Estamos vivendo tempos de mudanças em todas as áreas de nossas vidas. Na educação, não é diferente. O novo ensino médio está cada vez mais próximo de se tornar realidade. A estrutura consiste em uma aprendizagem focada nas áreas de conhecimento, abrindo espaço para o estudante optar por uma formação relacionada com suas preferências acadêmicas e profissionais.
Porém, nos últimos dois anos, sofremos com paralisação, aula on-line, ensino híbrido, retorno. A troca de ideias no cotidiano e o contato diminuíram. Isso causará consequências na educação do país e essa revolução chegará nesse contexto. Por isso, não será fácil.
Como funcionará o novo ensino médio
As principais transformações estão no aumento da carga horária, a adoção de uma base curricular comum e a escolha dos itinerários formativos baseados no interesse de cada indivíduo. A diretora de educação da rede Adventista, Marizane Piergentille, comenta: “a partir de agora, o educando se torna protagonista, desenvolvendo muito mais autonomia perante a aprendizagem e seu próprio futuro. Essas decisões irão impactar toda a sua vida”.
No entanto, a apenas quatro meses do início do novo modelo, professores e escolas seguem no escuro, sem orientações e com caminhos a seguir indefinidos. De acordo com o Movimento Pela Base, apenas Santa Catarina, entre as 27 unidades da federação, tem as cinco principais medidas de regulamentação publicadas. O prazo é até o fim do ano.
A nova arquitetura é parecida com a adotada nas universidades. Em vez de 13 disciplinas fixas nos três anos da grade curricular, a proposta prevê dois pilares. Um de formação geral e obrigatória e outro voltado para jornada de interesse dos alunos, chamados de itinerários formativos.
Esse último, é composto por diferentes estruturas, incentivando o discente a se adentrar na aprendizagem da formação geral básica. “Seu diferencial está na proposta de aprofundar os saberes adquiridos no ensino fundamental, além de promover uma construção para a vida no século XXI e oferecer uma visão ampla sobre a inserção ao mundo do trabalho”, complementa Marizane.
Mais novidades da modalidade
A divisão dessa categoria será em: Matemáticas e suas Tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Para os professores, vai obrigá-los a planejar e realizar as aulas de maneira integrada. Será permitida a atuação de docentes com notório saber, reconhecidos pelos respectivos sistemas educacionais para ministrar conteúdos relacionados a sua experiência.
Em relação à carga horária, durante os três anos, 1.800 horas são dedicadas ao currículo base e 1.200 para os optativos. Os materiais, segundo o Ministério da Educação - MEC, não se limitam apenas a conteúdos tradicionais. Pelo contrário, envolvem projetos práticos, oficinas, grupos de estudo, entre outros.
Outra novidade é o aumento da oferta de vagas para turno integral, sendo uma diretriz do Plano Nacional de Educação - PNE, ter pelo menos 25% das matrículas na educação básica brasileira nesse formato até 2024. Dentro das opções dadas pelo MEC, cada colégio pode escolher em quais temáticas focar mais.
Confira o cronograma de implementação:
2021: escolha e distribuição das obras, projetos integradores e projetos de vida;
2022: separação, por área de conhecimento, das obras de formação continuada e
dos recursos educacionais digitais;
2023: organização das obras literárias;
2024: disposição dos materiais e recursos didáticos para os itinerários formativos.
Portanto, se prepare para esse novo cenário na sua escola. Pense bem na sua decisão e aproveite bastante a oportunidade. Isso será crucial na hora de ingressar em uma faculdade e, consequentemente, para o resto da sua vida.