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Formação técnica se destaca no mercado de trabalho. Faetec e Senai oferecem 4 mil vagas para cursos


O pensamento de que a falta de um curso superior dificulta a inserção no mercado de trabalho está caindo por terra com a crescente demanda por profissionais com formação técnica. E atendendo a solicitação de diversos setores, duas grandes escolas de formação profissional abriram, para este segundo semestre, mais de 4 mil vagas para várias áreas. A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, abriu 2.606 vagas enquanto o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai -RJ) 1,5 mil. Especialistas afirmam que os estagiários podem ganhar bolsas entre R$ 500 e R$ 800. Já como empregados, seu salário médio é de R$ 2 mil, mas podendo passar dos

R$ 5 mil dependendo da área.

As inscrições da Faetec para 2.476 vagas no técnico subsequente (para quem já terminou o ensino médio), 50 para técnico de comércio com concomitância externa e 80 de especialização em enfermagem do trabalho vão até sexta-feira, dia 17.

“As vagas nos cursos técnicos complementam a formação de mão de obra qualificada que a Faetec desenvolve nos cursos profissionalizantes dos CVTs e Ceteps. Estamos trabalhando para reduzir o apagão de mão de obra em várias áreas e formar profissionais capacitados para atender a demanda que o Estado do Rio precisa para se desenvolver”, diz o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso.

Já o Senai-RJ abriu 1,5 mil oportunidades distribuídas para os cursos de alimentos, segurança do trabalho, automação industrial, eletrotécnica, eletromecânica, eletrônica, manutenção automotiva, mecânica, logística, edificações, comunicação visual e petróleo e gás. Os cursos permitem a obtenção de habilitação profissional, por meio de diploma de técnico de nível médio. Os cursos acontecem em 13 municípios e as inscrições vão até dia o dia 1º de julho.

“Os de petróleo e gás e de mecânica são os mais procurados. Nossa unidade se tornou um centro de formação profissional para petróleo e gás e indústria naval, tamanha a demanda por esses cursos. Temos uma média de 500 formandos por ano”, afirma Jorge Rezende, gerente executivo do Senai-Niterói.

Antecipação – Para Carlos Alberto Cavalheiro, superintendente do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), quem está no início de carreira, o curso técnico pode ser uma grande chance de antecipar a profissionalização e ter seu lugar no mercado de trabalho.

“Já para os formados, uma especialização nunca é demais. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 100% dos formandos em escolas técnicas saem do curso empregado. Uma recente pesquisa da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) mostra que 61% das empresas pesquisadas estão capacitando seus próprios técnicos”, conta Cavalheiro.

O superintendente do Nube avalia, ainda, que o perfil de quem faz curso técnico mudou. Segundo ele, isso acontece porque os cursos que só atraíam quem entrava no ensino médio, agora são procurados também por pessoas um pouco mais velhas.

“Este novo público está atento à demanda do mercado. As empresas não precisam só de gestores, mas também de especialistas, supervisores e executores de tarefas. Por isso, o mercado de trabalho para o nível técnico está em alta. Além disso, muitas corporações estão preferindo os técnicos, pois eles realizam as mesmas funções de universitário e a mão de obra é mais barata”.

Débora Manhães Benício, analista de RH da Confiança RH - Recrutamento e seleção, diz que o perfil de quem busca os cursos técnicos é de quem quer um ingresso rápido no mercado de trabalho.

“Afinal, os cursos, em sua maioria de até dois anos, contrastam com o curso superior com duração média de quatro anos. O que, consequentemente, é também uma redução de custos. Além dos mais jovens, há ainda candidatos de mais idade que param de estudar ou que já fizeram uma graduação e não obtiveram êxito ou até mesmo para completar o conhecimento adquirido”, explica.

Foco – Já a coordenadora pedagógica da diretoria de Desenvolvimento Educacional da Faetec, Márcia Farinazo, afirma que hoje há uma pressão social e mercadológica muito forte para todos fazerem curso universitário.

“Os próprios pais sonham com seus filhos se formando numa universidade, ignorando assim o valor e o espaço do médio técnico. Esses cursos são muito mais focados nas necessidades específicas de uma organização”, comenta.

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Vale a pena apostar

Apostando todas as suas fichas, Fernando Mello Ferrer, de 24 anos, abriu mão da carreira militar para tentar entrar na área técnica de petróleo e gás. Depois de estudar dois anos no Senai-Niterói, passou num concurso da Petrobras e deve assumir em julho o cargo de técnico de operador Junior.

“Muitos amigos diziam que eu era maluco em largar a carreira estável para arriscar em algo que nem sabia se conseguiria emprego. Mas como adorava a área de exatas, encontrei no petróleo e gás a oportunidade de fazer o que gosto. Inclusive já até me despertou a vontade de fazer faculdade de Engenharia Mecânica”, comenta.

Já o ex-bancário Jorge Elias da Costa Filho, de 40, viu o seu salário quadruplicar ao assumir o cargo de técnico de perfuração de poços Júnior da Petrobras.

“Após o curso no Senai-Niterói, estudei até passar no concurso da Petrobras. Ganhava cerca de dois salários e meio. Hoje recebo mais de dez salários. O campo para os cursos técnicos realmente está amplo”.

Convênio – Os alunos dos cursos profissionalizantes da construção civil dos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) e dos Centros de Educação Tecnológica e Profissionalizante (Ceteps) ganharam mais uma oportunidade de trabalho. Foi assinado em maio um convênio entre a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect), a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-RJ) e o Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Rio de Janeiro (Seconci-Rio) para a implantação de um programa de empregabilidade para os alunos das unidades escolares da rede Faetec. Somente este ano serão oferecidas mais de 15 mil vagas.

Pelo convênio, o Sinduscon indicará as empresas ligadas à entidade que contratem os alunos formados pelos cursos da Faetec. Os formandos começarão nas obras como trabalhadores auxiliares.

Serviço – As inscrições para os cursos da Faetec vão até o dia 17 e devem ser feitas pela internet pelos sites www.faetec.rj.gov.br ou www.domcintra.org.br. Mais informações pelo telefone 4063-6396. A seleção para o preenchimento das vagas do Senai será feita através de prova escrita de matemática, português e ciências da natureza, no dia 16 de julho, das 9h às 12h. Mais informações sobre o processo seletivo pelo telefone 0800-0231231 ou pelo site www.firjan.org.br.

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