Conforme dados divulgados recentemente pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), a igualdade de gênero será atingida somente daqui 135 anos, pois a crise sanitária global atrasou esse cenário já tardio em 36 anos. Longe de ser uma batalha exclusiva do grupo em questão, toda a sociedade deve reconhecer a capacidade delas em gestar e cuidar enquanto desempenham um excelente papel dentro das organizações. Afinal, a sua função no núcleo familiar, seja ele em qualquer configuração, é fundamental para toda a sociedade brasileira. Sendo assim, compreenda a relevância de apoiar a maternidade no trabalho!
A inclusão é prioridade desde o início!
No mundo corporativo, a competitividade é alta e é preciso adaptar-se a esse cenário. Assim como qualquer esfera social, esse espaço, infelizmente, ainda possui alguns preconceitos enraizados dos quais não podem mais ser lavados para frente. Apesar de ser algo velado, não podemos negar o fato de muitas companhias não fornecerem o devido suporte às mulheres com responsabilidades familiares, desde a contratação até os benefícios de uma trajetória duradoura.
Por essa razão, as empregadoras necessitam promover iniciativas para acolher integralmente esse público, abrangendo todas as particularidades para o bom desempenho delas nos cargos. “O caminho para contemplar mães começa na garantia da igualdade de oportunidades. Isso significa a necessidade de adotar práticas para favorecer a contratação de mulheres, como a divulgação de vagas em canais voltados a esse público e a implementação de políticas de inclusão", comenta Wilma Dal Col, especialista em Gestão Estratégica de Pessoas.
Não obstante, as práticas de ESG estão em alta pelo mundo empresarial, ou seja, está sendo cada vez mais relevante investir em pautas ambientais, de desenvolvimento social e governança corporativa. Isso não apenas potencializa a imagem da marca no mercado, como também promove a ética nas relações trabalhistas. Como nunca, esses fatores têm sido essenciais para reter talentos em meio a expansão do turnover pelo planeta.
Nesse sentido, a oferta de condições de serviço em prol da conciliação entre vida pessoal e profissional é uma estratégia interessante para os estabelecimentos em busca de manterem-se ativos na atualidade. “As empresas podem oferecer planos de saúde incluindo as crianças na cobertura, auxílio-creche, licença-maternidade e paternidade ampliadas, além de programas de desenvolvimento profissional contempladores da maternidade", completa Wilma.
A flexibilização é a peça-chave!
Segundo o estudo Além da revolução do híbrido, elaborado pela WeWork, 72% dos trabalhadores brasileiros confirmam o impacto positivo na saúde mental depois de começar a atuar no regime híbrido. Dentre os entrevistados, estão as mães e madrastas como principais beneficiadas dessa flexibilidade adquirida. Fica nítido, portanto, como a virtualização das atividades laborais pode trazer inúmeras vantagens para a rotina das pessoas.
Dessa forma, contribuir positivamente para o equilíbrio de responsabilidades impacta diretamente a saúde mental, peça essa primordial para o desempenho produtivo dentro da organização. “Como mãe, vivencio diariamente a necessidade de conciliar a rotina dos filhos com a do trabalho. Por isso, sei o quanto é significativo ter a possibilidade de operar em um espaço com a infraestrutura adequada próximo ao local no qual você tem um compromisso maternal, por exemplo”, pontua Claudia Woods, CEO da WeWork na América Latina.
Inclusive, uma pesquisa da WeWork aponta como a flexibilização dos serviços é considerada “muito importante" na criação dos filhos para 91% das pessoas. Como principal motivação, tem-se o acompanhamento do dia a dia da criança (53%) e a adaptação do cotidiano de todas as partes envolvidas (12%). Além, é claro, da possibilidade de cuidar dos menores quando estão doentes (12%) e a otimização da qualidade de vida de ambos.
Ademais, a amamentação também foi citada como um ganho, tendo em vista como a modalidade remota prolongou o período de lactancia para significativa parcela dos recém-nascidos. “Hoje em dia, ir ao escritório ganhou um novo propósito, pois conseguimos realizar reuniões importantes sem interrupções até ter contato humano com outras pessoas fora do convívio diário. Para mim, ter flexibilidade de escolher como, quando e de onde trabalhar faz toda a diferença na rotina de mãe e, consequentemente, na profissional e na minha saúde mental”, reforça Claudia.
Como funciona a maternidade no estágio?
A legislação brasileira prevê diversas garantias para as grávidas, tais como: estabilidade no emprego da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto; licença maternidade remunerada de 120 dias; jornada especial de trabalho para amamentação até a criança completar 6 meses. Aliás, a transferência de função, quando as condições de saúde o exigirem, assegura a retomada da função anteriormente exercida, assim como veda qualquer prática discriminatória. Tudo isso para aquelas pessoas com carteira assinada, ou seja, os CLTs.
Apesar das suas inúmeras vantagens, o estágio não gera vínculo empregatício e, por isso, as corporações ficam livres de pagar encargos trabalhistas para impulsionar as contratações dos estudantes. Tendo em vista a inexistência de uma obrigação legal, as partes (estagiária, contratante, instituição de ensino ou agente de integração, se houver) podem encerrar o contrato a qualquer momento.
Contudo, quando trata-se de uma nova mãe, a Associação Brasileira de Estágio (Abres) orienta as empregadoras a demonstrarem empatia e não desligarem essas profissionais extremamente competentes. Afinal, essa conduta demonstra uma verdadeira dedicação à diversidade para fazer a diferença no mercado e sociedade em geral.
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