De acordo com a segunda edição da pesquisa Global Learner Survey, as expectativas sobre o futuro da aprendizagem apontam para uma compreensão geral de marcas permanentes da pandemia na educação. Com maior presença de formatos on-line em todos os níveis de ensino e uma nova realidade de trabalho.
Segundo o estudo, quase 80% das pessoas acreditam na mudança do fundamental, médio e superior por conta do novo momento. Além disso, 90% dos respondentes também percebem as pessoas mais confortáveis atuando a distância e em ambientes altamente digitais.
Recursos virtuais de aprendizagem, desenvolvimento de habilidades socioemocionais e preocupação com letramento digital despontam como tendências globais à preparação para um novo mercado. "Esse período trouxe mudanças muito profundas e imediatas para os cenários educacionais e dos negócios ao redor do mundo", afirma Juliano Costa, vice-presidente de produtos educacionais da Pearson para a América Latina.
Para ele, o fato das pessoas perceberem algumas dessas mudanças como permanentes ocorre porque muitas delas não são inesperadas, apenas chegaram antes do previsto. “A pandemia acelerou alguns processos de transformação já em curso e agora instituições educacionais e empregadores têm a missão de responder rápido e capacitar os profissionais de hoje e de amanhã para se adaptarem a essa realidade", aconselha.
Pensando nesse cenário, Costa destaca algumas das principais alterações nas dinâmicas de aprendizado.
A confiança na educação está crescendo
De acordo com o especialista, apesar do contexto incerto, os indivíduos ainda acreditam na educação como canal gerador de oportunidades. Visão compartilhada com 70% dos respondentes da pesquisa. Para eles, é um importante impulso para o sucesso na vida. “Apesar disso, ainda há certo ceticismo em relação a faculdades e universidades. Em geral, valorizam o ensino superior, no entanto, 67% dos brasileiros não enxergam as instituições em sintonia com os estudantes”, destaca Costa.
Enquanto isso, a confiança na modalidade profissionalizante está crescendo, “72% das pessoas, 4% a mais comparado ao ano passado, percebem essa formação com mais potencialidade para levar a um bom emprego”, comenta o vice-presidente.
Os estudantes querem melhorias no ensino on-line
Apesar de terem expressado certa frustração com o ensino a distância na pandemia, os discentes observam esse modelo como uma tendência para ficar, por isso desejam melhorias. “Os alunos esperam mudanças e 91% anseiam por maior proveito da tecnologia para maximizar o aprendizado. Quando se trata de direcionamento para investimentos públicos em educação, a disponibilização de recursos para escolares desfavorecidos e a preparação para o ensino on-line aparecem como prioridades em todos os países pesquisados”, explica Costa.
A preocupação com equidade na educação ganha destaque.
O problema da desigualdade está mais palpável para os alunos. Segundo o especialista, já é perceptível a dificuldade para obter educação de qualidade para eles, seus entes queridos e suas comunidades. “70% dos respondentes estão preocupados com a possibilidade da a pandemia aprofundar os contrastes entre educandos do ensino básico. Com 89% dos brasileiros observando um aumento na distância entre as crianças com acesso à tecnologia em comparação às sem essa facilidade”, elucida.
Novas percepções sobre trabalho e habilidades
“As pessoas perceberam: o universo do trabalho está mudando ainda mais rápido e há urgência para adquirir as habilidades necessárias para a empregabilidade em um mundo digital”, comenta Costa. Para 76% dos brasileiros, a pandemia os levou a repensar suas trajetórias profissionais e 59% temem mudar de carreira por causa dela.
Segundo Alexandre Azevedo, especialista em tecnologia e vice-presidente da Think, as companhias e os colaboradores estão aprendendo algumas lições para sua própria sobrevivência. “A falta de maturidade digital não é exclusividade das micro e pequenas empresas, as médias e grandes também sofreram danos”, avalia Azevedo.
Para ele, é fundamental buscar formas alternativas para a manutenção dos negócios. “Ter uma estratégia para realizar o trabalho remotamente por meios digitais é o desafogo para manter o ‘carro andando’ em meio a essa grande adversidade”, explica.
Portanto, com tantas inovações em curso é preciso estar preparado. Por isso, acompanhe as matérias e conteúdos do Nube para orientações e dicas sobre o futuro do mercado e das instituições de ensino. Qual sua opinião sobre essas mudanças?