Investir apenas em conhecimentos técnicos não é garantia de sucesso na carreira
A inteligência emocional tornou-se mais uma importante referência no universo corporativo. Neste cenário, trabalhar as próprias emoções a fim de produzir efeitos positivos é uma habilidade decisiva na carreira de qualquer profissional em busca de sucesso. De acordo com especialistas, a procura por conhecimentos sobre o tema também garante a manutenção da qualidade de vida.
O modelo de inteligência emocional foi desenvolvido a partir de um estudo realizado por Daniel Goleman, psicólogo americano e Ph.D. pela Universidade de Harvard. Resumidamente, caracteriza a forma de se lidar com as nossas próprias emoções e com as das pessoas ao nosso redor, entre outras habilidades. A proposta de Goleman deve sua origem à uma pesquisa anterior sobre as Inteligências Múltiplas iniciada, na década de 80, pelo Dr. Howard Gardner.
Expressar a emoção não era visto como algo inteligente. Por muito tempo, acreditou-se no QI (Quociente de Inteligência) como a única medida válida, sendo esta determinada geneticamente e sem condições de ser modificada. Hoje, esse enfoque mudou bastante e passou a ter um papel preponderante até mesmo no trabalho, ressalta Deroni Sabbi, psicólogo, conferencista e diretor do Sabbi Institute Desenvolvimento Humano. Atualmente, a inteligência emocional também marca presença desde o processo seletivo, sobretudo no caso de líderes e gestores. O conhecimento dos próprios pontos fracos e fortes e o uso disso são instrumentos para se superar muitos desafios. Sobretudo a intuição e a criatividade estão muito valorizadas, pois através delas um executivo pode pressentir os próximos movimentos e tendências do mercado, reforça Sabbi.
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Para Suzy Fleury, psicóloga e consultora empresarial, o conceito foi levado às empresas a fim de mostrar que o desempenho é conseqüência de conhecimentos técnicos, de planejamento estratégico e, principalmente, da parte atitudinal ou postura. É um modelo ampliado responsável por colocar as emoções no centro das habilidades para viver. E os benefícios dessa alfabetização ocorrem nos planos: pessoal, familiar, social e profissional. A especialista também já atuou como responsável pela preparação psicológica da Seleção Brasileira de Futebol e é autora do livro Competência Emocional. |
E como o indivíduo pode trabalhar a própria inteligência emocional? Segundo Suzy Fleury, compreender o mecanismo das emoções é o primeiro passo para o desenvolvimento da habilidade. A ansiedade, por exemplo, origina-se da importância de uma situação futura somada à incerteza de seu resultado. Isso gera um pensamento temporário que pode ser produtivo ou não. Em casos como esse, o equilíbrio é o mais recomendável. Não precisa ser otimista o tempo todo e sim extrair um lado positivo de situações com muitos aspectos negativos, ressalta a psicóloga.
Ithia Farah, gerente de Recursos Humanos do NUBE Núcleo Brasileiro de Estágios, compreende como fundamental a participação dos líderes no processo de aconselhamento de toda a equipe. A liderança pode servir de exemplo e incentivar o amadurecimento da inteligência emocional dos colaboradores. Isso ocorre através de feedbacks periódicos, acompanhamentos de desempenho e indicações de leituras complementares, explica.
Diversas instituições - através de abordagens próprias da psicologia - desenvolvem cursos e workshops sobre o assunto para escolas, empresas e público em geral. Existe uma tecnologia que permite esse desenvolvimento tanto na área de dinâmica de grupo como na de Programação Neurolingüística e outras disciplinas análogas, conclui Deroni Sabbi. Suzy Fleury complementa e aconselha: Há livros, artigos, vídeos e palestras para quem pretende aprender sobre esse universo. E o mais importante: viva o m