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Falta de pessoal qualificado leva empresas a disputar jovens no início da vida profissional. Resultado: muitas bolsas-auxílio estão inflacionadas

AMANDIO FERNANDES, aluno de Engenharia (à esquerda), e Michael Marinho, de Economia: áreas mais bem pagas

Quando o assunto é grana no bolso no fim do mês, estudantes de Economia e Engenharia podem se considerar privilegiados. Segundo uma pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), as duas áreas, entre as mais aquecidas da economia brasileira, são as que melhor remuneram os estagiários. Em média, o futuro economista ganha R$1.089,57 de bolsa-auxílio, enquanto o futuro engenheiro recebe R$1.053,40.

Em seguida no ranking vêm as carreiras de Secretariado Executivo Trilíngue (R$1.009,53), Agronomia (R$1.053,40) e Comércio Exterior (R$989,56). Em relação ao ano passado, o destaque foi Agronomia, com crescimento de 65%.

MUITA DEMANDA E POUCA OFERTA

De acordo com Carmen Alonso, gerente de treinamento do Nube, a situação é explicada basicamente pelo aquecimento do mercado de trabalho, o que gera forte demanda. No caso do curso de Economia, ela ressalta as várias possibilidades de atuação na área.

— Economia sempre esteve entre as mais bem pagas, mas deu um salto do ano passado para este. O profissional da área é requisitado em muitas empresas para trabalhar com estudos de viabilidade e análise de concorrência. É uma área que gera subsídios para as decisões do negócio, independentemente de qual seja ele. Além disso, há uma maior oferta de trabalho em corretoras de valores — afirma.

O estudante do 4º período de Economia da Uerj Michael Marinho conta que as altas remunerações já no estágio atraem muita gente para o curso. E não são poucos os que rejeitam ofertas de trabalho por considerar os valores da bolsa-auxílio baixos.

— Muita gente escolhe esse curso pensando em ganhar dinheiro. Então, não aceita estágio se não for para ganhar pelo menos R$1 mil. Outro dia apareceu aqui uma oportunidade que pagava R$1,6 mil. Mas só pega quem tem nota boa. O problema de alguns desses trabalhos é que não permitem ao estagiário se desenvolver — diz o jovem, que trabalha na empresa júnior da faculdade, a Economus, e, por enquanto, não ganha nada.

ESTAGIÁRIO DE CARRO NOVO

O caso do futuro engenheiro civil Amandio Fernandes, aluno da Uerj de 22 anos, é a prova de que faltam muitos profissionais para tocar as obras desenvolvidas no país, relacionadas a programas como “Minha Casa, Minha Vida” e aos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. No 6º período, ele já passou pela Construtura Santa Izabel e agora está na Gafisa. Em menos de três meses no novo estágio, já recebeu propostas de outras empresas. Com o dinheiro que ganha, Amandio está financiando um carro.

— Os estágios em engenharia pagam realmente mais do que a média. Tenho um amigo que fez Direito e nunca ganhou tão bem como estagiário. Depois que você entra no mercado, as pessoas vão te chamando. Um engenheiro de uma te leva para outra, e por aí vai. Em Civil você já se forma contratado. Minha chefe tem 23 anos e é responsável pela obra — conta o estudante.

A gerente do Nube ainda enxerga outro fator para os altos salários nas duas áreas: a grande exigência de matemática.

— No caso da engenharia, já é um lugar-comum dizer que faltam profissionais no mercado. Mas o que é comum às duas áreas é que muita gente foge da área de exatas, ou por não se dar bem nas disciplinas ou por, ao longo da trajetória escolar, não ter tido uma boa formação nelas. Com menos oferta, elas pagam mais — afirma Carmen.

Sócio da Clave Consultoria, empresa responsável por diversos processos de seleção para estágio e trainee, Roberto Costa conta que a falta de qualificação adequada para o posto gera uma distorção: há seleções que chegam a contar com 10 mil inscritos para 30 vagas, mas a grande maioria não atende aos requisitos.

— São muitos candidatos, mas você não tem tanta gente com boa formação e preparada para atender à demanda — ele analisa.

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