Cada vez mais em pauta, o ESG (Environmental, Social and Governance) ou ASG (Ambiental, Social e Governança, em português) ganha espaço dentro das corporações. Isso porque esse termo abraça metodologias em todos os aspectos, influenciando o trabalho dos efetivos, aprendizes e estagiários a fim de trazer melhores práticas corporativas. Assim, entenda melhor sobre esse assunto e veja como ele pode influenciar no seu negócio.
Entenda mais sobre a sigla do ESG e como isso influencia nos negócios brasileiros
Gradativamente as empresas têm prestado mais atenção a esse tema e procurado adaptar suas ações para se adequar às questões de sustentabilidade. Afinal, grande parte dos investidores procuram aportar seus recursos onde existem políticas como essa em sua cultura. Segundo um relatório divulgado pela consultoria PwC com panoramas da Europa, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos estão em investimentos considerando os critérios dessa concepção, representando um total de 8,9 trilhões de dólares.
Para corroborar, 77% dos acionistas planejam parar de comprar produtos fora dessas normas nos próximos dois anos. Da mesma forma funciona a sociedade e os consumidores, cada vez mais exigentes com a origem e destino de suas mercadorias. A partir disso, há uma nova camada de aprovações para serem consideradas. Ou seja, projetos com potencial de impacto ambiental e comprometido com as causas sociais devem ser avaliados e levados adiante.
Consoante a Henrique Ludgero Casagrande, account manager da Prosperi, “um verdadeiro fluxo de aprovação precisa ser dinâmico e permitir diferentes rotas para ser possível abrigar um modelo de governança corporativa para flexibilizar e racionalizar custos, documentos de suporte, informações financeiras, etc”, afirma. Assim, ao analisar números, há garantia de alocar o capital em ações de acordo com o momento da empresa, levando em conta as condições pregadas pelo conceito.
“Antes da avaliação dos investimentos na prática, as organizações necessitam compreender os pontos mais relevantes dentro das métricas ESG”, pontua Ludgero. Nesse sentido, elas têm criado “matrizes de materialidade de definição de metas” para auxiliar na hora de priorizar alguma tática.
Entre elas, é possível destacar:
1) Avaliação e gestão ambiental e social;
2)Trabalho e condições de trabalho;
3) Qualidade da água e sedimentos;
4) Impactos na comunidade e segurança da infraestrutura;
5) Reassentamento;
6) Biodiversidade e espécies invasoras;
7) Povos indígenas;
8) Palco cultural;
9) Governança e aquisições;
10) Comunicações e consultas;
11) Recurso hidrológico;
12) Mitigação e resiliência às mudanças climáticas.
Mesmo sendo um processo novo, ainda debatido para definir os compromissos de uma marca ao adotar essas práticas, já é possível visualizar resultados assertivos por intermédio da eficácia das mensurações. “Nos tempos atuais, os empreendimentos de diferentes setores da economia precisam ser sustentáveis, e mais: são cobrados pela comunidade e até por investidores a apresentar cifras, comprovando o impacto de suas iniciativas”, explica o especialista.
Essa é uma das razões pelas quais o ESG veio para ficar. Para contribuir com essa transparência, recentemente foi criado no Brasil o Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS), cujo objetivo será normatizar, por meio de pronunciamentos técnicos, à divulgação das práticas de sustentabilidade empresarial. Por isso, é essencial estar atento a essas tendências, para não se tornar obsoleto diante da concorrência.
O ESG é uma política para incluir a diversidade na empresa e isso diz muito sobre cidadania
Segundo João Roncati, CEO (Chief Executive Officer) da People + Strategy, o ESG tem muito a ver com as eleições, principalmente por se tratar de política. Para entender essa palavra, o expert explica: “o termo grego ‘politikos’ denominava os cidadãos parte de uma "polis" – as cidades-estado da Grécia antiga. Assim, poderia ser usada para definir tanto uma localidade como também, de uma maneira mais ampla, a organização dos grupos sociais lá estabelecidos”.
Nesse cenário, o termo trata em sua raiz de como um grupo de pessoas pode discutir deveres e direitos de usos de espaços comuns e privados, gestão de recursos públicos, regras de convivência, entre outros pontos, para alcançar o bem comum entre todos. “Inclusive, o filósofo grego Aristóteles afirmou: o homem é um animal político, o qual procura viver entre outras pessoas. As necessidades tanto sentimentais como materiais só conseguem ser realizadas a partir da convivência em comunidade. Portanto, organizá-la permite a razão estar acima da imposição pela dominância da força”, comenta Roncati.
Uma coisa é fato: a política é exercida em uma ampla gama de organizações sociais, desde clãs e tribos, regências federais, até chegar na cultura organizacional dos negócios. “Naturalmente, falar de ‘Responsabilidade Ambiente’ passou a ser exigido e a refletir no âmbito de empresas, pessoas e governos. Passamos a ver como as leis foram modificadas, comportamentos revistos, na busca de uma maior consciência dos efeitos de nossas atividades sobre o clima do planeta”, ressalta o CEO da People + Strategy.
“O debate e, principalmente, a adoção dos princípios ESG permite voltarmos ao seio da responsabilidade social empresarial e ambiental: um exercício pleno de cidadania com consciência do impacto da sua existência no macro ambiente, dos indivíduos aos biomas”, salienta Roncati. Aquelas marcas adeptas desses hábitos consideram, medem, relatam e nos provocam para conseguimos ampliar e desenvolver ainda mais nossa capacidade de interagir positivamente, a partir de princípios de Governança (o G do ESG) alinhados à legislação.
Assim, existe uma ligação, pois é justamente no âmbito social no qual é possível estabelecer uma discussão política sadia. Afinal, debates são promovidos sobre a forma como decisões afetam stakeholders e seus interesses, com impacto para uma sociedade ainda melhor. “Portanto, ESG tem uma intersecção natural e necessária com o conceito de cidadania plena. Os seus princípios, impulsionados e sempre considerando a necessária inclusão e diversidade as quais aprendemos a nos preocupar, já não falam apenas do acionista, mas de todas as relações ricas e complexas de uma empresa, seus profissionais e a sociedade”, explica o empresário.
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