A dinâmica do mercado de trabalho passa por transformações significativas ao longo das últimas décadas. Uma das mudanças mais marcantes é a maior mistura de pessoas de diversas idades, coexistindo e colaborando em um mesmo ambiente. Essa variedade traz consigo uma série de desafios e oportunidades, moldando não apenas as interações laborais entre diretoria, funcionários, estagiários e aprendizes, mas também o próprio panorama das organizações.
A presença de diferentes faixas etárias traz uma riqueza de perspectivas, experiências e conhecimentos para a equipe. Os mais jovens frequentemente proporcionam um entendimento atualizado das tecnologias e tendências emergentes, enquanto os experientes possuem a sabedoria acumulada ao longo dos anos e uma compreensão profunda das nuances do setor. Essa combinação de habilidades pode ser altamente vantajosa, permitindo abordar desafios de maneiras criativas e inovadoras.
Além disso, a interação entre diferentes gerações oferece oportunidades de aprendizado mútuo. Os indivíduos com mais bagagem corporativa podem ajudar quem está dando os primeiros passos, compartilhando suas histórias e oferecendo conselhos valiosos. Por sua vez, os iniciantes podem oferecer uma visão fresca e novas abordagens para problemas, desafiando as ideias preconcebidas e estimulando a modernização. Para isso, todos precisam ter a mente aberta
No entanto, essa mistura também pode trazer dificuldades. Diferenças de valores, estilos de comunicação e expectativas em relação à carreira podem criar atritos e mal-entendidos entre os colegas. Por isso, as organizações devem adotar uma postura inclusiva, promovendo a valorização de todas as perspectivas, independentemente do ano de nascimento.
Políticas de recursos humanos estabelecendo a igualdade de oportunidades e o respeito mútuo são essenciais para garantir uma convivência harmoniosa. Programas de mentoria reversa, com incentivo à troca de saberes entre os colaboradores e iniciativas de formação contínua ajudam a superar as barreiras geracionais e promover a participação produtiva.
A Geração Z
Diante de um cenário em constante mutação e com a frequência dos progressos digitais, a população como um todo precisou se ajustar para acompanhar esse movimento. Conforme revelado por um estudo publicado pela plataforma Google, até 2025, mais de 53 mil indivíduos devem completar seus cursos universitários anualmente, a fim de suprir a demanda estimada de 800 mil novos profissionais talentosos.
A Geração Z (nascidos após 2001) cresceu em um mundo moldado pela ascensão da Internet. Esses jovens demonstram um nível de proficiência tecnológica superior em comparação aos demais e isso os leva a investir em carreiras nessa vertente. Para a responsável pela área de Dados e Agilidade na Pravaler, Vivian Liu, por esses motivos, esses cidadãos têm uma propensão natural para se sobressair na esfera virtual. “Algumas disciplinas universitárias, devido à sua novidade, carecem de especialistas e isso abre portas, principalmente para quem busca posições promissoras”.
A disponibilidade de alternativas de financiamento para educação oferece a chance de investir em cursos preparatórios. Ana Neri iniciou sua jornada laboral em Tecnologia da Informação aos 23 anos e, atualmente, ocupa o cargo de engenheira de software em uma empresa do setor financeiro e tecnológico. Ela compartilha: "comecei a explorar minhas habilidades de programação bem cedo, aos 12 anos. Com o passar do tempo, decidi ingressar nesse segmento. Trabalhar em uma corporação onde minha atuação é relevante para os negócios me proporciona aspectos muito positivos".
Relatos como esse estão se tornando mais comuns graças ao investimento em novas formações acadêmicas e, consequentemente, em especializações. "As soluções estão exercendo impactos significativos no mundo corporativo e essa tendência tem o potencial de continuar nos próximos anos", enfatiza Vivian.
Explore outras trajetórias com destaque no horizonte do futuro:
Análise de Dados: tem a responsabilidade de capturar todos os dados gerados e transformá-los em insights valiosos para as companhias. A capacidade de empregar esses elementos de maneira estratégica é o ponto crucial.
Estratégias de Marketing Digital: essa esfera se consolida como uma tendência robusta para as carreiras futuras, seja no âmbito de publicidade paga ou orgânica.
Especialista em Experiência do Usuário (UX): gerenciam sites e aplicativos para atender às demandas dos usuários.
Empreendedorismo On-line: qualquer serviço facilitador é uma possibilidade de negócio
Engenharia de Software: encarregado de desenvolver, administrar e testar novos sistemas, apps e programas,
Especialista em Estatística: definem padrões de eventos para prever resultados.
De acordo com a pesquisa "Um Exame Aprofundado da Saúde Mental nas Organizações Brasileiras", conduzida pela Vittude, pessoas com menos de 22 anos tendem a apresentar níveis mais altos de problemas emocionais. Dos entrevistados, 27,17% relataram ansiedade, 36,48% experimentaram estresse e 27,49% indicaram ter enfrentado episódios de depressão.
A retenção de talentos dentro dessa parcela da população representa um desafio. Atualmente, a tarefa de encontrar candidatos com desejo de permanecer na mesma companhia por longos períodos tornou-se cada vez mais árdua. De acordo com a sócia fundadora da Perroni Sanvicente & Schirmer Advogados, Carolina Perroni, empreendimentos menores enfrentam dificuldades em oferecer salários competitivos e benefícios distintos. "Nos anos vindouros, essa missão continuará complicada. Os negócios deverão ajustar-se às demandas e expectativas, com o objetivo de atrair e manter seus membros", afirma.
É fundamental demonstrar disposição para escutar e atender as aspirações dessa geração, proporcionando um ambiente com autonomia, flexibilidade, transparência e chances de crescimento. "Quando todas as opiniões são valorizadas, uma cultura de confiança e respeito se estabelece, fortalecendo a equipe e impulsionando os resultados", conclui Carolina.
Os veteranos ganham cada vez mais espaço
Nas últimas duas décadas, o Brasil tem testemunhado o processo de envelhecimento de seus trabalhadores, conforme levantamento da Bain & Company. Concomitantemente, observa-se uma alteração no modo como os indivíduos desempenham suas funções dentro das organizações. A consultoria identifica seis perfis representando as principais características encontradas nos dias de hoje:
Executores: buscam estabilidade e previsibilidade, destacando-se por seu compromisso, embora encontrem motivação em aspectos extraprofissionais.
Dedicados: são movidos pela ambição e competição. Possuem skills notáveis em planejamento e geralmente exibem disciplina, procurando trajetórias bem definidas rumo ao sucesso.
Artesãos: se esforçam para atingir a excelência em suas tarefas, sem se deixarem afetar pelo status.
Benfeitores: demonstram um espírito altruísta, priorizando tarefas com impacto positivo na vida dos outros e infundindo uma dimensão mais humanitária.
Exploradores: têm interesse por diversidade e preferem independência sobre segurança.
Visionários: ambicionam provocar mudanças no mundo, sentem uma conexão profunda com suas ocupações e almejam transformar seus sonhos em realidade.
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