Com o fenômeno da transformação digital, as empresas foram conduzidas a buscarem novas estratégias para se manterem à frente dos seus concorrentes. Essa revolução tem sido assistida em praticamente todos os setores. No de Recrutamento e Seleção, não é diferente.
De acordo com Celson Hupfer, CEO da Connekt, havia apenas três formas de recrutar talentos: indicação, a busca direta pelo RH ou a utilização de consultorias especializadas. Assim, para selecionar os melhores candidatos, os processos eram relativamente os mesmos de sempre: receber e analisar currículos físicos, aplicar testes presenciais, convocar para longas jornadas de entrevistas ou dinâmicas e, por fim, escolher quem melhor atendesse as competências técnicas requeridas pela vaga.
“Graças a tecnologias como a Internet e as redes sociais, esses formatos enfrentaram sua primeira grande modificação: os documentos podiam ser entregues por e-mail ou ser consultados em redes sociais, como o LinkedIn”, explica. Isabelle Couto é um exemplo disso.
A estudante de engenharia química da Universidade de Salvador, se preocupa com as suas postagens e comentários no mundo digital. “Hoje existem muitas tecnologias e maneiras de procurar informações sobre determinado alguém, então caso haja alguma postagem incompatível com o perfil esperado, pode impactar sim na hora de conquistar a vaga. Dessa forma, prefiro evitar minha exposição”, conta.
Além disso, os talentos são localizados com o auxílio de estratégias de marketing pelos quais se utilizam tags e algoritmos capazes de identificar pessoas com maior potencial e fit com a vaga oferecida. Ou seja, as organizações agora precisam se vender, disponibilizando vídeos institucionais e depoimentos de colaboradores ou mesmo de ex-funcionários, o chamado "employer branding". “O profissional, por sua vez, pode participar da seleção on-line, de qualquer lugar, utilizando seu laptop, tablet ou smartphone”, destaca Hupfer.
O futuro do RH
Ainda segundo o especialista, a digitalização dos procedimentos, por trás desse mecanismo, traz enormes vantagens de tempo e custo. Dessa maneira, os RHs efetivamente podem se dedicar mais às questões estratégicas e menos às operacionais. “Mesmo assim, esses métodos não mudaram a essência. Contudo, a verdadeira revolução da indústria 4.0 ainda está por vir e ela vem da Inteligência Artificial”, destaca.
Com essa nova transformação, a escolha dos indivíduos será mais objetiva e menos dependente do julgamento subjetivo de recrutadores. “Tanto candidatos, quanto corporações poderão reduzir seus erros nos processos de contratação, diminuindo o turnover e absenteísmo, melhorando performance e ambiente interno”, exemplifica.
Assim, com o objetivo de entender e selecionar de maneira assertiva, as áreas de RH incorporam cada vez mais conceitos de TI. De acordo com Hupfer, algoritmos são desenvolvidos a partir de respostas ou de informações em redes sociais para verificar se são compatíveis com valores e visões do empreendimento.
Todas essas adaptações e atualizações são exemplos dos primeiros passos da revolução tecnológica, a qual está mais próxima a cada dia. O fundamental é estar preparado para tal. Veja mais sobre o assunto em nossa matéria: A tecnologia a favor do RH.