Mesmo com a representatividade feminina em alta no mercado de trabalho, ainda há barreiras muito expressivas para a ascensão das estagiáriarios, aprendizes e efetivas, principalmente devido à discriminação de gênero. Conforme um estudo, realizado pela Grant Thornton, elas ocupam apenas 38% dos cargos de liderança no Brasil. Sendo assim, entenda como está o cenário atualmente e veja dicas valiosas de especialistas!
Como está o cenário atualmente para as mulheres no mercado de trabalho?
Não apenas no país, mas em todo o mundo, muitos segmentos são historicamente ocupados por homens. Podemos citar vários, como a engenharia mecânica, elétrica, de produção, medicina, direito, entre outros. Nesse sentido, agora com o crescimento das iniciativas digitais, o setor de tecnologia da informação (TI) também entrou nesse tópico, possuindo mais acesso para eles.
Segundo uma pesquisa recente do National Girls Collaborative Project, intitulada “Estado das Meninas e Mulheres em STEM”, as profissionais formadas em ciências sociais, biologia e psicologia atuam em peso nesses campos. Porém, na ciência da computação e áreas correlatas elas ocupam somente 20% dos cargos.
Entretanto, mesmo com números negativos, há muito interesse em mudar essa realidade. Inclusive, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), já ratificou as vantagens em se contar com a presença feminina nos negócios, sobretudo em cargos executivos.
De acordo com um estudo da ONU, com mais de 70 mil empreendimentos, em 13 nações distintas, mais de 60% daquelas com iniciativas de incentivo à igualdade de gênero constataram ganhos no lucro e na produtividade. Para elas, a receita cresceu em até 15%, mostrando efetivamente o proveito em contar com elas no dia a dia empresarial.
Consoante à Michele Melo, gerente de segurança da informação e qualidade na Zetra, isso faz total diferença. “Por aqui, o tema diversidade e inclusão é discutido com frequência, porque sabemos o quanto se trata de uma pauta essencial para buscar possibilidades, mantendo-nos sempre mais bem posicionados para as tomadas de decisão”, contou.
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O déficit de mulheres no mercado de trabalho está mudando e melhorando
Contudo, para Michele, o déficit de mulheres em tecnologia ainda é bem grande. Por isso, a alternativa encontrada, para atrair e reter colaboradores, foi a implementação de programas específicos em termos de igualdade de gênero. “A inclusão de mulheres não é um assunto preso somente no setor de Recursos Humanos. Pelo contrário: conversamos a respeito do tema em todos os níveis da organização”, afirmou.
Isso porque é perceptível o quanto as companhias ganham ao contratá-las. No parecer de Cristiana Sardão Barreto, presidente-executiva da Zetra, toda essa consideração provém da cultura e suporte da equipe. Os membros têm mente o quanto ter mulheres no ambiente de trabalho de TI é um grande privilégio. “Além da chance de entregarmos soluções cada vez melhores e diversas aos nossos clientes”, acrescentou.
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Protagonismo feminino no topo das pirâmides organizacionais
Como visto, a presença delas se alarga cada vez mais. Nesse sentido, a liderança feminina é uma grande tendência, mostrando como a representatividade é uma das melhores estratégias. “Hoje, ocupamos muitos cargos em setores os quais antigamente eram exclusivamente masculinos, tornando o ambiente profissional menos desigual”, acrescenta Priscilla Fiorin, líder de comunicações para a América Latina da Autodesk.
A especialista também evidencia o campo da tecnologia como um espaço favorável para a entrada delas. No Brasil, a área da informação e comunicação possui 37% de mulheres em sua mão de obra, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom).
De acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Korn Ferry, a presença feminina, em cargos de conselhos nas empresas brasileiras, subiu 14% em 2020, contra 7% em 2014. “Já temos bons motivos para comemorar, mas também um longo caminho pela frente”, complementa Priscilla.
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Eventos históricos demonstram a capacidade e força das mulheres
Dessa forma, o Dia Internacional da Mulher, oficializado em 1975 pela ONU após uma série de manifestações feministas, o direito ao voto, a lei Maria da Penha, entre outras diversas iniciativas, nos fazem lembrar das conquistas ao longo dos anos. “Tudo isso rumo à igualdade de gênero, por isso é importante refletir o quanto ainda devemos e podemos avançar”, ressalta a líder.
Esses acontecimentos históricos, principalmente aqueles em busca de melhores condições de trabalho no século XX, demonstram o protagonismo feminino em expandir sua participação no mercado. “Seja conquistando novas posições, liderando projetos e ações ou até mesmo desbravando outras frentes, como as fundadoras dos próprios negócios nos mais variados segmentos, e se profissionalizando em diversas graduações e pós-graduações, como engenharias, matemáticas, cientistas, etc”, exemplifica.
Segundo um relatório realizado pela Education at Glance 2019, as brasileiras têm 34% mais probabilidade de se formar no ensino superior se comparada com seus pares do sexo masculino. Contudo, também possuem menos chance de conseguir emprego. A edição atual foca sobretudo na graduação e foi divulgada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Segundo Priscilla, ao longo de sua trajetória, vivenciou diversas situações complicadas. “Lembro de momentos nos quais me senti menos valorizada por ser mulher, mas nem por isso eu me resignei, pois sabia da minha capacidade”, comentou. Por isso, é fundamental acreditar em si mesmo e buscar o autoconhecimento para lidar de maneira assertiva com essas cisrucâncitas.
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