do Valor Econômico. Embora não seja obrigatório, o auxílio de um advogado durante todo o processo de registro pode ser algo de grande valor. 

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