As datas comemorativas ou conscientizadoras possuem a responsabilidade de ressaltar questões ou pessoas importantes. Desde 1994, a Federação Mundial da Saúde Mental, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), celebra no dia 10 de outubro o Dia Mundial da Saúde Mental. Nesse episódio, promove-se a conscientização, educação, e defesa dessa questão global contra o estigma social. Desse modo, diversas pessoas e organizações apoiam a causa e chamam atenção para as doenças mentais e seu impacto na vida de cada um. Tendo em vista o trabalho como uma parcela significativa do cotidiano dos indivíduos, confira os aspectos mais importantes para tratar sobre essa pauta.
Saúde Mental: qual a sua relação com o trabalho?
Na era virtual, as relações estão cada vez mais distantes. Variadas opiniões são disseminadas nas redes juntamente de inúmeros padrões inalcançáveis. Nesse cenário, muitas pessoas adoecem em uma busca impossível pela perfeição. Diferentemente do senso comum de acreditar nessa como uma problemática da juventude, todas as gerações são afetadas. Principalmente, no caso de pessoas sobrecarregadas com suas obrigações.
De acordo com um mapeamento realizado com 42 mil com profissionais de variados segmentos pela Vigilantes do Sono, 53% indicaram incômodo com a qualidade do sono. Somado a isso, 48% dos entrevistados demonstraram traços de ansiedade e outros 21% de depressão. É relevante ressaltar também, como estudos realizados pela OMS, apontam o Brasil como um dos países mais atingidos por tais transtornos.
Dessa maneira, é interessante analisar como as horas dormidas afetam diretamente as doenças citadas. Nessa situação, a quantidade de indivíduos ansiosos e depressivos sobe para 59% e 30%, respectivamente. Ademais, quando se trata de insônia clínica moderada a grave, é atingido o resultado de 79% e 52%, segundo um artigo publicado por Laura Castro, fundadora e psicóloga da Vigilantes do sono. “Durante a pandemia, esses números mostram como os indivíduos passaram a sofrer com mais problemas de saúde mental. Há mais personalidades com esse diagnóstico, além do próprio Burnout, representado por 30% dos trabalhadores brasileiros. As empresas precisam se atentar à saúde mental do seu colaborador”, acrescenta a especialista.
As mudanças trazidas pela pandemia
Conforme a Workforce Preferences Barometer, pesquisa global da JLL feita com mais de 4 mil sujeitos em dez países, apresenta como as questões financeiras não são mais o foco dos trabalhadores, deixando a primeira posição para ocupar a terceira. Agora, em primeiro lugar na lista, 59% dos participantes retratam a priorização da qualidade/equilíbrio entre vida pessoal e profissional, juntamente da disposição da firma em garantir o bem-estar do quadro. Dentre eles, 25% repensaram o papel de seus serviços e 74% contam ter pedido demissão em busca de mais flexibilidade e estabilidade.
Sobre o assunto, o autoconhecimento ajuda na hora de reconhecer os seus limites e saber se respeitar, tanto fisicamente quanto mentalmente em prol de melhores desempenhos. “O ser humano tem a tendência de esperar as coisas melhorarem por si só, gerando expectativas irreais. O problema é quando ela vira uma exigência e esquecemos de não poder controlar nada, nem ninguém. Você também pode ser responsável por mudanças em sua vida, sem precisar depender de outrem. Essa nova forma de pensar neutraliza as emoções negativas e torna viável se relacionar ou atuar em determinadas situações com menos pressão interna e mais inteligência emocional”, comenta Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame. C.
Nesse contexto, Monica selecionou algumas dicas para promover a integridade da psique:
Defina suas prioridades: responder às questões propostas não é simples e nem mesmo rápido, pois exige do indivíduo estar disposto a ir fundo nessa atividade. Liste as tarefas, os seus papéis desempenhados e analise a agenda de compromissos para identificar onde seu tempo está, de fato, sendo empregado.
Evite ser centralizador: saber delegar ou compartilhar funções é fundamental, tendo em vista nem sempre ser possível realizar tudo sozinho. Mesmo conseguindo, é bem provável o comprometimento da qualidade das tarefas, além de te causar uma exaustão desnecessária.
Quebre crenças limitantes: as crenças limitantes são normais para o coletivo, embora em diferentes intensidades, são as grandes responsáveis por impedir a expressão do completo potencial do indivíduo. Por essa razão, deve-se quebrar o “pensamento impostor” e reconhecer as capacidades de se desenvolver. Os novos desafios sempre vão criar um certo nível de tensão interna e isso não deve ser um fator inibidor.
Desenvolva resiliência: ela passa por fortalecer nossas qualidades pessoais e agir diante das adversidades com foco em nosso poder de atuação. É fundamental cultivar um modelo mental com espaço para uma visão positiva da vida, entrar em contato com as emoções e avaliar se suas escolhas alimentam os problemas ou agem de forma coerente à solução buscada.
Não tema o julgamento alheio: a autenticidade requer coragem, pois exige de nós aceitar nossa personalidade, falhas e vulnerabilidade. É ter a força para abraçar quem realmente somos, desapegar das comparações e dos paradigmas de quem poderíamos ser. É necessária a coerência com nossa verdade proporcionadora de liberdade, verdade e plenitude.
Reserve um tempo para o descanso e para si mesmo: no modelo de vida atual, a quantidade de exigências sobre nós mesmos vai além do suportável. Não dar conta de tudo traz frustrações. Acordar no dia seguinte já se programando para fazer ainda mais e melhor. Assim, a simples ideia de uma pausa se torna cada vez mais impensável.
Tenha autocompaixão: o perfeccionismo e a autocrítica geram um círculo vicioso. Passamos a viver na ansiedade de uma vida e atos perfeitos, tentando nos proteger das situações capazes de expor nossos defeitos ao mundo. Somente ao entender a inexistência da perfeição e nos acolhemos exatamente como somos, com o pacote completo, conseguimos nos perdoar, atuar com autocompaixão e pedir ajuda quando necessário.
Torna-se evidente, portanto, a relevância do debate gerado pelo Dia Internacional da Saúde Mental. Sobre isso, Danielle aconselha buscar um auxílio médico especializado para avaliação do quadro e orientação quanto ao tratamento se porventura o esgotamento chegar ao limite. “Especialmente em casos cujas características de personalidade as tornam mais propensas ao Burnout, a psicoterapia é um complemento importante, pois o problema está, muitas vezes, dentro da pessoa, e não tanto em suas condições de trabalho”, finaliza.
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