De acordo com um levantamento da Korn Ferry, 85% das companhias adotaram o teletrabalho para driblar a crise sanitária. Isso porque, mediante os protocolos de segurança, estagiários, aprendizes e efetivos não poderiam mais conviver fisicamente. Nesse cenário, corporações do mundo todo, de segmentos e tamanhos diferentes, precisaram adaptar suas metodologias às pressas. Agora, com a vacinação em massa e a economia mais otimista, muitas voltam ao presencial. Entretanto, esse modelo deixou de fazer tanto sucesso.
Para diversas áreas, principalmente tecnologia, o trabalho remoto ganha destaque
Para o CNO (Chief Network Officer) na Andela, Álvaro Oliveira, o home office ganhou destaque. “Existem áreas nas quais a rotina presencial é indispensável, porém para algumas não, como a da tecnologia. O pessoal não está com expectativas de voltar ao presencial tão cedo. Percebemos o quanto o físico era limitante, pois muitos desses profissionais têm a liberdade geográfica como um dos objetivos na carreira”, pontua.
De fato, a possibilidade de atuar de onde quiser foi um diferencial. “Podemos entender como uma oportunidade de uma pessoa trabalhar em outra cidade ou país sem precisar alterar a vida inteira para se encaixar naquela vaga. Hoje, as empresas precisam entender os pontos importantes para o colaborador e tentar conciliar com os objetivos corporativos”, explica Oliveira.
Segundo uma pesquisa do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), realizada logo quando o vírus chegou no país, para 62% dos 14.638 entrevistados, a ocupação remota é uma boa alternativa, principalmente para as organizações em tempos de crise. Outros 10% disseram preferir realizar as atividades dentro do escritório para vivenciar um ambiente corporativo, enquanto 9% considera uma excelente opção para quem mora longe.
Outro estudo do Nube, feito mais recentemente com 16.061 respondentes, trouxe o questionamento: “o home office continuará mesmo após o fim do isolamento social?”. Como resposta, percebemos como o modelo foi bem aceito. Para 39% ele permanecerá em alta, pois rendeu bons resultados de produtividade, 26% também acredita em sua continuação, porque permitiu o indivíduo a atuar em qualquer estado ou continente com o mesmo rendimento. Contudo, 25% confia na forma híbrida, alguns dias na organização e outros em domicílio. Ou seja, as métricas mostram como é uma predisposição e como há uma grande quantidade de trabalhadores em busca desse caminho.
Há quem prefira o trabalho presencial e não é possível esquecer os desafios da adaptação para o home office!
Com a pandemia, surgiram milhares de dúvidas quanto a melhor maneira de realizar as necessidades empresariais, abrindo os olhos dos funcionários para os benefícios e desvantagens de concluir demandas à distância, criando, inclusive, a tendência do work from anywhere. “Trabalhar em casa tornou-se a prática mais comum ao longo desses últimos dois anos. Gastar menos tempo no deslocamento ao escritório, além da sensação de paz e tranquilidade, pode trazer maior produtividade”, pontua Haroldo Modesto, executivo e diretor geral da Crown Worldwide no Brasil.
Contudo, nem todo mundo tem um ambiente confortável e o teletrabalho trouxe uma série de novas questões. “O isolamento é indiscutivelmente o maior problema. Estudos revelam o quanto isso afeta as pessoas de diferentes maneiras. A solidão, por exemplo, está associada a maiores taxas de ansiedade, depressão e, em algumas vezes, baixo rendimento”, ressalta Modesto.
A ausência de interação também tem um grande impacto no dia a dia corporativo e as reuniões on-line surgiram como uma opção. “Porém, não há dúvidas: o contato presencial é ainda a forma mais agradável e mais eficaz de nos comunicarmos, incentivando a criatividade e a colaboração. O engajamento e o resultado de brainstorming com o time reunido em um mesmo ambiente, seja um em uma sala de reunião física ou virtual com câmeras abertas, pode ser muito maior e ainda ajudar a extrair as melhores ideias”, recomenda o diretor geral da Crown Worldwide.
Todavia, para alguns, o êxodo em massa dos coworkings, a partir da chegada da Covid-19, também significou jornadas maiores, com uma elevação de até 25%. Isso porque, ao permanecer em casa, os indivíduos tendem a ficar mais tempo ativos, por períodos maiores. “Como consequência, vimos aumento de Burnout”, alerta o especialista.
Sem falar nos limites entre vida pessoal e profissional, tudo ficou mais confuso por se misturar em casa. “É algo inevitável e totalmente compreensível. Existe a tentação de verificar e-mails corporativos durante a noite ou no fim de semana, como também a necessidade de agendar um compromisso durante o horário de trabalho”, explica Modesto. Contudo, nesses casos, os efeitos colaterais aparecem com o tempo e saber quando “desligar” fica cada vez mais desafiador.
“Nós, humanos, precisamos de socialização, pois ajuda a melhorar a saúde mental e emocional, ligada à confiança e autoestima, assim como ao aumento da qualidade de vida”, comenta Modesto. Por isso, é essencial propor métodos para a equipe ficar ainda mais próxima, criando laços e aumentando a sinergia entre os colegas. Inclusive, isso é crucial para propagar a cultura organizacional e fortalecer as condutas do empreendimento.
Para Modesto, a tendência é essa demanda ficar ainda mais evidente. “Em uma pesquisa com a Geração Z, a porcentagem de respondentes afirmando o quanto essa conexão é “muito importante” aumentou de 59% para 81%, seis meses após a pandemia”, expõe. Ou seja, para atrair e reter os talentos mais novos é preciso focar em ações voltadas para a motivação do time.
Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, um colaborador feliz é, em média, 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende até 37% a mais em comparação com outros. Além disso, ele é motivado a atender melhor o cliente, evita acidentes e reduz desperdícios. Como salienta Modesto: “os ativos mais valiosos de uma organização são suas pessoas”.
Quanto aos modelos para se atuar, o executivo pontua: “a flexibilidade parece ser a chave para um futuro de sucesso”. Todavia, é importante nunca deixar de se atualizar para conseguir acompanhar o mercado! Nesse sentido, o Nube é seu aliado! Afinal, diariamente compartilhamos dicas e sugestões de diversos profissionais, para você ficar por dentro de todas as novidades. Enfim, não se esqueça: conte sempre conosco!