O empreendedorismo tem desempenhado um papel cada vez mais relevante no cenário brasileiro, impulsionado pela busca por independência, realização pessoal e contribuição para o desenvolvimento do país. Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de pessoas optando por abrir seus próprios negócios.
Essa tendência é motivada por diversos fatores, como a busca por autonomia, a oportunidade de crescimento profissional e a geração de renda. No entanto, em meio aos benefícios, também existem obstáculos e desafios, como a burocracia, a carga tributária elevada e a falta de capacitação. Apesar dessas dificuldades, o segmento continua a se destacar como uma força impulsionadora da economia, criando empregos e estágios, fomentando a inovação e contribuindo para a evolução na nação.
A taxa de desemprego subiu para 8,8% no trimestre móvel terminado em março, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Com isso, o número absoluto de desocupados teve alta de 10% contra os três meses anteriores, chegando a 9,4 milhões de pessoas. São 860 mil indivíduos a mais, comparado ao mesmo período no ano passado. Ou seja, mais um motivo para os cidadãos buscarem outras alternativas.
Os desafios de ser um empreendedor brasileiro
Empreender em qualquer local do mundo implica riscos e incertezas, porém, no Brasil o cenário é bem complicado. Trata-se de um ambiente repleto de desafios decorrentes de procedimentos burocráticos e fatores externos. De acordo com dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualificação Profissional - IBPQ, são 48 milhões de compatriotas nesse caminho, ocupando a quarta posição no ranking global.
Após o crescimento explosivo das startups, muitas empresas surgiram e se estabeleceram a ponto de dominarem seus respectivos mercados. Contudo, o ecossistema atual enfrenta uma redução significativa nos investimentos. “Isso se deve a movimentos relacionados às taxas de juros, especialmente nos Estados Unidos, onde houve alterações devido a fatores ligados ao setor bancário e de crédito”, comenta o fundador e CEO da Meetz, Juliano Dias. Sendo assim, é essencial os executivos possuírem características como visão de longo prazo, habilidades de comunicação e negociação, além de resiliência ainda maior, paciência e inteligência emocional. Essas habilidades são cruciais para enfrentar a jornada e alcançar o sucesso.
Liderar uma corporação não é uma tarefa fácil. Além da responsabilidade de desenvolver e destacar a marca, é necessário estabelecer uma relação de trabalho positiva com os colaboradores, os quais devem confiar no comandante e contribuir para alavancar o negócio. “Para isso, é fundamental valorizar o bem-estar de sua equipe, promovendo uma abertura às ideias, ouvindo os integrantes, estabelecendo processos com feedback contínuo, oferecendo treinamento e mantendo-se receptivo à inovação”, ressalta Dias.
Em um cenário onde o trabalho remoto se tornou comum, lidar com a distância física e estabelecer uma cultura organizacional sólida são desafios enfrentados pelos gestores. No entanto, se esses aspectos forem abordados de maneira adequada, podem se transformar em vantagens tanto na contratação e retenção de talentos, quanto no atendimento aos clientes.
Cuide da sua saúde mental
Todo mundo está sujeito ao estresse. Quando se trata de empresários, a situação se torna ainda mais delicada. Com inúmeras responsabilidades a serem gerenciadas simultaneamente, é essencial ter um cuidado redobrado com a saúde mental, a fim de evitar uma crise repentina. De acordo com os últimos levantamentos da Organização Mundial da Saúde - OMS, cerca de 90% da população mundial sofre com essa questão. Segundo o Instituto de Medicina dos Estados Unidos divulgou há um custo médio de US$ 5 mil por ano para cada funcionário, incluindo despesas com licenças médicas, absenteísmo, tratamentos, entre outros. Esses dados ressaltam a relevância de priorizar o assunto.
Essa rotina traz consigo várias "ameaças": novos projetos, investimentos, fornecedores, entre outros. O caos parece ser parte integrante do currículo de um executivo e realmente não é fácil administrar tudo isso. No entanto, isso não deve ser negligenciado e é essencial se antecipar, reservando um tempo de qualidade para si mesmo, sua família e amigos. Essa é a abordagem adotada por Jonathas Freitas.
Cada componente dessa esfera passa por mudanças de humor constantes. É uma montanha-russa de altos e baixos diariamente. “Pela manhã, eles se olham no espelho e se enchem de confiança, acreditando em um dia repleto de conquistas. No entanto, ao anoitecer, podem se sentir completamente exaustos e frustrados devido a acontecimentos inesperados. Um cliente pode desistir de fechar um grande contrato no último momento, um funcionário adoecer quando deveria entregar um projeto ou até mesmo uma fatura passou despercebida”, explica Freitas.
Além disso, cuidar da alimentação, realizar exames de rotina, dormir adequadamente e fazer exercícios são premissas básicas para manter o corpo e a mente equilibrados. Se possível, também é importante considerar o acompanhamento psicológico. Há muitas responsabilidades a serem assumidas e não é saudável tentar ser onipresente. É crucial delegar tarefas para não se sobrecarregar.
O tema não deve ser subestimado. Não se trata apenas de passar por um período de nervosismo ou tensão. É um mecanismo fisiológico ativado pelo corpo em situações de perigo. A alta carga de adrenalina na corrente sanguínea prepara o organismo para lutar ou fugir, especialmente em momentos de incerteza e ameaça. Logo, é algo perigoso. Uma função destinada a prepará-lo para situações extremas.
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