A qualificação profissional deixou de ser o único elemento de valor, abrindo espaço para ações de enriquecimento curricular, como trabalho voluntário, responsabilidade social, atividades que colaborem com a formação cultural, entre outras.
Durante anos o diploma de curso superior foi considerado como garantia de emprego, tanto pelos empregadores quanto pelos jovens que buscavam se inserir no mercado de trabalho. O grau de conhecimento apreendido e adquirido na faculdade determinava quem estava mais apto a desenvolver os trabalhos com maior competência.
Entretanto, o conhecimento específico na área de atuação não se mostra suficiente na era da informação, que exige profissionais cada vez mais atentos às mudanças que ocorrem no mundo e que saibam aplicar todo e qualquer tipo de conhecimento em benefício da empresa.
O interesse em adquirir uma cultura geral, a realização de trabalhos filantrópicos, de responsabilidade social, entre outros, são algumas das atividades que ultrapassam os limites da área de atuação da empresa e que colaboram para uma formação completa do indivíduo tanto na vida profissional quanto na vida pessoal e social.
De acordo com a psicóloga e gerente de seleção do Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE), Evelyn Lemos, habilidades de comunicação, de informática e de línguas estrangeiras continuam sendo indispensáveis para formar um bom currículo, entretanto. "O contratante busca encontrar um profissional que possa traduzir em resultados e experiências as atividades de enriquecimento curricular e tudo aquilo que lhe foi apresentado como qualificador".
"Integrar atividades artísticas em seu cotidiano, seja na música ou no teatro, proporciona uma série de elementos favoráveis para o desenvolvimento de competências que o mundo do trabalho exige nos dias de hoje", explica a assistente de regência do Coral FESPSP, Cláudia Felisberto. "A participação em um coral, por exemplo, é uma atividade coletiva em que um indivíduo só exerce a sua função com a participação do outro. A diversidade de funções artísticas exercidas pelos participantes do Coral FESPSP, por exemplo, permite que os coralistas tenham uma noção de coletividade, de trabalho em grupo e de percepção coletiva", diz Cláudia.
Mais do que suprir as necessidades das empresas, estas buscam os melhores perfis que possam realizar o trabalho com competência e ainda oferecer algum tipo de adicional positivo no resultado. Neste sentido, as atividades desempenhadas fora do ambiente de trabalho revelam muito do que buscam as empresas.
"A participação em oficinas, palestras e atividades artísticas demonstra um interesse pessoal que agrega valor e pode ser utilizado como um adicional na vida profissional". declarou Rodrigo Estramanho de Almeida, professor da FESPSP e coordenador das Oficinas Temáticas Livres da instituição.
Na opinião do dramaturgo e educador, Celso Solha é importante que os candidatos a uma vaga no mercado de trabalho tenham uma formação que transcenda os limites acadêmicos. "O Projeto FESPSP de Teatro, por exemplo, trabalha propostas e processos que abarcam procedimentos pedagógicos, educativos, éticos e socioculturais que o caracterizam com um Projeto diferenciado". afirma o diretor.
Para Solha, um espaço de expressão e fazer artístico é fundamental em um ambiente educacional, porque são elementos essenciais para promover um diferencial na formação pessoal dos alunos.
É o que considera o coordenador do curso de Administração da FESPSP, Ricardo de Gil Torres. "Em uma instituição que preza pela formação completa do aluno, um curso universitário, que alia o conhecimento adquirido em sala de aula com as práticas do dia a dia, só vem fortalecer as potencialidades de um futuro candidato a ocupar posições de destaque no mercado", diz Ricardo.
As atividades extracurriculares nas escolas, além de colaborar na redução dos índices de evasão entre os estudantes, contribuem para a integração entre professores e alunos e para a formação completa que, consequentemente, reflete positivamente na inserção no mercado de trabalho.
