Frequentemente excluídos das seleções dos MBAs tradicionais, que exigem tempo mínimo de experiência em cargos gerenciais, os jovens profissionais inspiraram a criação de um curso de pós-graduação executiva "sob medida". Estimulada também pela demanda de empresas que querem investir na qualificação desses futuros líderes, a BBS Business School lança, este ano, o MBA em Gestão Empresarial em São Paulo.
De acordo com o coordenador do curso Rafael Zappia, desde o ano passado a instituição vem recebendo pedidos de jovens que queriam investir em educação continuada - em 2010, 30% dos interessados em pós-graduação executiva tinham um perfil mais "júnior". "Boa parte dos candidatos são recusados no MBA Executivo por não possuírem os cinco anos de experiência em um cargo de gestão", afirma. Zappia explica que as empresas também se preocupavam em oferecer um suporte acadêmico mais rápido para esse público. "Na prática, muitos já têm responsabilidade gerencial e lideram equipes", diz.
Celso Pinto, diretor da Sothebys International Realty, braço imobiliário da tradicional casa de leilões britânica, admite que o treinamento interno não tem sido suficiente para acompanhar os desafios corporativos enfrentados por essa faixa etária. A empresa, que tem 200 funcionários na capital paulista, deve oferecer o MBA parcialmente financiado para alguns de seus estagiários e recém-formados. "Estamos expandindo nossos negócios. Queremos ter uma equipe jovem, com perfil de liderança e conhecimentos estratégicos", diz ele, que também pretende recrutar executivos no curso.
O crescimento rápido de jovens executivos em seu quadro de colaboradores fez com que o Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), organização com aproximadamente 350 funcionários, demandasse um curso de MBA sob medida. De acordo com a gerente Carmen Alonso, esses profissionais estão lidando com um novo momento de suas carreiras. "Mesmo os analistas e especialistas já estão à frente de projetos e precisam de conhecimentos em gestão", explica.
O Nube mapeou as principais lideranças que terão subsídio de até 75% para fazer o curso, que será mais compacto e com conteúdo customizado. "Um MBA tradicional seria inacessível para eles. O curso intermediário tem a vantagem de equalizar as informações e só depois abordar temas específicos", explica Carmen.
A seleção para os futuros alunos do curso terá menos exigências e o tempo de experiência mínimo, por exemplo, é de dois anos. "O critério de avaliação vai levar em conta também o momento profissional do candidato", afirma Zappia. Com duração de um ano e meio, o MBA terá 384 horas de aula e custo médio de R$ 22 mil.
