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A experiência é um pré-requisito comumente encontrado em anúncios de emprego para recém-graduados nos jornais. Para satisfazer a essa exigência das empresas, o estágio realizado na faculdade pode ser o diferencial

O início da carreira de um jovem recém-formado não é fácil. A pressão por uma colocação em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo torna a busca pelo primeiro emprego complicada. Diante da quantidade crescente de candidatos, a experiência na área é uma exigência de muitas empresas na hora de contratar. Durante a graduação, uma das alternativas possíveis para a vivência do ofício é o estágio.

Assimilar a teoria junto com a prática, adquirir habilidades e conhecer o dia a dia da profissão são os principais benefícios da atividade, que pode ser obrigatória ou não, conforme a Lei do Estágio nº (11.788/2008). No primeiro caso, o estágio é pré-determinado no projeto do curso e a carga horária um requisito para aprovação e obtenção de diploma. Já experiência não-obrigatória é uma atividade opcional, adicionada à carga horária regular e obrigatória.

Érika Caetano, coordenadora de estágio do IEL-DF, atribui a importância do estágio ao aprendizado proporcionado pelo contato com a profissão escolhida. “Por meio do estágio o estudante consegue adquirir experiência de acordo com a formação acadêmica que tem, conciliando teoria e prática. E dependendo da experiência no mercado o jovem pode ver se aquela profissão é realmente a que ele quer para a vida dele”, destaca.

Outra vantagem da atividade temporária em uma empresa está na possibilidade de contratação. “O estágio tende a ser o primeiro caminho para entrar no mercado de trabalho. Se o jovem for inovador e tiver bom desempenho, ele pode ser contratado. É o que acontece em 70% dos casos no IEL”, diz Érika. Os cursos com mais vagas são, respectivamente, administração, comunicação social e informática, revela a coordenadora.

Dyago de Lima, 20 anos, cursa o 5° semestre de geografia na faculdade Projeção. Atualmente ele trabalha como auxiliar financeiro na concessionária onde fez seu primeiro estágio. Por exigência da faculdade, Dyago cumpriu 20 horas de estágio supervisionado, observando as aulas em uma escola pública. Ele terá de cumprir mais 40 no próximo semestre, desta vez lecionando. “O estágio é importante na vida de um universitário, pois é uma forma de colocarmos em prática o que vimos na faculdade”, opina.

O perfil do bom estagiário

Iniciativa, capacidade de inovação e construção de ideias estão entre as principais características procuradas pelas empresas nos estagiários. “As organizações querem pessoas que tragam novidades e ajudem a empresa a crescer”, diz Érika Caetano. Para ela, a sinceridade é fundamental de quem pretende garantir uma vaga. “Se o estudante não sabe fazer algo, deve dizer que não sabe, mas está disposto a aprender”, aconselha.

A busca constante por capacitação também é um diferencial, avalia a coordenadora de estágio do IEL-DF. “O estudante precisa fazer cursos além do previsto na grade curricular da faculdade e buscar conhecimentos em informática e línguas”, recomenda.

Proatividade, participação e interesse integram os pré-requisitos de empresas por estagiários, diz Natália Caroline Varga, coordenadora de seleção do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube). “É preciso ter iniciativa e às vezes muitos candidatos não são participativos. As pessoas têm de ser interessadas e ter vontade de aprender”, observa.

Por mais que o conhecimento em idiomas seja importante, um bom português é exigência básica. “É fundamental ter domínio da língua portuguesa. Muitas vezes os estudantes buscam uma língua estrangeira mas não têm um bom português”, alerta Natália. Se informar sobre o ramo e a empresa também pode fazer a diferença. “O mercado procura pessoas curiosas. Em geral, os mais inteirados se saem melhor no processo seletivo”, comenta.

Saber se comunicar e se expressar de uma forma bastante clara e objetiva são outras qualidades que dão pontos. No entanto, vale lembrar que aptidões individuais, por si só, não conquistam a confiança das empresas.

Sem estágio no currículo, free lance é alternativa

Formada há quase um ano, a jornalista Tatiana Soares, 29 anos, não chegou a fazer estágio. A dificuldade em preencher uma vaga foi resultado da demora em buscar uma colocação. “Morria de medo de não saber apurar e escrever. Quando comecei a procurar estágio era tarde. No 6° semestre, sem experiência, ficou mais complicado. Com a monografia, desisti de vez”, conta. A falta de experiência dificultou a inserção da jovem no mercado após a formação. “A diferença é nítida com relação aos experientes, pois a primeira impressão é o currículo. As empresas não estão interessadas em contratar quem não tem experiência, e mais uma vez volta aquele discurso: como ter experiência se ninguém quer te dar a chance de adquiri-la?”, questiona.

Sem conseguir emprego fixo, Tatiana fez cursos de extensão e começou a trabalhar como free lance. Hoje atua como roteirista, redatora e assessora em uma produtora e agência de comunicação. “Como free lance podemos escolher os trabalhos, negociar remuneração e administrar nossos horários. Acabamos acumulando funções, mas a remuneração também acompanha”, diz.

Tatiana considera o estágio importante, mas não essencial. “O estágio dá uma noção da profissão, vale como currículo e forma a rede de contatos profissionais, mas o contato com pessoas que estão no mercado e uma atitude profissional diferenciada podem fazer a diferença”, conclui.

Empresa valoriza os aprendizes Há mais de três anos o Instituto Cooperforte aposta em universitários para contribuir no crescimento da organização. A receita vem dando certo e hoje a média de efetivação de estagiários é de 50%. “No ano passado tivemos seis estagiários e contratamos três. Nós investimos na formação desses estagiários. Os cursos que os funcionários fazem eles fazem também”, conta Marlon Barbosa, analista pleno do instituto e um dos responsáveis pelo estágio.

As vagas oferecidas demandam estudantes de diversas áreas de atuação, dotados de características como dinamismo e articulação. “Não queremos pessoas acomodadas, mas que sejam arrojadas e tragam ideias para o instituto. É importante que a pessoa ‘saia do quadrado’ e tenha uma visão do todo na empresa e das novidades de sua área de formação”, diz Marlon.

A seleção inclui avaliação curricular, dinâmica de grupo, redação e entrevistas individuais com o coordenador da área onde a vaga está aberta. “É quase um concurso público”, brinca Marlon. Além de servir como ferramenta de seleção de talentos, o processo funciona como forma de aproveitamento do potencial do estagimrio, já que avalia e direciona habilidades.

“O instituto acredita que o estagiário tem de ser valorizado como um profissional em formação e não como mão  de obra barata. Mesmo que não contratemos o estudante, queremos que tenha uma experiência para a vida profissional dele”, diz. Para isso, as atividades são relativas à área do estudante. “Contratamos um estagiário de administração para trabalhar na área de administração, e não para fazer serviços de secretaria”, justifica.

Quem comprova a afirmação é a analista júnior Renata Moreira, 27 anos. Formada em ciências contábeis pela faculdade Upis, a jovem estagiou por um ano no instituto, onde teve a única experiência real na área. “Passei em alguns processos seletivos, mas vi que não era aquilo. Em um estágio tirava cópias  e em outro fazia protocolo”, lembra.

Apesar da inexistência de vagas ao fim do estágio, Renata foi efetivada em setembro do ano passado por seu bom desempenho. “O estagiário não pode, em momento algum, se eximir de responsabilidades. Tem de vestir a camisa da empresa e dar seu melhor. Não deve achar que só porque é estagiário não tem nada a ver com a empresa”, recomenda.

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