Nos últimos anos, todas as áreas de nossas vidas foram intensamente modificadas. A pandemia e a transformação digital reformularam práticas tradicionais, principalmente no mundo empresarial. No entanto, para ter sucesso nos novos processos, tudo deve começar no ponto de partida: a educação. Sendo assim, os envolvidos nesse segmento devem se manter atualizados e ligados às principais tendências.
A consolidação do ensino a distância
Com 5.568 municípios no país, apenas mil contam com algumas instituições de ensino oferecendo cursos EaD. Os outros cerca de 4.500 municípios ficam desamparados por esse formato. Por isso, é importante ampliar a oferta dessa modalidade para aumentar o acesso à educação nessas regiões.
De acordo com pesquisa realizada pela Educa Insight, em janeiro de 2023, 69% de quem pretende estudar nos próximos 18 meses, querem começar imediatamente pela modalidade remota. Ainda, conforme dados do Design Lab, 70% dos alunos utilizam o smartphone para participar de aulas on-line.
Com a chegada da Covid-19 e a consequente necessidade de isolamento social, a educação à distância ganhou ainda mais força, seja na grade curricular das universidades, no ensino complementar ou nos cursos preparatórios para objetivos específicos, como passar no Enem ou no vestibular. Hoje, a tendência é o phygital. O termo se refere à junção das palavras “physical” (físico, em inglês) com o “digital”, visando proporcionar aos alunos, experiências cada vez mais interativas e personalizadas, possibilitando o aprendizado efetivo e criando boas vivências.
Ao longo de 2021, de acordo com levantamentos recentes, mais de 3,7 milhões de discentes brasileiros se matricularam em cursos a distância. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep, o percentual de matriculados em EaD aumentou 274,3%, nos últimos dois anos, evidenciando mais uma vez a expansão dessa modalidade. No entanto, um formato precisa do outro para um ensino completo.
Segundo o professor de Química da Plataforma Professor Ferretto, Michel Arthaud, “o isolamento social impediu as pessoas de saírem de casa e, com isso, a única forma possível de continuar os estudos era por meio da Internet. Assim, muitos aderiram a essa alternativa e tiveram a oportunidade de aprender fora de uma sala de aula tradicional”.
Na visão dele, já não é possível distinguir com tanta clareza essa divisão, até mesmo porque cada vez mais professores utilizam recursos digitais para chamar a atenção da turma, mesmo em uma aula presencial. “As duas realidades estão conectadas e, muitas vezes, é até mesmo difícil diferenciá-las. Então, não se deve mais pensar em optar por uma ou outra”, defende.
Pensando nisso, o docente listou algumas questões para demonstrar como essa opção veio para ficar:
Juventude hiperconectada:
Enquanto as gerações anteriores lembram com saudosismo da “vida analógica”, os mais novos já nasceram na era da Internet, em um ambiente hiperconectado e não costumam fazer uma separação tão clara entre os dois mundos. “O modelo phygital ganha espaço em todas as áreas. O conceito visa aproveitar o melhor de cada ambiente, oferecendo uma experiência mais imersiva e com possibilidade de interação, dessa forma construindo um ensino mais alinhado à realidade atual”, resume o docente.
Versatilidade:
Atualmente, as distrações são muitas e é um desafio se concentrar e se aprofundar em um determinado assunto. “É difícil prender a atenção do aluno até o final da explicação. Hoje, o jovem recebe múltiplos estímulos e é mais inquieto e imediatista. Sendo assim, as alternativas virtuais ajudam a fugir do ‘mais do mesmo’, por ser mais versátil e oferecer os conteúdos em diferentes formatos e canais”, avalia.
Aluno como protagonista de seu aprendizado:
Por meio das plataformas on-line, os jovens ganham maior autonomia para aprender da maneira mais adequada ao seu perfil, diferentemente do modelo 100% presencial. “O indivíduo faz a gestão de seu próprio plano de estudos, se organizando para participar das aulas e acessar os conteúdos”, diz Arthaud.
No entanto, ter disciplina é fundamental. “É preciso traçar um cronograma equilibrado, contemplando todas as matérias e segui-lo. É recomendado ter presença e não deixar de lado os conteúdos com grau maior de dificuldade”, explica.
Flexibilidade de horários:
As explicações ficam gravadas e os matriculados não precisam se adequar 100% do tempo a uma grade horária fixa, seguindo uma rotina menos “engessada”. “Cada um pode se programar como preferir. Independentemente do horário escolhido para se dedicar, o importante é reservar de fato aquele período do dia para esse fim, sem distrações ou interrupções”, alerta.
Melhor custo x benefício:
De forma geral, as plataformas oferecem preços mais acessíveis, pois não precisam de um espaço físico para comportar um número determinado de pessoas. Como podem ser acessadas por milhares de indivíduos, de qualquer localidade, os valores são muito mais em conta. “Dessa forma, a educação se torna mais acessível, sem deixar de lado a qualidade. Na web, se trabalha em escala. Sendo assim, o aluno precisa investir menos e também economiza por não precisar se deslocar todos os dias, poupando gastos excessivos com transportes, comida, entre outros aspectos”, complementa Arthaud.
Por fim, o especialista alerta para o excesso de tecnologia. “Apesar do recurso facilitar a vida dos envolvidos na cadeia escolar, o exagero atrapalha e pode até mesmo ser prejudicial. É inegável como as soluções devem ser aproveitadas, mas alguns cuidados são necessários para o método tradicional não ser 100% colocado de lado”.
Portanto, é fundamental reformular a base do ensino brasileiro para impactar positivamente em todos os âmbitos da sociedade e, assim, potencializar os talentos presentes em nosso país. Quer saber mais sobre os assuntos em alta? Em nosso site são publicados conteúdos todos os dias sobre o mundo corporativo. Se você está em busca de um estagiário ou aprendiz para fortalecer ainda mais o seu negócio, entre em contato com o Nube!
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