O ano de 2024 é um marco relevante para a sustentabilidade global, pois a comunidade internacional reavalia o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, visando definir metas ambiciosas para o futuro. Segundo pesquisa da TI Inside, 86% das empresas de manufatura e energia consideravam tais metas como prioridade nos próximos meses.
Fica claro, então, como o foco da sociedade está em práticas com o poder de reduzir o impacto ambiental e otimizar o uso de recursos. Pensando nisso, o Nube - Estagiários e Aprendizes realizou, em seu site, uma pesquisa, entre os dias 3 e 11 de junho, perguntando aos 4.284 participantes se aceitariam um salário menor para trabalhar em uma empresa com práticas sustentáveis.
23,76% afirmaram ter proteção ambiental como prioridade
Para 1018 participantes do estudo, um horizonte mais verde era o foco, apresentando um desejo de contribuir para essa realidade. “Os candidatos apresentam preocupações relacionadas ao futuro ecológico do planeta. Atualmente, há uma constante atualização referente a esta temática, devido a conscientização da população. Por conta disso, cada vez mais, valorizam locais engajados em causas favoráveis e comunicando essas atitudes, até mesmo porque tendem a ter pilares éticos e morais bem definidos, outro ponto observado”, comenta Jéssica Quione, coordenadora de recrutamento e seleção do Nube.
Seguindo esse viés, consoante dados da Nielsen, 80% dos consumidores brasileiros estavam dispostos a pagar mais por produtos ecológicos. Já em estudo da Accenture, 90% dos investidores globais consideraram os critérios ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) em suas decisões de investimento.
19% valorizaram a sustentabilidade mas avalia salário
Seguindo 814 dos entrevistados, a escolha seria voltada para esse foco, caso a diferença salarial fosse pequena. De fato, essa é uma preocupação valiosa, porém a tendência é do direcionamento ambiental ser cada vez mais frequente nas entidades. Segundo o Índice de Sustentabilidade Ambiental (ESI), 54% dos estabelecimentos no país estavam otimistas em alcançar suas metas verdes em 12 meses. Ademais, resultados da PwC apontaram uma economia de R$ 72 bilhões até 2030, para ambientes seguindo esse viés.
Em divulgações da McKinsey & Company, companhias brasileiras investirão R$ 150 bilhões em iniciativas do gênero até 2030. “Hoje, as corporações se engajam no assunto, principalmente, pela propagação dos conceitos de ESG. Logo, estão em busca de realizar feitos preservando a conservação, além da garantia de um ambiente de trabalho saudável e aberto à diversidade. Outro aspecto citado é a garantia da segurança das informações e compliance dentro das firmas”, analisa a gestora.
39,03% dependiam de questões além da sustentabilidade para tomar a decisão
A maior parte dos respondentes considerou a possibilidade, porém levou em consideração diversos fatores, como a diferença salarial e o real impacto das promessas divulgadas. “As organizações podem comprovar os seus processos ecológicos por meio de certificações específicas e selos, de acordo com o ramo de atuação o qual está inserida. Porém, na prática, para isso, devem atuar e aplicar, em sua rotina, uma minimização da degradação, parcerias com organizações do ramo, busca por alternativas de redução do impacto negativo e diminuição de desperdícios”, orienta Jéssica.
As regulamentações se mostram cada vez mais rigorosas nesse cenário. Há uma expectativa da Lei da Mudança Climática no Brasil na redução das emissões de gases de efeito estufa até 2050 e, a CSRD (Diretiva de Relato de Sustentabilidade Corporativa da União Europeia) exige de grandes entidades relatarem seu impacto ambiental e social. “Também é essencial possuir uma política de conscientização e treinamento aos colaboradores, para as ações serem aplicadas. Com essa clareza e transparência, é fundamental os clientes, fornecedores, parceiros e comunidade estarem cientes dos projetos desenvolvidos e serem parceiros para a implementação das atividades”, acrescenta.
11,97% não enxergam esse tópico, apesar de relevante
Quase 12% da enquete (513) veem a importância do tema, mas prioriza mais a segurança financeira e o bem-estar. “Esse é um tópico de extrema importância no momento da contratação, pois a partir dele o candidato planejará seus próximos passos. A partir dessa organização, a qual impacta em outros fatores da vida, ele constrói um orçamento para alcançar todas as metas”, relata a especialista.
Como um todo, o resultado é compreensível, tendo em vista como, segundo o Serasa Experian, em 2023, mais de 70 milhões de brasileiros estavam com contas atrasadas, cerca de 30% dos cidadãos adultos. Esse problema ainda tem relação direta com o surgimento de doenças psicológicas, gerando estresse, depressão e ansiedade.
6,23% não consideram o fator
Na opinião de 267 respondentes, isso estaria longe de ser algo determinante, pois a procura era por um bom salário e oportunidades de crescimento. “As chances de desenvolvimento profissional e excelente remuneração são aspectos valorizados. Nesse sentido, as instituições conseguem garantir colaboradores mais engajados e com perspectiva de um plano de carreira. Ambos os itens estão relacionados com a percepção dele de se sentir valorizado pelo trabalho prestado. Assim, há um aumento na atração e senso de pertencimento com as suas atividades e rotina”, finaliza a coordenadora.
Fonte: Jéssica Quione, coordenadora de recrutamento e seleção do Nube
Serviço: 81,79% dos jovens valoriza a sustentabilidade em um emprego