Medo de fracasso no mercado de trabalho é a maior preocupação de estudantes, segundo pesquisa feita por entidade de estágios
Escolher. O verbo assombra muitos jovens, que precisam, cada vez mais cedo, decidir qual profissão seguir para o resto da vida. O receio de errar se justifica pelas consequências de uma resolução equivocada. É o que comprova um estudo feito pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) com 3,5 mil internautas. De acordo com o levantamento, não ser bem-sucedido na carreira é a maior preocupação dos estudantes, superando o receio de ficar sozinho e até o medo da morte.
Dos que responderam à pesquisa, 28,6% disseram temer o futuro profissional. Em segundo lugar no ranking das coisas que mais assustam os jovens de 16 a 24 anos, apareceu a possibilidade de ter problemas financeiros - 22,5% das respostas.
- Esses números refletem o modo como a sociedade se constrói nos dias de hoje. As pessoas querem, cada vez mais, conquistar a independência financeira e, para isso, é preciso estar bem profissionalmente. Mas vale lembrar que seguir uma carreira só por conta das boas remunerações pode acarretar em prejuízos para os trabalhadores, como o estresse e a depressão - ressalta o psicólogo Renato Miranda.
Especialistas garantem, porém, que ter medo do futuro é natural e não se restringe aos mais jovens. No caso de quem está começando uma carreira, isso se torna mais evidente por causa das pressões sofridas em casa e na escola e pelo desejo de chegar logo ao sonhado cargo.
Assim como grande parte dos jovens de sua idade, o universitário Leonardo Neiva, 23 anos, concluiu o Ensino Médio sem saber que área escolher. Ele chegou a pensar em prestar vestibular para medicina, mas, ao perceber pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (UnB) que não teria nota suficiente, resolveu tentar uma oportunidade no curso de matemática. Resultado: Leonardo conseguiu superar a concorrência, mas desistiu da graduação antes mesmo de começarem as aulas.
- Não era aquilo que eu queria para o meu futuro profissional. Resolvi voltar para o cursinho e tentar novamente uma vaga em medicina. Enquanto a aprovação não saía, fiz testes vocacionais e tive uma surpresa: a área médica, segundo as consultas, não se adequava ao meu perfil, e os diversos ramos da engenharia apareciam como as melhores opções - lembra ele.
Depois disso, Leonardo Neiva não titubeou e decidiu investir no curso de engenharia civil. Hoje, um ano e meio depois, ele, que atua como gerente financeiro de uma empresa júnior do segmento, diz-se satisfeito com a escolha. No entanto, não esconde alguns receios.
- Meu maior medo é ser frustrado profissionalmente. Também me preocupo com o lado financeiro e, para isso, faço cursos de gestão na área. Acredito que, quanto mais formação profissional eu adquirir, mais bem preparado estarei para enfrentar o mercado - argumenta Leonardo.
Correio Braziliense
PASSO A PASSO
Veja as dicas de especialistas para minimizar os receios com relação ao seu futuro profissional:
- A ansiedade é natural, mas é preciso ter moderação para não causar má impressão entre seus colegas de profissão.
- Caso você não esteja feliz na sua carreira, faça um balanço e avalie se vale a pena mudar de rumo.
- Informe-se o máximo possível sobre as profissões que você gostaria de seguir. Dessa forma, a chance de se decepcionar no futuro diminui.
- O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo. Portanto, invista em formação profissional para se destacar.
- Sempre que possível, participe de programas vocacionais. Vá a palestras, converse com profissionais experientes e acompanhe a rotina de alguém que esteja onde você quer chegar