Segundo dados do IBGE, divulgados em maio, 8,8 milhões de pessoas estão em home office no Brasil. A prática trouxe benefícios, como a ausência de deslocamento entre a casa e o trabalho e a maior interação com a família, mas também exigiu mudanças comportamentais e de gestão.
De acordo com o estudo “Índice de Confiança Robert Half” a maior dificuldade dos profissionais, especialmente dos líderes, é motivar as equipes a distância, eleita por 61% dos entrevistados. O desafio supera inclusive a falta de proximidade física (29%), o controle (24%), a qualidade das entregas (26%) e o cumprimento da carga horária correta (19%).
Para Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half, a pandemia levou a maioria das pessoas a se reinventar no ambiente corporativo. Por isso, saber engajar os colaboradores é essencial. “41% dos funcionários qualificados e empregados estão motivados a buscar novas oportunidades no mercado de trabalho, com receio de perderem os atuais empregos. Portanto, a capacidade de motivação dos gestores se torna ainda mais urgente", afirma.
Para tornar a administração remota mais produtiva durante esse período, Mantovani destaca algumas recomendações aos diretores e supervisores.
Seja parte do time
A distância física ainda é uma recomendação de saúde, nessa situação, o gestor deve ter cuidado para não criar um abismo entre ele e a equipe. “Mantenha-se próximo, agende videochamadas pontuais para entender como os colaboradores estão e se têm sentido falta de algum apoio. Não se trata de micro gerenciamento, mas se sentir apoiado, importante e parte da empresa”, comenta o especialista. Algumas das ações possíveis sugeridas por Mantovani é presentear ou gratificar os funcionários por datas ou motivos especiais, tente manter essa dinâmica, na medida do possível.
Estabeleça metas e prazos
Para evitar crises e instabilidade, o diretor ressalta a importância dos líderes encontrarem seu mecanismo de gestão, expondo para todos a situação dos negócios dentro do atual contexto e detalhando a necessidade de comprometimento de cada membro do time. “Reforce como cada um pode contribuir para a melhora do cenário. Proponha metas e prazos. Nesse processo, a recomendação é estruturar um discurso realista, mas sem tom de ameaça”, sugere.
Pessoas felizes entregam resultados melhores
O ideal é encerrar o período de quarentena com saúde física e emocional. Então, é importante dedicar parte do seu tempo para entender quais têm sido as dificuldades e necessidades individuais dos colaboradores. “É possível e necessário oferecer férias para alguns ou um horário de expediente diferenciado para outros, por exemplo? Quando o contratado se sente valorizado tende a trabalhar mais feliz e retribuir com mais engajamento”, comenta Mantovani.
O profissional do futuro
Para Rose Gabay, diretora de Recursos Humanos na OdontoPrev, com a flexibilização da quarentena, os funcionários e os gestores estão se adaptando a novas demandas e responsabilidades, exigindo posturas adequadas ao atual contexto. “Hoje, a maioria das pessoas está atuando em casa e precisamos desenvolver habilidades imprescindíveis. Para começar, aprenda a dividir entre as esferas profissionais e pessoais. Todas essas mudanças nos ensinaram a lidar com várias frentes ao mesmo tempo, exigindo um nível de organização, otimização do tempo e capacidade de diálogo muito maiores”, aconselha a especialista.
Para a gestora, é importante questionar sobre sua produtividade e quais ferramentas tem utilizado para desenvolver novas competências: “já pensou o quanto você tem produzido? O teletrabalho já está trazendo a oportunidade de desenvolver adaptabilidade, consciência emocional, disposição para inovar, criatividade, autonomia, concentração, colaboração, uma visão mais aprimorada de gestão de pessoas, sociabilidade, solidariedade, pensamento crítico dentre outras características”, destaca Rose.
Portanto, se deseja ainda garantir a produtividade de sua equipe diante das novas exigências do mercado, acompanhe as matérias e conteúdos do Nube!