A crise econômica e política pela qual o país vem passando afeta a maior parte dos brasileiros. Mais de 11 milhões estão sem uma colocação no mercado e com poucas expectativas para retomar o estilo de vida com o qual estavam acostumados. Diante desse cenário, como agir?
Segundo o IBGE, o desemprego rompeu a barreira dos 10% da população economicamente ativa, ou seja, aquela em condições de trabalhar. Para José Pio Martins, economista e reitor da Universidade Positivo, a situação é muito grave. “A primeira observação é: o número de pessoas ocupadas depende do tamanho do Produto Interno Bruto (PIB). Quando o PIB de 2014 ficou do mesmo tamanho do ano anterior e o de 2015 caiu 3,5%, a consequência natural seria o aumento da falta de emprego”, explica.
Há pelo menos três tipos de desemprego. O primeiro é o keynesiano, cuja causa é a insuficiência de demanda agregada, isto é, do consumo das pessoas, do governo, queda dos investimentos das empresas e do resto do mundo. Caindo a procura, a produção é reduzida, indivíduos são demitidos e parte do estoque capital, como fábricas, infraestrutura, máquinas, equipamentos etc, entra em ociosidade.
O segundo é o marxiano, onde há insuficiência de capital para ocupar toda a mão de obra disponível. Ou seja, mesmo havendo demanda, não é possível atender todos em condições de trabalhar e isso gera duas consequências: elevação do desemprego e declínio dos salários, fazendo girar a roda da oferta e procura.
O terceiro fator para a diminuição na oferta de colocações é o tecnológico. Em 1970, o Brasil tinha 46% da população vivendo na zona rural. Hoje, apenas 12% vivem no campo, como resultado das tecnologias produtivas, responsáveis por diminuir a necessidade de gente. Nas últimas décadas, o mesmo aconteceu com a indústria de transformação. A expressão “colarinho branco” surgiu em meados da década 1950, quando o número de empregados de macacão na lavoura e nas fábricas tornou-se menor em relação ao de trabalhadores em setores administrativos e de serviços. No futuro, a maioria das indústrias funcionará praticamente sem operários, substituídos por robôs sapiens.
“No Brasil, os três tipos de desemprego estão presentes. A compreensão desse problema não é tão simples quanto transparece nas discussões de nossos governantes, dos parlamentares e da maioria dos dirigentes sindicais”, afirma o economista.
Perante essa realidade, Clarice Dahis, Coordenadora do Ibmec Carreiras no Rio de Janeiro, ressalta a necessidade do incentivo, cada vez maior, à educação. “Investir em um aprendizado contínuo e de qualidade é essencial, pois o conhecimento possui impacta em todas as áreas da vida, promove desenvolvimento social, econômico e cultural. Os estudos levam os jovens a buscarem projetos de relevância e os impulsionam a contribuírem de maneira positiva para a sociedade”, garante.
Com relação ao mundo corporativo, a dica é treinar o português, ainda um dos maiores reprovadores em processos seletivos, ir em busca de novos idiomas, desenvolver habilidades como proatividade, espírito de equipe, resiliência e inteligência emocional. No mais, ter paciência, pois a oportunidade ideal chegará. Afinal, existe o perfil certo para a vaga certa.
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