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Dinheiro não traz felicidade, mas satisfação pessoal sim. Pelo menos para jovens de 15 a 26 anos e que estão iniciando carreiras no mercado de trabalho. Uma pesquisa nacional do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), realizada entre 16 de dezembro de 2013 e 3 de janeiro deste ano, revelou que o salário já não é o fator mais relevante. A pesquisa, com o tema “Para você, o que significa ser feliz no trabalho?”, mostrou que 53,01% de um total de 7.791 votantes escolheram a opção “Satisfação pessoal com seu desempenho”.

Luciana Rosmaninho, analista de treinamento do Nube, comenta que os jovens que estão iniciando no mercado de trabalho procuram valores próprios, diferente das gerações passadas, que estavam mais preocupadas com estabilidade financeira. “Esta nova geração de jovens busca um significado que dá sentido às coisas, colocar a satisfação pessoal em primeiro lugar é um sinal claro da importância que eles dão aos próprios valores. Esta nova visão do trabalho se deve também às referências que possuem da geração anterior, que foi caracterizada por muito trabalho em troca de boa remuneração, mas não necessariamente a satisfação pessoal”, afirma.

A segunda alternativa da pesquisa mais votada foi “Conseguir conciliar vida pessoal e profissional”, que também teve um peso significativo nos números, com 27,94% dos votos. Em terceiro e quarto lugar ficaram, respectivamente, “Ter um relacionamento saudável com os colegas” (9,87%) e “Alcançar altos cargos e ter status” (6,83%).

A opção com menor índice de aderência (2,35%) foi “Ganhar muito dinheiro”. Para Luciana, um dos motivos dessa mudança de paradigmas é que os jovens perceberam a desventura das gerações passadas escolhendo carreiras que trouxessem apenas estabilidade financeira. “De maneira geral, os jovens ainda se preocupam com a questão monetária. No entanto, o grande foco desses profissionais é a possibilidade de transformar. Portanto, seu objetivo profissional aponta para as atividades que trarão diferenças no mundo e em sua vida. Para muitos deles, o retorno monetário será uma consequência de um bom trabalho e não o objetivo final. Acrescido a essa razões, também observamos uma geração anterior focada no sucesso de uma carreira, porém, não mais feliz por isso. Esse ponto também serve de referência aos jovens, que optam por valorizar outros pontos em uma carreira”, explica.

O perfil dos votantes da pesquisa representa jovens que estão ingressando no mercado de trabalho, profissionais que dentro de alguns anos assumirão posições de grande relevância, a chamada geração Y, um conceito sociológico voltado para se referir a pessoas nascidas em meados da década de 70 até os anos 90. Eles foram criados para fazerem o que gostam e se especializarem em suas áreas, incentivados pelos seus pais. Estes últimos fazem parte da geração Baby Boomers, que nasceram entre as décadas de 40 e 60 caracterizados por buscarem estabilidade financeira como primeiro objetivo.

“Seguir seu sonho” é uma frase que só apareceu nos últimos 20 anos, de acordo com o Ngram Viewer, uma ferramenta de busca de análise de dados do Google, que permite saber a quantidade de vezes que uma frase aparece em textos em determinado intervalo de tempo. De acordo com o site americano Wait But Why, essa ferramenta mostrou que a sentença que está atualmente em moda é “realização profissional”, ao contrário de “carreira estável”, frase obsoleta nas pesquisas.

(Leia a reportagem completa na edição nº89 da Revista NORDESTE, à venda em todas as bancas do país)

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