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Enquanto cresce o número de jovens que buscam os bancos acadêmicos para aprender uma profissão, também é comum ouvir os novatos candidatos a uma vaga de trabalho reclamarem que não conseguem emprego porque não têm expe­riência profissional. Com programas para a empregabilidade e orientação de carreira dos estudantes, o papel das instituições de ensino na colocação de seus alunos no mercado vai além de dar uma "forcinha" para pôr em prática o conheci­mento ad­quirido ain­da durante a graduação.

De acordo com dados do Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) e do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), apenas dois em cada 10 estudantes fazem estágio durante o curso que escolheram. O número é conside­rado baixo se levarmos em consideração a importância do aprendizado prático oportunizado pela realização de um estágio e deste primeiro contato do futuro profissional com a área de formação escolhida.

"O estágio é um processo de aprendizagem indispensável para qualquer estudante e uma ferramenta efetiva de capacitação profissional capaz de prepará-lo devidamente para enfrentar todos os desafios que se impõem a uma carreira de sucesso", afirma Eduardo de Oliveira, superintendente de Operações do Ciee. Ele destaca que o estágio é antes de tudo um ato educacional e por isso quem dá as regras para a sua realização são as próprias instituições de ensino.

De fato a responsabilidade de instituições e empresas já está prevista na Lei do Estágio, a qual aborda todos os aspectos que envolvem essa relação de trabalho e determina os direitos dos estagiários. "A lei deixa claro as atribuições das instituições de ensino como o acompanhamento do aluno durante o estágio e os limites de atuação dele na empresa", explica Roberto Leal Lobo, sócio-diretor da Lobo e Associados Consultoria e presidente do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação.

Na hora certa
O estágio de estudantes pode ser considerado uma ponte para uma boa colocação no mercado. De acordo com o consultor Lobo, essa é uma estratégia muito comum entre as empresas, que tendem a priorizar a contratação de bons estagiários ou trainees em detrimento de outros candidatos sem essa experiência.

Na avaliação de Ana Maria Costa de Sousa, vice-presidente acadêmica da Anhanguera Educacional, colocar o aprendizado em prática já durante o período universitário também é importante para completar a transição para a vida adulta.  "A educação formal tem participação fundamental na vida das pessoas, mas é na universidade que o aluno se define em termos de carreira e projeto de vida", comenta.

Ana Maria chama a atenção, no entanto, para os casos de estágios supervisionados previstos em alguns cursos - os chamados estágios obrigatórios, comuns em áreas da saúde, por exemplo. "Nesse caso, não é permitido que o aluno antecipe a experiência do estágio, pois precisa de uma formação anterior para atuar na área", explica.

Primeiro preparar uma base de conhecimento para só depois buscar o mundo do trabalho é o que defende Tatiana Ferrentini, psicóloga e consultora de carreiras da ESPM, que incentiva os estudantes a buscar um estágio a partir da metade do curso. "O mercado exige cada vez mais uma forte base teórica e formação mais consistente, que é adquirida nos primeiros anos do curso", justifica.

Setor específico
Seja mais cedo ou mais tarde, o consenso dos especialistas está na importância de pôr os alunos em contato com o mercado de trabalho ainda durante o curso. Na opinião de Maria Bernadete Pupo, consultora de recursos humanos e professora do Centro Universitário Fieo (Unifieo), as instituições já perceberam esse movimento e começam a investir em ações para a empregabilidade de seus alunos. "Oferecer parcerias com empresas, acompanhamento e aconselhamento de carreira para os seus alunos é uma tendência que deve ser acompanhada", sugere.

Oferecer uma área específica na instituição para dar suporte ao aluno no desenvolvimento da carreira é visto como uma necessidade pela psicóloga Tatiana. "O jovem que chega a uma universidade hoje tem baixa tolerância à frustração, porque foi muito protegido pela família e conhece uma realidade bem diferente da que existe efetivamente. Então temos de abrir um espaço na universidade para trabalhar com o emocional dele e com a questão da escolha da carreira que ele quer seguir", explica. Para ela, a falta de um departamento que ofereça esse serviço dentro da instituição tende a elevar o índice de evasão.

Roberto Leal Lobo considera, inclusive, que o aconselhamento de carreira seja trabalhado desde a saída do aluno do ensino médio e não apenas no final da graduação, o que evitaria escolhas equivocadas de cursos e evasões. "Uma instituição que, entre suas atividades, inclui a orientação profissional para que o aluno saiba como, o que, quando, onde e com quem buscar o que deseja em relação ao seu futuro profissional está agregando valor ao diploma dele", sugere.

Além disso, os especialistas destacam ainda a criação de uma área específica de estágios. O setor deve se responsabilizar por avaliar as instalações do local de trabalho do estudante e a compatibilidade das funções desempenhadas com a formação profissional e cultural exigida pelo curso.

"Um bom estágio se caracteriza exatamente por sua realização ao longo do curso, pois permite que o aluno retorne à instituição com sua experiência, problemas e novas visões para receber a devida orientação docente", visualiza Lobo. De acordo com ele, se houver um bom programa de acompanhamento na instituição de ensino superior, a experiência vivenciada pelos alunos que realizam estágio pode servir de subsídio para a própria instituição na adequação e elaboração de novos programas.

Para Roberto Leal Lobo, as instituições que conseguirem realizar um acompanhamento sistemático dos seus egressos no mercado de trabalho vão estar à frente das demais. De acordo com ele, a questão da empregabilidade começa desde a definição do projeto pedagógico do curso até a formatação final do perfil do aluno formado. "Entretanto, ainda pouco usamos dados concretos do acompanhamento profissional dos ex-alunos para enriquecer os cursos ou melhorar a capacidade de colocar os alunos rapidamente no mercado pretendido", encerra.

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