A crise do novo coronavírus afetou duramente a economia e as formas de organização do trabalho, com a maioria dos profissionais atuando de casa. Não é de agora o surgimento da 4ª Revolução Industrial e suas tendências. Porém, com a chegada da pandemia, as empresas e os profissionais foram submetidos a aceleração desse processo para se adaptar ao “novo normal”.
Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, mostra a importância de novas habilidades para acompanhar o ritmo da mudança e como desenvolvê-las. Segundo o e-book divulgado recentemente pelo Fórum Mundial da Economia em parceria com especialistas, há uma nova perspectiva sobre o futuro pós-pandêmico.
Nesse cenário do livro digital, é dito sobre a necessidade de olhar além da adversidade atual para os desafios potenciais e oportunidades trazidos pelo mundo pós-Covid. O distanciamento social modificou as organizações e exigiu uma nova forma de se conduzir o labor, como por exemplo, o home office.
Essa modalidade remota exige habilidades pessoais e muita organização. Com o passar dos anos, novas capacidades serão inseridas, outras excluídas, assim como algumas profissões já existentes perderão a relevância. “Nós já sabemos como a tecnologia ganhará um espaço gigante no mercado, pois isso já aconteceu em outros momentos da história da humanidade”, comenta.
Para ela, as características a se levar em conta hoje estão relacionadas a um conjunto de habilidades. Dentre as mais relevantes, estão inteligência emocional, adaptação e flexibilidade, pensamento crítico e domínio de recursos computacionais. “Além disso, a ordenação e colaboração, em tempos de distanciamento social são fundamentais para o desenvolvimento do profissional do futuro”, afirma Rebeca.
Preocupado em se adaptar aos contextos modernos, Felipe Lima, estudante de comunicação, tenta sempre se manter antenado às tendências. “Principalmente na área onde atuo, a computação se fez, e faz, muito presente, então, se eu me fechar para a realidade, não vou me manter empregado”, conta.
Justamente por isso, para ele, o estágio é um dos principais meios de promover a compreensão sobre a realidade de seu ramo. “Primeiro ponto positivo é o contato com quem tem mais experiência e já viu outras mudanças. Outra coisa legal é poder ver na prática o conteúdo dado na faculdade”, compartilha.
Era da automatização
Para esse cenário ser positivo, é importante entender a maneira com a qual a união dos recursos digitais modificará radicalmente não apenas o modo como se vive, mas a maneira como se atua em uma organização, também. O foco deve estar ligado aos aspectos responsáveis por fazer a mão de obra humana superar a dos robôs.
Dentre os pontos de destaque estão as relações interpessoais, as quais são praticamente impossíveis de automatizar, bem como a criatividade, persuasão e colaboração. De acordo com o relatório do Fórum Mundial da Economia, as competências e aptidões valorizadas serão aquelas capazes de permitir aos colaboradores construírem, projetarem e trabalharem em conjunto com os sistemas cibernéticos.
Pode haver, inclusive, um aumento de demanda por funções impossíveis para as máquinas, demandando mais termos como empatia e compaixão. “Os profissionais devem se antecipar e se preparar com requalificação, adaptando-se às novas funções disponíveis. Além disso, é importante estar atento aos avanços científicos e às tendências da economia para saber como será o futuro”, finaliza Rebeca.
A especialista trouxe algumas das características valorizadas daqui em diante:
Inteligência emocional
Autoconhecimento para controlar os sentimentos, alterações de humor e tudo envolvendo o nosso lado psicológico, questões ausentes nos computadores.
Pensamento crítico
Sempre serão valorizados os colaboradores capazes de julgar a qualidade das informações.
Habilidades em tecnologia
Esteja atento às novas ferramentas e aplicativos capazes de contribuir com o seu trabalho. Adaptá-los à rotina é importante com horário de início e término, check list de atividades, tarefas de médio e longo prazo em planejamentos e foco são fundamentais.
Adaptação e flexibilidade
Tenha em mente: as profissões evoluem e, no futuro, existirão outras ocupações, com diferentes necessidades.
Criatividade
Os algoritmos, as máquinas e os robôs funcionam bem, mas eles não conseguem pensar “fora da caixa”, como os humanos. Procure atividades responsáveis por estimular a criatividade, tanto individualmente, quanto em grupo.
Liderança
Não é só fundamental para aqueles no topo de uma hierarquia corporativa, mas para todos os colaboradores de uma entidade. É vital compreender como fazer melhor e inspirar a equipe.
Tomada de decisão
Os sistemas eletrônicos conseguem analisar os algoritmos em uma velocidade superior quando comparados às pessoas, mas são incapazes de tomar decisões e analisar os dados com profundidade.
Colaboração
Em meio a tanta digitalização, as organizações vão buscar por quem é capaz de interagir bem com os times, além de quem consegue compartilhar conhecimento para trazer bons resultados.
Inteligência cultural e diversidade
Respeitar as diferenças é essencial, pois as instituições estão cada vez mais operando além das fronteiras. São comuns projetos desenvolvidos à distância com staffs de vários países.
Qual o futuro do mercado de trabalho?