Setembro chegou e, com ele, novos afazeres. Todavia, momentos de lazer e entretenimento são cruciais na vida e, quando unidos a aprimoração pessoal, tendem a ser ainda mais valorizados. Esse é o caso da prática literária, a qual permite passar o tempo reforçando possíveis habilidades pessoais. Assim sendo, o Nube separou três obras interessantes para estagiários e aprendizes conhecerem. Confira!
"O dia depois de amanhã", de Alexandre Teixeira
O jornalista e escritor Alexandre Teixeira lançou recentemente, o livro “O dia depois de amanhã”. No volume, aberto com prefácio do ChatGPT, o autor conduz uma profunda reflexão sobre o presente do ofício e as transformações impulsionadas pela pandemia. Ele questiona o modelo convencional de ocupação híbrida e propõe o design de experiências profissionais para construir futuros adaptados às necessidades individuais.
A obra é o desdobramento de um projeto iniciado por Teixeira em abril de 2020, logo após a eclosão da pandemia de Covid-19, como cofundador da plataforma ODDDA (O Dia Depois De Amanhã), criada para estudar os futuros desenhados a partir da maior crise de saúde pública do último século. Três anos depois, ele apresenta uma síntese aprofundada dos aprendizados desse período, analisando o território de disputa entre diferentes correntes de pensamento. De um lado, estão os defensores da atuação remota e sem fronteiras. Em outra ponta há o modelo Híbrido 1.0, propondo uma combinação padronizada entre dias no escritório e em casa. Por fim, há uma corrente querendo o retorno ao molde totalmente presencial.
Assim, ele documenta esses movimentos com expertise e precisão crítica, frutos de algumas décadas atuando na área econômica e de negócios. O jornalista articula uma ampla gama de informações, argumentação sólida e cases de organizações brasileiras e internacionais. Seu tom é questionador e propositivo, sem desviar o olhar dos dilemas os quais acompanham os novos tipos de serviço.
Em um debate qualificado, ele passa por temas como as dificuldades da gestão de equipes remotas, a importância do ambiente laboral como espaço para interações não replicáveis pela tecnologia, os ganhos e riscos do uso de inteligência artificial nas rotinas, as mudanças climáticas e a saúde mental do trabalhador. O cenário certamente é complexo, a disputa é acirrada e os ânimos nem sempre são amistosos, mas o autor conduz o assunto com a clareza e consistência necessárias para mobilizar as mudanças.
“Design It!”, de Michael Keeling
Ideal para quem é desenvolvedor de software e não teve contato com esse tipo de arquitetura, mas precisa e quer adquirir um conhecimento. O livro é muito bom para mostrar o papel desse profissional dentro do novo momento vivenciado na tecnologia, onde a escalabilidade e falta de pessoas são fatores reais na maioria dos projetos.
Assim, repleto de técnicas práticas, “Design It!” é a introdução perfeita ao assunto para programadores prontos para aumentar suas habilidades. Dessa forma, é mais fácil liderar uma equipe, fazer as perguntas certas aos interessados, explorar as opções do ramo e ajudar o time a implementar um sistema promovendo as funcionalidades corretas. Além de compartilhar decisões, facilitar workshops colaborativos e desenvolver softwares mais impressionantes.
Com dezenas de métodos de design, exemplos e know-how prático, Michael Keeling conseguiu traduzir como se tornar um especialista do campo. Na obra, é viável percorrer os principais conceitos de conhecimento geral no âmbito, descobrir como aplicá-los e aprender uma variedade de habilidades as quais o tornarão um melhor líder e designer. Dessa maneira, por meio de exercícios práticos, cenários do mundo real e ferramentas intuitivas de tomada de decisão em equipe, ganha-se a experiência necessária para ser um arquiteto de software confiante, comunicativo e inteligente. Aprenda a usar quadros brancos, documentos, códigos e aplique métodos com foco na ação diária.
“Mudanças para pessoas que são inteligentes, mas não têm sabedoria”, de Marcelo Reginato
O jovem e ingênuo calouro da faculdade de medicina tem seu primeiro contato com as drogas durante os trotes no início dos anos 2000. A relutância inicial gradualmente dá lugar ao vício em entorpecentes. Dessa maneira, Marcelo Reginato se torna um subalterno químico, história relatada no livro “Mudanças para pessoas que são inteligentes, mas não têm sabedoria”, assinado pelo autor com o pseudônimo Ricciluca Cattaneo.
Por um tempo, Reginato conseguiu manter as aparências. Obteve a graduação no curso, conquistou bons empregos e ótima remuneração. Contudo, o vício cresceu na mesma proporção e a queda não demorou a acontecer. Sem trabalho, ele chegou a roubar cartões da mãe e, em surto psicótico, quebrou um carro a pedradas, apanhou da polícia e teve alucinações.
Ao procurar ajuda, o médico se deu conta do tamanho da sua luta. Foram 15 internações em diferentes clínicas, mudança de cidade, incontáveis consultas psiquiátricas, psicoterapias e participação em grupos de apoio a subordinados até conseguir, finalmente, encontrar o caminho para uma mudança real. Livre disso, hoje, ele não só está de volta às atividades nas UTIs como foi condecorado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo ao passar pelos exames de saúde mental e toxicológico para exercer novamente a profissão.
Dependentes químicos e familiares encontram um sopro de esperança nesse livro. Estudos e reflexões sobre a importância da psiquiatria, da psicoterapia, da filosofia, do apoio da família e o papel da religião são alguns dos temas abordados nesta impactante trajetória. Foram esses elementos responsáveis por ajudar o autor a ir além da inteligência para buscar sabedoria e encontrar a força precisa para ter o domínio sobre si mesmo.
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