A necessidade de requalificação profissional nunca foi tão urgente como nos dias atuais. A rápida transformação digital tem transformado a maneira como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Isso demanda colaboradores capacitados para atender às novas demandas do mercado. Por isso, muita gente decidiu trocar de carreira, começar do zero e ingressar nesse segmento. Afinal, são várias vagas de emprego e estágio disponíveis pelo Brasil.
A tecnologia está se tornando cada vez mais presente em todas as áreas da sociedade, desde a indústria até os setores de serviços. Automação, inteligência artificial (IA), internet das coisas, análise de dados e outras tendências estão revolucionando os processos de produção, gestão e tomada de decisões. Nesse contexto, é essencial os indivíduos se adaptarem e adquirirem novas habilidades para se manterem relevantes e competitivos.
A atualização é fundamental, porque a velocidade das mudanças torna obsoletos os conhecimentos em um ritmo acelerado. Algo antes considerado inovador e avançado, hoje, pode se tornar ultrapassado em questão de meses. Portanto, é essencial estar disposto a aprender continuamente. As empresas estão em busca de talentos. A escassez cria uma grande oportunidade para quem está preparado.
No entanto, isso não se restringe apenas aos programadores e desenvolvedores. Há uma grande variedade de funções e especializações dentro desse ramo, incluindo análise de dados, cibersegurança, design de interfaces, gestão de projetos tecnológicos, entre outros. É importante encontrar um campo com o qual possua afinidade e aptidão. Ademais, é igualmente relevante desenvolver habilidades interpessoais, capacidade de adaptação, pensamento crítico e resolução de problemas, para ser capaz de se comunicar, trabalhar em equipe e compreender os impactos sociais e éticos das suas atividades.
Empresas apontam necessidade para requalificação dos profissionais
Segundo relatório da Great Place To Work, de 2022, a falta de candidatos qualificados era a principal dificuldade para preencher as vagas nas empresas, conforme 49% dos líderes entrevistados. Em 2023, em pesquisa da Robert Half, pouco mudou. Para 42% dos recrutadores, os aspirantes não estão preparados para as funções disponíveis. O CEO da Korú, Daniel Spolaor, analisa a situação: "profissionais com as competências adequadas, alinhadas às necessidades das companhias, são mais engajados, sentem-se mais valorizados e pertencentes, Isso aumenta a retenção de talentos e reduz os riscos de turnover".
Em casos como as recentes demissões em massa, ações estratégicas para a educação corporativa são cruciais para a saúde dos negócios. Spolaor destaca os motivos de focar nesse aspecto para os funcionários permanecerem no local. De acordo com estudo da Visier Inc. quando as pessoas começam a ir embora, há um risco de contágio entre os colegas, resultando em uma probabilidade de aumento de 9,1% nas saídas voluntárias.
A escolha dos focos corretos, a priorização das frentes de atuação e investimentos são fundamentais para o sucesso dessa etapa de renovação. Afinal, colaboradores com maior repertório proporcionam mais espaço para a inovação. "Dar liberdade para os membros redefinirem a forma como realizam certos processos geralmente traz grandes ganhos de produtividade, escalabilidade e redução da carga", afirma o CEO.
Ainda em relação ao levantamento da Robert Half, as principais razões para a falta de aptidão dos candidatos aos cargos disponíveis são a ausência de competências técnicas essenciais (49,85%), a ocupação de integrantes mais qualificados (45,63%) e a carência de soft skills necessárias para a função (38,4%). "Esse setor não exige uma certificação formal. É necessário conhecimento, prática e profundidade, mas as formas de adquiri-los não precisam ser as tradicionais", afirma o especialista.
Os líderes devem investir em seus colaboradores
Em um mundo em constante evolução, torna-se imprescindível adotar medidas e ações para o desenvolvimento, upskilling e reskilling. Além disso, de acordo com um levantamento da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais - Brasscom, até 2025, surgirão 800 mil novos postos relacionados à tecnologia. Portanto, é crucial identificar essas tendências para orientar os próximos passos dos departamentos internos de TI das organizações e também dos interessados nessas oportunidades.
Para o gerente geral da Ironhack, Alexandre Tibechrani, mesmo em um ambiente econômico mais desafiador, a demanda por esses indivíduos é alta. “Na verdade, trabalhadores de nível médio e sênior estão mudando de emprego com menos frequência em comparação com o comportamento atípico durante e após a pandemia. Estamos passando de 'a grande onda de demissões' para uma nova fase: 'a grande negociação'", afirma.
De acordo com o professor de Data Analytics, Felipe Rocha, o cenário está passando por alterações e a tendência é de mais profissionais generalistas prosperem na área. "Ter um especialista capaz de desempenhar diferentes papéis e navegar pelo vasto mundo dos dados pode ser uma grande vantagem, especialmente para empreendimentos e equipes menores", explica.
Nos últimos dez anos, a procura por experiência aumentou significativamente. Com as mudanças nas condições do mercado, observa-se um foco maior no investimento em times, desenvolvendo e retendo-os por um período mais longo. Com a infraestrutura adequada, mais pessoas terão a possibilidade de fazer transições de carreira para funções técnicas. "É mais fácil e econômico oferecer treinamento adicional para a equipe atual em comparação com realizar novas admissões. Eles já estão familiarizados com a cultura organizacional e adquirem competências valiosas", ressalta o professor.
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