As medidas de distanciamento social, necessárias para conter a pandemia de Covid-19, fizeram muitas empresas adotarem o esquema de home office. Nos primeiros meses do surto no Brasil, uma pesquisa realizada pela Pulses identificou: 78% dos brasileiros se sentem mais produtivos trabalhando remotamente. No entanto, 55% afirmaram estar também mais ansiosos.
Aumento do estresse
Esse número se tornou cada vez maior com o passar do tempo. De acordo com um levantamento feito pela Oracle e a Workplace Intelligence com 12 mil funcionários de 11 países, as pessoas nunca estiveram tão estressadas e ansiosas. No Brasil, 70% dos entrevistados afirmaram: 2020 foi o ano mais desgastante de suas vidas.
Um dos fatores responsáveis por esse aumento é a dificuldade de separar o horário de trabalho do tempo livre quando as duas atividades são feitas em casa. Para 42% dos brasileiros entrevistados pelo estudo da Oracle, a jornada aumentou pelo menos 40 horas por mês - acima da média global, de 35%.
Além disso, de acordo com dados divulgados pelo LinkedIn, durante o home office 24% dos trabalhadores se sentem pressionados a responder mais rápido e estar on-line por mais tempo, 27% enviam e-mails fora do horário do expediente para mostrar estarem produzindo muito, mesmo em casa, e 18% afirmam fazer isso por medo de perder o emprego.
Vantagens e desafios
De fato, a mudança do modelo presencial para o virtual trouxe vantagens importantes, como a preservação da saúde física, reduzindo os riscos de contágio pelo novo coronavírus. Entretanto, impactou diretamente na saúde mental dos funcionários.
O medo do chefe não estar ciente do ofício realizado pelo colaborador faz ele sentir a necessidade de atuar mais horas para demonstrar suas ações. O gerente, por sua vez, tem dificuldade de saber o status de cada atividade e de ajudar a equipe a identificar gargalos para aumentar a produtividade sem isso implicar em aumento de períodos em labor.
Tecnologia é aliada
A solução para esses desafios é investir em tecnologias as quais aliem comunicação, transparência e gestão do tempo. O Befective, por exemplo, ajuda corporações e funcionários a gerenciar e analisar o tempo de labuta de forma inteligente, aumentando o rendimento.
A solução acompanha as atividades on e off-line desenvolvidas pelos empregados de forma automatizada e gera relatórios personalizados sobre o tempo dedicado a cada atividade. Com isso, o trabalhador consegue organizar suas rotinas de acordo com o tempo usado para cada tarefa e o gestor tem uma visão clara das ações desempenhadas. Isso permite a identificação de pontos de melhoria, otimização de tarefas para tornar a rotina mais produtiva e direcionada com o propósito da empresa.
Para Marciano Verdi, CEO da empresa, localizada em Palhoça (SC), a transparência na relação entre gestor e colaborador é fundamental para ambos se sentirem seguros acerca da execução das atividades de forma eficiente e de acordo com os objetivos estratégicos da companhia. "Ter um sistema o qual permite colaboradores e gestores acompanharem o tempo usado em cada tarefa dá visibilidade ao trabalho e ajuda as duas pontas a se sentirem mais tranquilas, identificando possíveis gargalos e garantindo: o tempo no trabalho será suficiente para atender às demandas", explica Marciano.
Reuniões
Outros softwares capazes de auxiliar no diálogo e atividades a distância são as ferramentas de chamada de vídeo. Segundo projeções da organização, em 2021 as salas de conferências devem se consolidar nos novos ambientes empresariais - e não mais como uma ação emergencial. Previsões da Gartner estimam: as assembleias presenciais devem perder espaço e representar apenas 25% dos encontros de trabalho até 2024.
Para o pesquisador Lucas Soares, sistemas como o Google Meet têm sido indispensáveis na organização das suas pesquisas de doutorado. “Uso quase todos os dias para falar com minha orientadora e colegas de curso. Esse debate de ideias, antes feito presencialmente, é fundamental para o desenvolvimento do nosso trabalho. Felizmente, com a tecnologia podemos ajustar essas reuniões e não perder a comunicação”, afirma.
Quais são suas táticas para cuidar da saúde mental na pandemia?