No ano de 1900, a expectativa de vida de um brasileiro ao nascer era de apenas 33 anos. Em 1940, era de 43 e em 2016 atingiu 75,8 anos. As pessoas estão vivendo mais, muito mais. É uma mudança radical, com impactos no mercado de trabalho, na previdência, na saúde, nas finanças pessoais e em todos os aspectos econômicos e sociais. Praticamente nenhum setor deixará de ser impactado pelas aletrações demográficas e pela expectativa de vida.
Em relação às empresas abertas no território brasileiro, 60% delas morrem antes de completar cinco anos. Em setembro de 2016, apenas 34 organizações no país tinha mais de cem anos. No atual mundo instável e de revolução tecnológica constante, as corporações estão existindo por um período curto. “Hoje, até mesmo gigantes, como a General Motors, estão morrendo cedo. Há seis ou sete décadas, as companhias duravam um período maior, os colaboradores ingressavam em um trabalho e só saíam ao se aposentar. Esse tempo acabou”, assegura José Pio Martins, economista e reitor da Universidade Positivo (UP).
Diante desse cenário, duas perguntas se impõem: (a) por que esses fenômenos estão ocorrendo? e (b) quais as consequências para nossa vida pessoal? “Quanto à primeira, há algo interessante: os dois fenômenos responsáveis por maior tempo de vida da população são os mesmos das empresas durarem menos. Esses fatores são: o progresso da ciência e a revolução tecnológica”, explica o especialista.
A explosão de descobertas e invenções trazem novidades permanentes, sem data para acabar. Para quem tiver saúde, o período de trabalho será de 50, 60 anos. Os jovens parecem já vislumbrar esse fato. Segundo uma pesquisa realizada pelo Nube, 46,53% de quem tem entre 15 e 26 anos não planeja sua aposentadoria, pois acredita ser um tema prematuro para ser abordado. A psicóloga Skarlett Oliveira avalia a situação: “eles adiam o quanto podem essa ação, pois vivem o momento como se não houvesse amanhã”.
Contudo, as mudanças pelas quais o mundo está passando exigem adaptação e flexibilidade. Teimar contra os fatos não é bom caminho e quanto antes nos preparamos para a nova realidade, melhor lidaremos com os fatos!