O Brasil chegou a marca de 14 milhões de desempregados e muitos precisaram inovar para conquistar uma melhor colocação. Segundo especialistas, os principais setores em alta são: tecnologia, saúde, agronegócio, infraestrutura e logística. Além disso, as cinco habilidades técnicas e comportamentais mais buscadas, neste ano, serão: pensamento estratégico, comunicação, agilidade, inovação e adaptabilidade.
De acordo com a Agenda 2021, divulgada pela Deloitte, 44% das corporações devem aumentar o quadro de funcionários e mais 23% manterão o número de contratados, mas farão substituições. Destas, 56% querem contratar pessoas mais capacitadas. Nesse quesito, as áreas têm algo em comum: a fluência em outro idioma, de preferência inglês.
Para Leiza Oliveira, CEO do Centro de Formação em Inglês Minds English School, com unidade em Goiânia (GO) e por todo o Brasil, essa é uma realidade já vista há alguns anos. Porém, com o isolamento social e a crise financeira, muitas instituições precisaram se adaptar e, assim, cresceu a necessidade da utilização do inglês na rotina. "Vimos grandes empresas, principalmente chinesas, chegarem ao Brasil. Além disso, o processo de e-commerce causou a implementação dos softwares e criou a necessidade de uma equipe especializada nesse segmento", diz.
A instituição de ensino de línguas viu uma crescente procura, principalmente entre quem busca se reinserir no mercado de trabalho. "Temos muitos alunos envolvidos com a área da tecnologia e da engenharia. Com o isolamento social e menos tempo de deslocamento, os profissionais buscaram o idioma, mesmo remoto, para se manterem em seus cargos ou almejando outro emprego", enfatiza Rodrigo Berghahn, coordenador pedagógico da Minds Idiomas.
Pensando nisso, a equipe Multidisciplinar do Centro de Formação Minds Idiomas, listou áreas as quais precisam do vernáculo e estão em crescimento:
Tecnologia da Informação
No final de 2020, foi instaurada a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), ou seja, colaboradores e organizações terão este ano para completarem as adequações dos dados dos clientes. Isso é feito por um especialista de tecnologia da informação, o qual necessita de inglês para poder manusear as ferramentas.
Além disso, novas funções para a área de tecnologia surgiram com o avanço da Cyber Security (cibersegurança). Um arquiteto de software pode ganhar de R$ 12 mil a 17,5 mil. Profissões com níveis mais iniciais como analista de segurança da informação, podem chegar a faturar até R$ 8 mil.
Mercado financeiro
Enquanto o setor de bens e serviços teve queda, o mercado financeiro se manteve. Principalmente para assessores de investimentos e cargos mais altos, como gerentes e diretores. Neste quesito não basta só ter uma boa experiência, é necessário um networking aderente ao cliente e, um entendimento das tendências internacionais por meio de balanços financeiros como a bolsa de valores. Gerente de aquisições e fusões (M&A - sigla em inglês) pode faturar de R$ 11 mil a R$ 21 mil.
Recursos Humanos
Em destaque nesta área estão os trabalhadores de talent aquisition (aquisição de talentos), incubidos de analisar os perfis de funcionários da organização. Eles avaliam, retém e desenvolvem os talentos, além de traçar estratégias para a corporação contratar pessoal adequado para aquela função.
As companhias estão sedentas pelos melhores canidatos, principalmente, em tecnologia. Por isso precisam tanto de um time de RH treinado em buscar estes contatos. Um analista do setor pode faturar até 10 mil por mês.
Marketing
No marketing, a área da vez é a experiência do consumidor, o customer experience, em inglês. Eles têm a função de identificar por meio de softwares os perfis dos clientes e consumidores e traçar melhores estratégias para vendas. Além disso, precisam estar antenados no mercado internacional e as tendências de consumo trazidas pelo "novo normal". O salário pode chegar até R$ 10 mil.
Outras carreiras
O Business Intelligence, ou BI, busca as melhores estratégias de investimentos ou negócios e o profissional de ESG (environmental, social and governance, em inglês) é responsável por levar as empresas a reflexões e ações sociais e ambientais.
Novos aprendizados
Na visão de Ariane Ferreira, psicóloga organizacional, é relevante buscar novos conhecimentos sempre. “Além de saberes específicos, é preciso ter resiliência e adaptabilidade, pois enfrentaremos ainda muitas mudanças e será necessário acompanhar tudo isso. Uma pessoa capaz de se adequar e estudar vai se sair bem!”, comenta.
Como você se prepara para as mudanças no mercado?