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A partir da implemantação desta lei, o papel do estagiário vem se tornando mais relevante

O estágio é essencial para o desenvolvimento profissional de qualquer estudante. O aproveitamento desse período, no entanto, depende da dinâmica das corporações brasileiras e das limitações do nosso mercado de trabalho.

Em meio a isso, a aprovação de direitos trabalhistas para estagiários, através da Lei 11.788/08, representa um avanço importante quanto aos direitos e deveres de estagiários e empresas. A partir dela, espera-se mais transparência na relação entre aqueles que precisam de treinamento para ingressar no mercado de trabalho e aqueles que precisam de uma mão de obra cada vez qualificada para enfrentar um contexto econômico altamente competitivo.

Para Cláudia Giannoni, assessora de imprensa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), o estagiário, apesar de não possuir a qualificação de um profissional atuante no mercado, deve ter acesso a todos os benefícios de um trabalhador formal, além de treinamento para inseri-lo no mercado de trabalho. Segundo ela, as empresas têm mudado a postura com relação aos estagiários. “As corporações já estão mais atentas ao fato de o estágio ser um ato escolar supervisionado e já têm dado mais suporte nesse primeiro contato dos jovens com o mercado de trabalho”, afirma.

O advogado Ruy Coppola Jr. ressalta que há um sério problema no mercado de trabalho no Brasil que impede a existência de uma dinâmica mais justa entre empresas, profissionais e estagiários: os altos encargos trabalhistas. Muitas corporações têm no estagiário seu principal ativo de trabalho, uma vez que realiza as mesmas tarefas de um profissional a um custo menor. Coppola Jr. explica ainda que há outro lado na perversão do baixo custo: “Funções que exigem menor complexidade de atuação, anteriormente ocupadas por profissionais com ensino médio, hoje são ocupadas por estagiários de nível superior”.

Foi o caso de Alexandre Monteiro, ex-estagiário de uma agência de notícias na Zona Sul do Rio de Janeiro. Alexandre conta que se sentia explorado ao realizar tarefas como pagar contas no banco ou ir à padaria. “A empresa não oferecia condições de trabalho. Eu fazia de oito a nove horas por dia”, desabafa.

Lei do Estágio tende a coibir abusos

Do ponto de vista legal, Ruy Coppola Jr. acredita que a exploração do estagiário no exercício de suas funções é uma questão cultural. A prática tende a diminuir com a nova Lei do Estágio. “Não há propriamente preconceito e sim uma espécie de mito segundo o qual os estagiários são boys de luxo, mas isso é uma grande falácia”, explica.

Por outro lado, a gerente de Recursos Humanos de uma das maiores redes de livrarias do país, Tânia Bueno, critica a falta de visão de algumas empresas que não reconhecem os novos talentos. “As empresas que não têm estrutura, critérios e procedimentos adequados não aproveitam os estagiários ou aprendizes, assim como, provavelmente não aproveitam os demais profissionais que nelas trabalham”, afirma.

Ela ressalta a importância das tarefas desenvolvidas por cada integrante da organização para alcançar bons resultados. “Sem dúvida, as responsabilidades das pessoas em início de carreira são menores, mas não menos importantes para o resultado do negócio”, comenta. Para ela, “o estagiário complementa a equipe, traz perspectiva nova para a área e muitas vezes tem mais facilidade em lidar com mudanças que surpreendem a todos”.

Pró-atividade é diferencial para efetivação

Carolina Teles está no sétimo período de Relações Públicas e é analista de marketing jr. de um site de compras coletivas. Ela começou como estagiária e conta o que é determinante durante esse período: “O mais importante é ter iniciativa, não ficar dependendo das outras pessoas, correr atrás e ter força de vontade”.

A experiência do estágio é fundamental para uma futura efetivação. Carolina obteve um bom aproveitamento nesse período e aconselha: “Quem está começando um estágio precisa aproveitar para aprender a prática e mostrar que é competente. Acredito que a prática que tive durante o estágio foi essencial para que eu fosse efetivada”, conta.

Segundo Tânia Bueno, o fato de já ter passado por diferentes áreas na empresa é um diferencial para quem exerce cargos de liderança. “Muitos presidentes de grandes corporações começam como estagiários, até mesmos como office boys e, ao longo do tempo, assumem cargos de direção com uma visão macro de todo o processo de um negócio”, afirma.

Que o mercado de trabalho no Brasil é competitivo, isso todos sabem. Porém, ventos de mudança trazem indícios de relações mais justas entre a tríade empresas, funcionários, estagiários. A Lei 11.788/08 tende a ser um dispositivo de regulação na dinâmica entre os elementos dessa tríade, de forma a garantir direitos e coibir abusos. O mundo empresarial, hoje, entende que investir na capacitação contínua de mão de obra é um fator estratégico para o seu próprio desenvolvimento. E a qualificação do estagiário não foge disso, uma vez que muitos deles são o que se chama “a prata da casa”.

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