O mundo nunca esteve tão globalizado: diversos grupos estão conectadas e se interligam constantemente. Dentro das corporações, isso não é diferente. Nesse cenário, surge o conceito de Inteligência Cultural. Você já ouviu falar?
Viviane Vicente, consultora de competência cultural e fundadora da Rispetto Consulting, define essa ideia como: “a aptidão de se comunicar e operar com eficácia em contextos multiculturais.” Muitos podem acreditar se basear apenas em uma interação de pessoas oriundas de outras nacionalidades ou áreas geográficas, mas a especialista alerta como é preciso interpretar contrastes de gerações, gêneros, origens socioeconômicas e crenças.
Por isso, orienta: é necessário aprender a analisar as distintas realidades para manter boas relações profissionais.
Para ilustrar de uma forma mais compreensível, Viviane usa a seguinte hipótese: “algumas culturas, geralmente asiáticas, preservam o coletivismo e a noção de honra acima de outros valores. Destacar-se de maneira individual ou chamar a atenção para si mesmo nem sempre é bem-vindo. Trabalhadores com tais princípios se esforçam para obter sucesso em equipe. Portanto, uma multinacional com um programa de ‘funcionário do mês’, pode, inadvertidamente, criar um constrangimento ao invés de premiar.”
Assim, a Inteligência Cultural exige dos gestores e responsáveis a capacidade em perceber as subjetividades de seus colaboradores. Além disso, essa educação é essencial para não fomentar políticas organizacionais preconceituosas. “Adquirir conhecimento a respeito das semelhanças e divergências é muito importante, mas sem a real motivação para entender os outros, as diferenças serão tomadas sob uma visão estereotipada, ou de ‘nós fazemos certo’ x ‘eles fazem errado’.”
Essa conjuntura, no entanto, ainda é presente no campo empresarial do Brasil. De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Ethos, as mulheres representam somente 13,6% das vagas executivas, sendo ainda cargos de liderança ocupados 94,2% por brancos.
A economista, Penha Pereira, afirma: “considerando o lado de quem está buscando empreender ou gerenciar um time, essa pessoa deve procurar fomentar um futuro sustentável de seu projeto e muito mais, assegurar estar transformando a vida de seus colaboradores. Um verdadeiro líder empreendedor é quem faz da diversidade uma unidade.”
Para combater atitudes de intolerância e um ambiente de trabalho mais justo, manifesta-se a necessidade de repensar alguns costumes institucionais.
Como desenvolver a Inteligência Cultural em sua empresa?
Viviane recomenda: “equipes diversificadas aplicando as ferramentas de Inteligência Cultural superam em muito o desempenho e o número de projetos inovadores oriundos de times homogêneos.”
Entre esses mecanismos apontados por ela estão: “conectar indivíduos com visões variadas quanto ao tempo (planejamento de curto vs longo prazo); da comunicação (direta vs indireta); da expressividade (neutro ou. emotivo).” Ou seja, é preciso encontrar um denominador comum para o entendimento e inovação de todos.
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