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Muita concorrência e poucos postos disponíveis são as principais causas

Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, os jovens brasileiros têm mais medo de não ser bem-sucedidos na profissão escolhida do que da morte ou da solidão. Um levantamento feito pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), em que 3.500 pessoas entre 16 e 30 anos responderam a uma enquete, 51,1% dos participantes se mostraram preocupados com o assunto.

O maior medo dos participantes da entrevista foi com relação ao futuro profissional, sendo que 28,6% deles marcaram essa opção. Em segundo lugar, ficou o receio de ter problemas financeiros, com 22,5%. Só depois vieram a morte, com 19,5% das escolhas, e a solidão, com 16,5%.

Para a psicóloga e responsável pela área de recursos humanos do Nube, Vanessa Ramos, os dois primeiros itens escolhidos pelos jovens estão interligados, uma vez que ter problemas financeiros pode ser consequência de não se sair bem no mercado de trabalho. Para ela, essa insegurança reflete o momento econômico do país. "Nosso mercado está incerto e vários graduados não conseguem colocação profissional. Isso gera um medo do desconhecido", avalia.

A estudante Tâmara Leite Duarte, 19, está no quarto período do curso de publicidade e propaganda e já teme o que a espera daqui a dois anos, quando se formar. "Hoje a concorrência é muito grande. Eu faço estágio, mas, mesmo assim, dá um medo de não ser bem aceito pelo mercado ou não conseguir o meu espaço", afirma.

Para o psicólogo e professor do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Cristiano Mauro Assis Gomes, o mercado de trabalho é uma preocupação cada vez mais comum entre os adolescentes. "Em cada momento da vida, você tem prioridades diferentes. O período de transição de adolescente para adulto jovem é marcado pela necessidade de solidificar sua identidade. E isso é feito também conquistando uma ocupação que o vai definir", disse.

O estudante do sétimo período de ciência da computação Daniel Balbino de Mesquita, 24, foi uma das pessoas que participaram da enquete do Nube e sabe bem o que é ter que lutar para conseguir criar essa identidade. "Nessa fase da vida em que estou, a saúde não é tanto problema, por isso não tenho medo da morte. Mas, agora que estou quase me formando, só penso em conquistar minha independência financeira e ficar satisfeito na carreira que escolhi seguir", afirma.

Temor vem de pressão social

O medo de não conseguir se realizar profissionalmente não surge de forma espontânea nos jovens. Pelo contrário, ele é resultado de uma pressão social, segundo especialistas.

"Há uma cobrança muito grande com relação ao futuro. Ela vem de todos os lados. É o irmão mais velho que se deu bem na profissão, os amigos que começam a conseguir bons estágios e os pais que fazem planos o tempo inteiro", explica o economista especializado em orientação de carreiras e superintendente do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), Alberto Cavalheiro.

A psicóloga e coordenadora do programa de orientação profissional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Delba Barros, explica que a pressão é tão grande que é preciso conquistar um lugar no mercado para passar a ser visto como um adulto bem estruturado. "A primeira coisa que as pessoas se perguntam quando estão se conhecendo é o que a outra faz. A sua profissão acaba determinando quem você é", afirma.

A especialista explica que, apesar de as expectativas dos pais também servirem como pressão nos filhos, elas são necessárias. "Não tem como os pais não esperarem nada dos seus filhos. E isso é bom porque a gente cresce, se movimenta, muito em função do olhar do outro", diz.

Segundo Barros, as duas maiores preocupações dos pais são com relação ao casamento e ao futuro profissional dos filhos. "Nossa sociedade é embasada na formação profissional e nas relações afetivas. Quando essas coisas estão resolvidas, as pessoas se sentem mais protegidas", afirma.

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