Desde o dia no qual a criminalização do racismo se tornou lei no Brasil, há 30 anos, a sociedade civil tem passado por um processo de evolução. De acordo com a pesquisa inédita “A Diversidade e Inclusão nas Organizações no Brasil”, realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), um percentual próximo de 90% nunca sofreu qualquer tipo de situação de discriminação na organização onde trabalha atualmente.
O estudo ouviu 269 profissionais, de todo o Brasil, sendo 68% privadas, 47% localizadas no estado de São Paulo, e 58% com mais de mil empregados, representantes de quase todos os setores da economia. Os casos nos quais ocorreram uma ou mais vezes situações de discriminação, foram em relação à idade (29%) ou à altura e peso (24%). Embora o “bullyng corporativo” ainda surpreenda, um outro dado marcante foi apresentado: 36% sofreram preconceito relacionado à orientação política.
De acordo com Hamilton dos Santos, diretor-geral da Aberje, os dados levantados pela pesquisa demonstram a situação mais como decorrência do momento do país. “Apesar de estarmos vivendo um momento intenso de polarização política, os líderes e gestores devem ficar atentos para eventuais conflitos não se tornarem crônicos e contaminarem a companhia como um todo”, enfatiza.
Para a psicóloga, Rafaela Gonçalves, cada um deve fazer uma autorreflexão, a fim de conter comportamentos causadores de danos, podendo chegar a processos judiciais. “Afinal, bullying no mundo corporativo é tratado como assédio moral, então, todo cuidado é pouco”, explica a especialista.
Portanto, fique de olho em seus comentários e, caso perceba uma postura em desacordo com a ética e o respeito, converse com o seu gestor.