O mundo corporativo está passando por mudanças significativas e elas moldam a forma como as empresas operam e se adaptam a um ambiente em constante desenvolvimento. Essas transformações são impulsionadas por avanços tecnológicos, evoluções culturais e novas abordagens para os negócios. A digitalização tem sido uma força disruptiva em várias indústrias, alterando as maneiras de agir, se comunicar e interagir com os clientes, funcionários, estagiários e aprendizes.
A automação de tarefas rotineiras, o uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina revolucionam a eficiência operacional e permitem serviços mais ágeis e inovadores. Além disso, possibilitam outros modelos de atuação, como o trabalho remoto. A pandemia de Covid-19 acelerou essa tendência. Como resultado, muitas organizações enxergaram como o home office pode ser produtivo e adotaram essa prática. Isso está remodelando a dinâmica dos escritórios, exigindo uma maior ênfase na comunicação digital, colaboração virtual e gerenciamento de equipes distribuídas.
Outro movimento notável é a crescente conscientização ambiental e social. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com as práticas éticas e sustentáveis das marcas. Isso levou as organizações a adotarem uma abordagem mais responsável em relação ao planeta, diversidade e inclusão. Agora, estão se esforçando para reduzir sua pegada de carbono, promover a pluralidade em suas equipes e apoiar iniciativas sociais. Além disso, as hierarquias corporativas tradicionais estão sendo substituídas por estruturas horizontais e colaborativas. A tomada de decisão se torna mais descentralizada, com um maior envolvimento dos integrantes em todos os níveis. Cada vez mais se valoriza a inovação, a criatividade e a flexibilidade, encorajando os colaboradores a assumirem riscos calculados e a contribuírem com novas ideias.
O setor de RH deve estar por dentro das tendências
Nos debates sobre o mercado, há um aumento na preocupação com a falta de qualificação dos candidatos. Ao mesmo tempo, as contratantes dão preferência a quem possui não apenas conhecimento técnico, mas também habilidades interpessoais, conhecidas como soft skills, essenciais para o bom desempenho. Do ponto de vista dos profissionais de Recursos Humanos, existem muitos desafios nessa escolha.
Atualmente, quem prioriza as hard skills consegue preencher suas vagas mais rapidamente, mas leva um tempo maior para atingir a produtividade desejada. “Embora a pressa em ocupar os cargos esteja relacionada a uma alta probabilidade de admissões inadequadas, preferir a velocidade em vez do sucesso a longo prazo não é a abordagem mais inteligente e econômica. Esse aspecto se torna ainda mais importante em situações de crise, quando o setor de RH enfrenta uma grande pressão por resultados e redução de custos”, comenta o CEO do Grupo Soulan, Marcelo Souza.
Nesse sentido, as antigas estratégias de gestão de talentos não são mais eficazes. Em vez de fazer pequenas modificações, os líderes precisam adotar novas estruturas e ferramentas, pensando na agilidade e capacitando os colaboradores a atingirem seu máximo potencial. Embora a maioria dos executivos reconheça essa necessidade, ainda existe certa incerteza em relação às ações.
A agenda de RH para os próximos meses oferece uma série de oportunidades para gerar resultados tangíveis. Nesse sentido, as principais áreas para se dedicar são destacadas pelo vice-presidente da Access, Marcelo Carreira:
A transição para uma organização orientada por competências:
As habilidades foram um tema importante no ano passado, mas em 2023 elas são o foco central das discussões. Uma abordagem baseada em competências não apenas tem o potencial de elevar a eficiência, mas também de conectar os funcionários a tarefas alinhadas com suas ambições e conhecimentos. Segundo estudo da Deloitte, isso aumenta em 79% as chances de os colaboradores terem uma experiência positiva.
Embora muitos executivos tenham esse desejo, envolver os funcionários pode ser um desafio, pois estão resistentes. Apenas 38% dos entrevistados estão dispostos a modificar seus comportamentos para apoiar a transformação organizacional atualmente, em comparação com 74% em 2016. Consequentemente, o RH também deve determinar as necessidades para alterar esse panorama.
Maximização da eficácia dos líderes e gerentes:
Conforme as organizações evoluem, as expectativas também aumentam, tornando essas funções mais complexas. Para prosperar no cenário atual, os executivos devem ser autênticos, empáticos e adaptáveis.
Repensando a experiência do colaborador:
A experiência do colaborador agora é uma prioridade. Os profissionais reconhecem como um clima atrativo está diretamente ligado a uma série de benefícios transformadores, por exemplo, menor rotatividade e melhores resultados financeiros. Embora muitos estejam ansiosos para lançar iniciativas nesse sentido, enfrentam dificuldades para identificar quais terão o maior impacto. O desenvolvimento de carreira está emergindo como uma área de foco crucial, pois apenas 25% expressam confiança em sua evolução dentro das organizações.
Adotando novas estratégias de recrutamento:
Durante 2022, a maioria das equipes de recrutamento enfrentou uma competição acirrada por talentos com as características mais procuradas. Infelizmente, essa escassez deve continuar e até mesmo se intensificar. Em vez de depender principalmente de contratações externas, é interessante olhar para dentro e formar esses integrantes. Sendo assim, o estágio é crucial, pois o participante está inserido em alguma instituição de ensino, por dentro das tendências e não possui vícios anteriores. Dessa forma, é possível lapidá-lo.
Preparando-se para os desafios futuros:
Em um cenário de mudanças rápidas e contínuas, ninguém quer ser pego desprevenido. De fato, 42% dos respondentes veem a preparação para o futuro como uma peça chave. Para se preparar adequadamente, é preciso desenvolver um planejamento estruturado.
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