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Como era de se esperar, as novas regras para os estágios, que entraram em vigor em setembro, foram mal-recebidas pelo mercado. Segundo o Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), a regulamentação provocou uma queda de 40% no número de vagas desse tipo de contratação. Após a sanção da medida, pelo menos 60 mil jovens teriam sido dispensados. Entre as mudanças implementadas encontram-se a imposição de uma carga horária máxima de seis horas diárias ou 30 horas semanais, pagamento de auxílio-transporte, recesso remunerado e envio semestral de relatório pelas empresas às instituições de ensino. O reflexo na iniciativa privada foi imediato. Surpreendidos por uma lei aprovada a toque-de-caixa, os empresários agora fazem as contas para calcular que aumento de custos terão.

Os benefícios da nova lei dos estágios são inegáveis. Garantem a formalidade a quem começa a carreira e dão um certo alívio financeiro com a concessão do vale-transporte, afinal a remuneração tende a ser baixa. Porém, as empresas contratam estagiários não por motivos altruístas, mas para preparar profissionais que logo à frente poderão colaborar para o desenvolvimento do negócio e o aumento do lucro. Obviamente, tudo tem um custo e é exatamente isso que preocupa os contratantes. Mesmo com o crescimento da economia nos últimos anos, ainda impera no mercado a pressão pelos preços baixos devido à competitividade. Portanto, é previsível que o encarecimento da contratação de um estagiário esteja agora sendo visto com restrições pelos empresários. Deve-se lembrar que muitas empresas se aproveitam dos estágios para gastar menos com suas folhas de salários, prejudicando a formação de quem está começando. Entretanto, a maioria das companhias é séria e quer de fato preparar bons profissionais.

Segundo a própria Nube, a queda na oferta de estágios não veio para ficar. O fenômeno seria apenas resultado de uma fase de adaptação após a promulgação da lei, com o fluxo de contratações sendo normalizado em um ano. Em especial porque o mercado, mesmo com a crise internacional, vive um momento de alta empregabilidade, com carência de trabalhadores capacitados. Portanto, está claro que houve um problema de comunicação entre Governo e legisladores e a iniciativa privada. Essa medida precisava ter sido melhor divulgada. Sem isso, o empresariado a recebeu mal, pois se discute no momento a flexibilização das leis trabalhistas em razão das mudanças no mercado do trabalho e para a redução dos custos de produção frente aos países asiáticos. Na prática, devido à falta de diálogo, ficou a impressão de que o setor público segue no caminho contrário, o que levou as empresas a verem com temor esses importantes benefícios.

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