Para ter sucesso na carreira é necessário não apenas possuir habilidades técnicas: é preciso desenvolver as características interpessoais, chamadas, também, de soft skills. Quando o assunto é relacionado às mulheres no mercado de trabalho, as empresas, atualmente, buscam por candidatas capazes de desempenhar bem suas funções técnicas, mas também com a capacidade de se encaixarem na cultura institucional e interagir com o time completo.
Quem aponta isso é Mariel Reyes Milk, fundadora da {reprograma}, iniciativa de impacto social focada em ensinar programação para mulheres cis e trans sem recursos. “Na área da tecnologia, por exemplo, é recomendado às programadoras executarem cinco principais qualidades, as quais irão servir de apoio para desempenhar bem suas funções”. São elas:
- Capacidade de trabalhar em equipe: seja dentro de um time de desenvolvedores, designers ou de projetos, é preciso trabalhar bem com as outras pessoas para ter sucesso;
- Comunicação efetiva: as profissionais muitas vezes podem passar horas trabalhando sozinhas, mas ainda assim devem ter excelentes práticas de comunicação, pois raramente estão codificando todo o sistema ou projeto sem relação com os indivíduos. Além de outros devs, é vital coordenar com os membros da equipe e da empresa;
- Problem solving ou a habilidade de resolução de problemas: pensamento crítico e obtenção de uma solução criativa para um problema relacionado a software é essencial;
- Paciência e perseverança: é raro um código ou programa funcionar na primeira tentativa e, muitas vezes, serão precisas várias tentativas e muito trabalho para fazer um aplicativo ou uma página funcionar corretamente, sem erros.
- Bom gerenciamento de tempo: trabalhar sob pressão e ainda cumprir prazos é extremamente importante na vida de uma boa dev.
Benefícios dessas habilidades na área tecnológica
De acordo com Mariel, quando bem entendidas e executadas, essas características resultam em pontos positivos. Dentre eles, estão “incentivo à colaboração na empresa; resolução de impasses de formas mais criativas; criação de produtos e serviços inovadores, com uma mistura de ideias, experiências e contribuições de todas; capacidade de lidar melhor com estresse e pressão e a menor chance de frustração, aptidão de continuar tentando e aprendendo com os erros”.
Quem está atenta a isso
Juliane Borges, estudante de análise de sistemas, procura se atentar a esses pontos em sua jornada de aprendizado até mesmo antes de começar a estagiar. “Quero estar pronta para a minha primeira experiência já sabendo algumas coisas além de aspectos técnicos”, comenta.
Justamente por isso, ela dedica parte de seu tempo a cursos e palestras voltadas à sua área de interesse, para expandir conhecimentos e entender como é sua profissão na prática. “Acho um grande diferencial a gente ter essas percepções para poder lidar melhor com a rotina no ambiente corporativo”.
Desenvolvimento das skills dentro das organizações
A fundadora da {reprograma} também destaca como o treinamento das equipes é fundamental para melhorar a dinâmica organizacional, otimização do relógio e a conexão de ideias em diferentes setores. “Por isso, é importante para as lideranças corporativas investirem no aprimoramento dessas questões para uma melhor prática da cultura organizacional dos colaboradores”, conclui.
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