No mercado de trabalho, desde o início de uma carreira, nos deparamos com inúmeros desafios. Entre eles, o sentimento de ansiedade é algo recorrente no público. Apesar de o nervosismo ser normal em algumas situações, controlá-lo é essencial para não gerar desgastes maiores ou riscos para a saúde física e mental. Portanto, nessa vertente, a qual nos dedicamos diariamente, seja como aprendiz, estagiário, efetivo ou líder, é essencial identificarmos os causadores do estresse e corrigir o quanto antes. Então veja, nesta matéria, como manter uma rotina laboral tranquila.
O que é estar ansioso?
Essa angústia é uma reação natural do nosso corpo diante de episódios de ameaça, perigo, dor e/ou sofrimento. Quando surge ela causa sensações de desconforto a nível físico, emocional e mental. Em suma, se caracteriza pela preocupação intensa, nervosismo, medo de circunstâncias cotidianas. Conforme Liana Chiaradia, fundadora da Guia da Alma, “quando essas reações se tornam excessivas, podem interferir na maneira como conduzimos nossa vida, tornando difícil enfrentar os desafios do dia a dia. Nesse ponto, ela se torna um distúrbio o qual exige cuidados”, destaca.
A ansiedade atinge uma parcela da população brasileira
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com transtornos ansiosos no mundo, com 9,3% da população. Nessa mesma linha de análise, um estudo realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e pela Vital Strategies, em 2022, mostrou como os casos atrelados a essa questão aumentaram de 9,6% para 13,5% entre 2020 e o ano passado.
Em outra pesquisa, feita a partir do questionário desenvolvido pelo Guia da Alma, foi constatado: 15.146, 62,6% dos respondentes apresentavam alto grau de ansiedade, nível associado a crises e outros sintomas, caso não tratado. Outros 7.528 entrevistados, 31,1% do total, tiveram resultado moderado, segundo apontado pelas respostas às perguntas incluídas na avaliação. Os resultados mostram 1.107 pessoas (4,6%) e 399 pessoas (1,7%), com graus leves ou normais.
No dia a dia corporativo, certas ações elevam a preocupação e a ansiedade dos colaboradores
Focados na vertente empresarial, o próprio Núcleo Brasileiro de Estágios - Nube, fez um levantamento para descobrir “o que aumenta a preocupação no trabalho?”. Com uma amostra de aproximadamente 6 mil respondentes, o resultado mostra como a aflição pode partir de uma desordem na companhia. Para 33,85%, ela surge quando perdiam tempo em uma mesma atividade, 31,02% ficavam mal ao acumular funções dos colegas. Outra parcela, 17,78% colocaram como agente causador a burocracia para realizar tarefas pouco eficazes. Por fim, 17,21% ficavam nervosos ao não serem reconhecidos na velocidade esperada.
Segundo uma apuração da Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, 52% dos trabalhadores do país sofrem com o distúrbio enquanto estão em seu cargo. Assim, além dessas queixas existem mais razões para o sentimento surgir nesse instante. Entre eles, estão: excesso de responsabilidades (80%); pressão por resultados (75%), clima organizacional negativo (65%), trabalho insatisfatório (55%) e falta de recursos (50%).
A presença da ansiedade no cotidiano laboral gera consequências negativas
Não se trata apenas de um pensamento, esse estado ansioso tende a impactar a atividade por completo. Dessa maneira, se ele é constante, pode gerar no funcionário dificuldade em se concentrar, incapacidade de tomar decisões, complicações para regular o estresse, problemas para se relacionar com colegas e supervisores, afastamento do trabalho e perda de produtividade.
Com os cuidados corretos, o transtorno ansioso no ambiente corporativo consegue ser controlado e até mesmo evitado!
Em primeiro lugar, em condições de nervosismo elevado e constante, o Nube indica a consulta com um especialista em saúde. Contudo, existem algumas atitudes essenciais para aplicar no processo de estabilização do humor e na busca de um cotidiano tranquilo. Confira:
Gestão de tempo e prioridades: nessa etapa, é fundamental compreender o seu papel na entidade, quais são suas funções e mensurar os seus afazeres. Após obter uma noção geral das obrigações, isso pode ser anotado em uma agenda, planilha, notas do celular ou qualquer outro meio de preferência. Assim, tiramos as obrigações da cabeça e conseguimos visualizar a quantidade de pendências, seus prazos e organizá-las por ordem de relevância.
É de suma importância também entender quanto tempo há disponível em sua rotina para executar esses quesitos. Caso exista muito atraso, outros compromissos dispensáveis podem ser adiados, onde a sua prioridade se volta a cumprir os objetivos estipulados. No entanto, o descanso é inegociável, não ultrapasse os seus limites, o período de ósseo um parceiro.
Comunicação e busca de apoio: principalmente no trabalho, não estamos sozinhos. Por isso, em ocorrências negativas, não hesite em comunicar a sua dificuldade em entregar as tarefas e pedir ajuda quando for preciso. Quando o problema estiver em gestão e distribuição das atividades, proponha um feedback com a liderança. Dessa maneira, use o instante para trocar as suas experiências de maneira respeitosa.
Estabelecimento de limites e autocuidado: comece fazendo exatamente o seu horário estabelecido, não veja as suas ocupações como algo para se estender em uma carga extra. Dessa forma, ao finalizar o dia, é possível se dedicar plenamente em outras atividades, como a acadêmia, um hobbie, aos estudos, entre outros. Não negligenciar as pausas ao longo do expediente também é essencial, alongue o corpo, beba água e relaxe a mente alguns minutos. Isso pode fazer a diferença no ganho de foco e produtividade.
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