Pesquisa indica que 46% dos jovens entre 16 e 24 anos são reprovados em processos seletivos por não dominarem o idioma.
Deslizes na Língua Portuguesa têm reprovado 46% dos jovens que se candidatam a vagas de estágio ou aprendizagem. É o que aponta pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE) divulgada em setembro.
O resultado foi obtido a partir da aplicação de um ditado com 30 palavras do cotidiano, como “exceção”, “textura”, “artificial”, “autorizar”, “licença” e “desperdício”. Quem cometesse mais de sete erros era eliminado do processo seletivo e o desempenho dos candidatos foi negativo. Dos 8.239 avaliados, 3.811 foram reprovados.
Separada por níveis de escolaridade, a pesquisa revela também que 49,6% dos universitários foram reprovados. Para Yolanda Brandão, gerente de treinamentos do NUBE, os números chamam atenção para uma deficiência grave na formação do estudante na educação básica. “A alfabetização deve ser tratada como um processo de longo prazo. Não é na faculdade que se corrige essa deficiência”, diz.
Já na segmentação por áreas, candidatos de Ciências Humanas e Sociais tiveram 85,3% de êxito, seguido pelos de Engenharia (80,7%). E se em casa de ferreiro, espeto é de pau, os estudantes de Comunicação deixaram a desejar, com 53,9% de reprovação.
Yolanda destaca, no entanto, que cabe aos jovens serem autores da própria carreira, compreendendo quais são as dificuldades enfrentadas e buscando alternativas para minimizar a falta de conhecimento sobre o idioma. “Isso é possível a partir de cursos, leitura e revisões do próprio texto”, exemplifica.
Yolanda Brandão, gerente de treinamentos do NUBE