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Implemente a ESG na sua empresa! 

Notícia | 31/10/2022

Ana Clara Lima

Você com certeza já ouviu falar sobre ESG. No entanto, conhece a sua definição completa? Embora inicialmente venha algo a memória relacionado ao meio ambiente, essa famosa sigla derivada da língua inglesa carrega consigo um significado ainda maior: Environmental, Social, and Corporate Governance. A popularização do termo se deu em 2004, quando a Organização Nacional das Nações Unidas (ONU), em parceria com organizações governamentais e instituições financeiras, lançou um relatório intitulado de Who Cares Wins, publicação do Pacto Global. De forma geral, é muito utilizada para avaliar o nível de engajamento das corporações com as pautas sociais, sempre com o objetivo de explorar lucros entre os acionistas envolvidos. No mercado atual, estar alinhado com tais práticas é fundamental para se mostrar moderno, ativo e consciente. Assim sendo, confira nesta matéria as perspectivas para a implantação dessa cultura e como se adaptar a essa nova realidade. 

A abrangência da ESG 

De acordo com relatório da PwC, 57% dos fundos mútuos na Europa estarão considerando os critérios da ESG até 2025, representando um total de 8,9 trilhões de dólares. Na sequência, 77% dos investidores entrevistados planejam excluir os produtos não enquadrados nessa categorias até os próximos dois anos. Além disso, um levantamento feito pela Morningstar e Capital Reset constata a captação de R$ 2,5 bilhões nesse meio em 2020, um resultado caracterizado por mais da metade dos recursos criados no último ano. 

Nesse cenário, fica claro como essa é uma condição cada vez mais exigente para se manter firme no mercado. "A ONU estabeleceu objetivos sustentáveis componentes de uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas para guiar a humanidade até 2030. Ou seja, estamos há menos de dez anos de 2030, ano no qual todas as promessas e compromissos vão precisar ser renovados. A verdade é: pela dor, ou pelo amor, é necessário nos mobilizarmos em prol dos pilares”, contextualiza Dani Verdugo, CEO do Grupo THE.

Como seguir pelo caminho da ESG?

No contexto globalizado no qual estamos expostos, todos compreendem como um acontecimento remoto pode impactar diretamente o mecanismo em outro território distinto. Isso porque o alto fluxo informacional proporciona um senso comum mundial, no qual cabe a cada profissional e negócio saber se adaptar a tais inovações. Por essa razão, Rubens Leite, sócio-gestor da RGL Advogados, destaca algumas dicas de postura a serem adotadas pelas entidades:

Os valores da agenda ESG: a sua implementação está prevista no futuro de todas as corporações. “É preciso ressaltar como cada instituição, dentro da agenda, cria um movimento positivo em seu ecossistema onde não há perdas. É significativo darmos um passo atrás e falarmos sobre os tais ‘E’, ‘S’ e ‘G’”, pontua.

 Comece com a estratégia organizacional: é de grande valor a iniciativa trazida por novas óticas e seus possíveis desempenhos positivos. “O primeiro passo é pensar como a marca espera se posicionar diante das questões mais urgentes do assunto, definindo a partir do seu propósito e do legado no qual espera deixar. É imprescindível saber qual é o seu impacto nos pontos de sustentabilidade, governança, tecnologia e ações sociais para tomar atitudes efetivas para diminuí-los”, afirma. 

Priorize sua agenda ESG: equilibrar as demandas temáticas se faz necessário para saber onde focar e em qual aspecto se planejar. “Persiga os objetivos sustentáveis, como os estabelecidos pela ONU para a formação de uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas focadas em guiar a humanidade até 2030. Entre eles estão acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares, saúde e bem-estar, educação de qualidade, igualdade de gênero, água potável e saneamento, energia acessível e limpa, trabalho decente e crescimento econômico, entre outros”, aconselha. 

Saiba onde está e onde quer chegar: a realização de comitês e políticas é fundamental para a devida adaptação a essa cultura. “É necessário dar a visibilidade e transparência de como estamos e para onde vamos. Por exemplo, implementar e divulgar as ações realizadas, mostrar como o gerenciamento está alinhado com as campanhas dentro da empresa e trazer discussões envolvendo ESG. Isso gera relevância tanto com o tempo quanto com investidores, como clientes, consumidores e colaboradores, podendo acompanhar mais de perto a atuação das organizações selecionadas para suas carteiras”, acrescenta. 

Adote uma uma cultura governamental: hoje em dia, o desenvolvimento de regulamentos e diretrizes entre os membros está em pauta no meio corporativo. A partir de uma consultoria das dinâmicas internas, é viável ter um panorama do ambiente e traçar novas estratégias. “Aquelas com um sistema de compliance sólido, acabam por garantir monitoramento e controle sobre os processos internos, gerando segurança e estabilidade, bem como, de forma mais macro, a valorização da marca. Isso demonstra transparência e credibilidade para o mercado externo, então esses são alguns dos principais benefícios trazidos pelo programa”, ressalta.

Incentive o conhecimento entre a equipe: toda experiência e conhecimento acerca do tema deve ser bem-vindo ao grupo. “ESG se torna eficiente quando tudo é trabalhado em conjunto, é sempre necessário atuar com regulamentos, projetos sociais e cuidados ambientais. A política do estabelecimento, quando alinhada com a agenda, traz benefícios tanto positivos para o ambiente corporativo como financeiros”, comenta. 

Sustentabilidade do negócio: essa não é apenas uma prática do bem em prol da consolidação de uma marca social, seus efeitos também são percebidos ao analisar resultados. “O fato é: em algum momento, os comércios só vão existir se estiverem alinhadas aos três pilares da agenda. Para termos ideia dessa importância, uma pesquisa da Millenium Survey aponta empresas com práticas ESG como as preferidas de 42% da geração Z. Além disso, 38% deixariam de comprar produtos de marcas representadas por alguma má influência no meio ambiente”, revela. 

O impacto da agenda: adaptar- se a essa nova realidade ajuda na hora de se mostrar moderno e consciente com o coletivo. “Os impactos estão diretamente na forma como trabalham e também são vistas pelos clientes e consumidores. No âmbito social, o destaque é na geração de empregos e no investimento na comunidade local. Quando falamos sobre governança, por exemplo, as boas práticas de conduta e ética geram um bom posicionamento e reputação. O fato é: os princípios da agenda são de impacto e independem de porte e setor”, destaca o especialista. 

Torna-se evidente, portanto, a relevância de se manter atualizado em meio a multidão. Seja qual for a área de atuação, desenvolver novas técnicas e costumes é imprescindível para alcançar a constante evolução. “Cada vez mais estão enxergando a necessidade de se ter mecanismos de cumprimento, monitoramento e controle de ações ecológicas, a fim de garantir a segurança e conscientização de todos os processos. As práticas de ESG devem ser vistas como cumprimento de obrigações e mitigação de riscos”, finaliza Leite. 

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