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Muito já se falou sobre a geração Y, hiperconectada e que tem pressa para crescer no mercado de trabalho. Essa mesma turma, no entanto, está derrapando no básico: não sabe escrever corretamente.

Uma pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) aponta que 40% dos universitários ficam reprovados nas seleções porque não dominam (e isso é eufemismo, vide fotos na página ao lado) o idioma natal. 

Na área do Jornalismo, por exemplo, cerca de 49,45% dos jovens cometem erros acima do limite aceitável em testes ortográficos. Um percentual absurdo, já que a palavra é a matéria-prima de trabalho desses profissionais. Alunos de outros cursos estão em situação ainda pior.

Os estudantes de Pedagogia têm até 50% de erros e, no caso dos alunos do curso de Matemática, o número é ainda mais macabro: 66,66%. Nos segmentos de Artes e Design, o índice alcança 70,59%. 

No caminho oposto, o daqueles que foram bem nos testes, estão os estudantes das Engenharias. O índice de acertos desse grupo é de 74,48%. No topo dos que escrevem melhor, estão os futuros advogados, com 82,75% de êxito nas provas.

O acesso fácil à tecnologia pode explicar parte dessa falta de cuidado com a língua portuguesa. A internet, com os programas de bate-papo e as redes sociais, pede rapidez. Na web, escrever a frase "você vem aqui hoje?" dispensa muitas, muitas letras. Afinal, "vc vem aki hj?" é recado entendido e bem mais econômico.

"O internetês é uma nova forma de linguagem. Mas não podemos julgar se ela é boa ou ruim. Temos de observar se ela é ou não adequada para cada ocasião. Nas conversas pela internet, é preciso digitar com rapidez e não há exigência da norma culta. Mas é preciso deixar claro que é uma linguagem para ser usada nesse ambiente e não em ocasiões formais ou de trabalho", avalia Lizandra Bastos, analista de treinamento do Nube.

O uso intenso da internet tem sim influência negativa em alguns casos. Mas o cerne do problema surge nas próprias salas de aula, aponta Lizandra. Há, segundo ela, um relaxamento da escola com a escrita. "Percebemos que o aluno está lendo menos. E isso, aliado ao uso demasiado da internet, gera essa escrita deficiente".
foto: Ricardo Medeiros

Um bom exemplo. Escrever bem foi um dos motivos que levaram à contratação de André Zonta. Psicólogo, fez estágio por um ano e meio na Psicoespaço e teve a carteira assinada logo depois. Leitura, para ele, é fundamental.

Ansiosos

O impasse surge quando uma mesma geração, em muitos casos despreparada, tem ânsia de subir na vida. O imediatismo, característica da geração Y, bate de frente com profissionais sem o nível de excelência de que as empresas precisam e exigem. É o imediatismo desse grupo refletindo diretamente na forma como se comunica.

"Os jovens de hoje trabalham a hierarquia de forma diferente e precisam das coisas acontecendo rápido. Isso se reflete na forma com que se comunicam. A comunicação, para eles, não representa sentimento. É um jeito de informar de forma rápida e eficiente, com textos curtos e rápidos, sem floreamentos". 

O conselho de Lizandra é o que o músico Djavan julga ideal: "Um bom lugar para ler um livro" somado à tranquilidade na hora das decisões. "Para se comunicar com clareza, ter um bom português, não há fórmula mágica. Tem de ter contato com a língua, com a norma culta, ler bons livros. Já para domar a ansiedade de tudo ao mesmo tempo, a dica é pensar antes de agir e olhar para o resultado a longo prazo antes de criar expectativas imediatas".
 
Desafio é um bom incentivo para profissionais de até 30 anos

O desafio de melhorar o português e driblar a ansiedade pode ser o estopim para uma escalada profissional de sucesso. Isso porque  profissionais entre 20 e 30 anos trabalham melhor quando são desafiados.

Ao menos é o que aponta  a pesquisa realizada pela Page Personnel – empresa global de recrutamento especializado em profissionais de suporte à gestão e primeira gerência.

O levantamento mostra que são os projetos que apoiam o desenvolvimento profissional que motivam os colaboradores nessa faixa etária. Melhorar a escrita e a palavra, portanto, pode se encaixar muito bem nessa situação, que foi citada por 42,2% dos 200 profissionais entrevistados.

“Os desafios apresentados em um ambiente organizacional podem gerar uma série de consequências à evolução de um profissional, que podem ser positivas ou negativas (…) Se o profissional escolher sair de sua zona de conforto e buscar desenvolvimento em todos os novos aspectos relacionados a esses desafios,  adaptando-se às mudanças e buscando as melhores estratégias para solucionar possíveis problemas, as chances de que ele se motive e busque aprender cada vez mais são ainda maiores”, ressalta o diretor executivo da Page Personnel, Danilo Castro, em entrevista ao InfoMoney.

Ter paixão pelo que se faz também é um estímulo a mais, segundo o estudo. Entre os profissionais que participaram da pesquisa, 21,6% assinaram embaixo dessa premissa. Um outro ponto que ajuda a fazer um bom trabalho para pelo menos 15,7% dos entrevistados é ter  autonomia para planejar ou tomar decisões sobre os assuntos que estão sob sua responsabilidade.

Com menores percentuais de resposta, os profissionais também citaram a possibilidade de promoção e aumento de salário a médio ou curto prazo (10,8%).


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