Na busca por uma colocação no concorrido mercado de trabalho, muitos profissionais enfrentam a tentação de inflar seus currículos, exagerar em suas qualificações e até mesmo mentir sobre suas experiências anteriores. No entanto, essa prática, além de antiética, pode acarretar prejuízos significativos para o indivíduo e para as empregadoras. Portanto, entenda como estagiários e jovens aprendizes podem criar um documento de excelência, mesmo em busca da primeira oportunidade laboral.
Verdade X ficção: a Importância da transparência
Mentir no Curriculum Vitae é sinônimo de construir uma carreira sobre areia movediça. A credibilidade é um dos pilares da área e qualquer quebra nesse alicerce pode levar a uma série de consequências negativas. Os empregadores valorizam a honestidade e a transparência nas pessoas, e descobrir uma calúnia pode resultar em desconfiança irreparável. Quando alguém é contratado com base em informações falsas, cedo ou tarde a verdade vem à tona.
Na era da interatividade na qual estamos inseridos, a reputação manchada dificulta a busca por empregos futuros. “Quando você investe tempo na elaboração desse conteúdo, ele serve como um roteiro para contar um pouco sobre a sua história. Assim, você poderá contextualizar qual cenário encontrou ao chegar à área, de qual maneira atuou e com quantos colaboradores trabalhou, se tiver feito gestão de pessoas, por exemplo”, comenta David Braga, CEO da Prime Talent Executive Search.
Nesse sentido, a contratação de um sujeito com informações falsas pode resultar em ineficiência e prejuízos para a corporação. Se o colaborador não possui as habilidades alegadas, ele pode não cumprir as expectativas da posição, prejudicando o desempenho da equipe e, consequentemente, o sucesso de todo o coletivo. “Se houver erros de ortografia, com certeza, a percepção será de, no mínimo, o candidato não estar tão atento à qualidade. Ao elaborar, tenha atenção também ao formato minimalista demais, super objetivo e com parcas informações”, acrescenta Braga.
Evite as cinco principais mentiras no currículo
Conforme uma pesquisa recente da DNA Outplacement, foi constatado como 75% dos brasileiros incluem informações falsas em seus CVs, seja sobre formação ou experiência na profissão. Além disso, o levantamento revelou como em 48% dos certificados analisados havia distorções referentes ao salário atual ou do último cargo ocupado. Os números refletem uma preocupante tendência de falsificação de dados nesse quesito e, pensando nisso, elencamos as cinco principais mentiras a serem evitadas nesse cenário. Confira!
Idioma: liderando a classificação de requisitos, temos a fluência em outras línguas, como inglês e espanhol. Hoje em dia, muitos candidatos acreditam em como esse ponto lhes garantirá melhores oportunidades. Contudo, essa percepção é equivocada, tendo em vista como, em certos casos, a companhia pode conduzir testes orais durante a entrevista ou, ainda pior, exigir esse nível de fluência no dia a dia de trabalho, podendo resultar em dificuldades caso não seja atendido. “Muitos acreditam em como devem incrementar o currículo para conseguir uma chance, contudo se a vaga solicita alguns requisitos é porque eles farão parte do dia a do profissional”, pontua Larissa Gonçalves, gerente de operações em RH.
Salário: é um equívoco pensar em declarar uma remuneração maior da realmente recebida agora ou antes quando falamos sobre estratégia eficaz para alcançar um melhor patamar salarial no futuro emprego. Embora essa informação possa ser verificada facilmente no momento da contratação, ao solicitar os dados do último registro, é crucial o indivíduo estabelecer, desde o início, uma relação de convicção. A falsidade nas conversas pode abalar essa confiança essencial no ambiente corporativo.
Saída do emprego: não é necessário entrar em minúcias, mas sim, evitar irrealidades sobre a situação ou conjuntura de dispensa em outro cargo. Logo, é fundamental encarar como um processo natural e explicá-lo de maneira honesta. O desligamento pode ser motivado por diversos fatores, como o contexto econômico, mudanças na estratégia da firma ou falta de alinhamento com a cultura organizacional, entre muitas outras justificativas. Essas explicações podem ser verificadas ao entrar em contato com o vínculo anterior, e qualquer invenção pode colocar em risco a posição atual ou futuras. A ética é um valor inegociável para muitos estabelecimentos.
Posições anteriores: significativa parcela da população modifica o nome do cargo sem considerar as atribuições reais exercidas no dia a dia. Essa falta de correspondência entre a nomenclatura e as responsabilidades pode ser prontamente identificada durante o recrutamento. Dependendo da situação, faltar com a verdade pode ter consequências legais sérias. Por exemplo, falsificar um diploma pode resultar em demissão por justa causa, sendo caracterizado como ato de improbidade, pois a fraude é comprovada.
Habilidades: as competências dos aspirantes podem ser analisadas mediante testes ou apresentação de casos práticos ao longo do processo seletivo, culminando no diálogo final com a futura liderança. Nessa fase, a pessoa é submetida a uma situação incontestável porque, caso não demonstre as aptidões citadas anteriormente, pode prejudicar sua avaliação. “Na seleção, diversas características são analisadas e vão além da formação e experiência. Analisamos postura, facilidade em se comunicar, além das ambições e motivações em relação ao cargo”, conclui Larissa.
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