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Sucessão empresarial: desafios e oportunidades 

Notícia | 09/04/2024

Carolina Amaral

Se o objetivo de um empreendedor é criar uma empresa de longo prazo, sendo resistente às modificações do mercado e sobrevivendo por muitas décadas, pensar em um bom plano de sucessão deve fazer parte das demandas. A concretização desse propósito de forma sólida é crucial  para garantir a continuidade e excelência das ações realizadas pela entidade. Elas devem estar preparadas para enfrentar as dificuldades inerentes, investindo em talentos, promovendo capacitação e adaptando às mudanças do local regulatório. Saiba mais e garanta melhores possibilidades para o seu empreendimento.

 

Cuidar do futuro corporativo garante sucesso por mais tempo

infográfico contendo dados sobre a sucessão empresarial no brasil

Conforme a PwC 2023, apenas 36% das firmas familiares brasileiras possuem um projeto nesse sentido formalizado. Ainda no estudo, ficou claro como, para 64% esse é um assunto significativo, mas apenas 28% se sentem preparados e a falta de comunicação entre as gerações é um dos principais obstáculos. "O desafio passa pela construção da cultura de boas práticas de governança, aliada ao cumprimento das normas e regulamentos. Ademais, leva-se em conta fatores ambientais e sociais na tomada de decisão, adequando-se às particularidades e ao nível de maturidade de cada organização", aponta André Bodowski, vice-presidente na América Latina da Diligent.

A população está envelhecendo e, como resultado disso, um número cada vez maior de negócios terá de lidar com o tópico nos próximos anos. Segundo o Sebrae, em 2023, houve uma média de 70% das instituições do país não sobrevivendo à segunda geração."Muitas vezes, o potencial sucessor não está na área e é preciso mapeá-lo para um possível desenvolvimento para ele poder assumir a função", analisa Sandra Guerra, conselheira e sócia-fundadora da Better Governance. A criação de processos e o uso de tecnologia são aliados nesse desafio. Além disso, a complexidade e a abrangência das responsabilidades exigem um período substancial de transição e capacitação. 

Além do conhecimento de leis e regulamentos, é necessário compreender as particularidades e os valores da marca. "Ter isso em mente garante um processo suave e eficiente, transmitindo experiência para a continuidade do negócio. É muito comum esse profissional trazer suas vivências para a função, mas é essencial criarem procedimentos alinhados com a organização , todos bem estruturados e claros", pontua Felipe Muller, Governance Officer da Petros.

 

A parte burocrática em cheque

Esse tipo de planejamento, inclusive patrimonial, envolve questões associadas a direito de família, sucessório, tributário, societário, empresarial e contabilidade. Para o advogado Hygoor Jorge, deve ser considerado quando alguém começa a conquistar patrimônio, pensando em ser repassado. “Pode ser para um herdeiro necessário, aquele recebendo os bens independentemente da sua vontade, ou para facultativos. Para o primeiro caso (ascendentes, descendentes e cônjuges), existe uma proteção chamada de ‘legítima’ e eles ficarão obrigatoriamente com 50%”, afirma. 

Um ato simples de organização para essas circunstâncias é ter toda a documentação do patrimônio e da vida financeira em ordem. “Desta maneira, em sua ausência ou incapacidade, será fácil identificar os bens. É possível fazer isso até mesmo em pastas físicas ou de um jeito digitalizado”, explica o especialista.

Nesse viés, o seguro de vida também faz parte do procedimento. “Ele é impenhorável e não está dentro do cálculo. Portanto, todo valor colocado pode ser direcionado a qualquer pessoa. Logo, pode, inclusive, direcionar mais dinheiro dentro dele ante a sua própria herança, pois não está incluído na conta, sendo inclusive isento de impostos”, complementa Jorge. Para ele, é imprescindível ressaltar o valor do serviço sinérgico do documento a outros instrumentos, como a holding. “Quando as ferramentas são trabalhadas em conjunto, o planejamento se torna ainda mais eficiente”, finaliza. 

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