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Segundo pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), 83,5% dos estudantes que se candidatam a uma vaga de estágio são reprovados nos processos seletivos por falta de conhecimento de português.

Além dos resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) deixarem claro que a língua portuguesa é uma disciplina que poucos estudantes brasileiros dominam, o Nube apresenta dados de um estudo amplo, analisando o desempenho de 59.776 candidatos a vagas de estágio.

Apenas 16,5% apresentaram nível gramatical suficiente para preencher as vagas. Ou seja, de cada dez estudantes, menos de dois reúnem o conhecimento necessário para serem aceitos em uma fase de preparação para o mercado de trabalho. Sendo assim, não é difícil concluir como será a vida profissional desses brasileiros.

E como se o resultado acima não fosse ruim o bastante, um dado consegue ser ainda mais alarmante: os estudantes de pedagogia estão entre os piores desempenhos.

Apenas 6,5% deles tiveram uma boa performance.

Diante do fato de que quase 94% dos futuros professores e educadores não têm o conhecimento necessário da língua portuguesa – nem sequer para preencher uma vaga de estágio – outra conclusão também se torna bem óbvia: a tendência é piorar ainda mais.

O Brasil é um dos países sul-americanos que mais investe em educação – em termos de porcentagem do PIB – porém, os resultados se mostram cada vez mais aquém do mínimo necessário.

Se os próximos governos não trabalharem arduamente para mudar esse quadro, não passaremos de um país que gasta muito, mas gasta mal.

É preciso ir além dos discursos contra a evasão escolar, onde cada estado e município toma medidas paliativas para manter o aluno em sala de aula.

Pelo que estamos vendo claramente por meio de estudos, pesquisas e análises diversas, ano após ano, é que não basta estar na escola, mas é preciso oferecer ensino de qualidade utilizando métodos realmente eficientes.

Em vez disso, a escola tornou-se um núcleo de militância política, muito mais preocupada em doutrinar do que ensinar, aproveitando-se da audiência cativa dos alunos para promover ideologias que – como o próprio termo define – não passam de ideias e nada têm a ver com ciência.

Em meio a isso tudo, não são apenas os estudantes que saem prejudicados, mas sim, a sociedade como um todo. Estejamos alertas nas eleições que se aproximam, pois o caminho para a retomada do ensino é longo e não temos mais quatro anos a perder.

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