No passado, presenciar um profissional trocando de emprego ou carreira era considerado algo complicado e até arriscado, especialmente com mais idade. No entanto, ao longo do tempo, essa situação se tornou comum, devido à proximidade com a tecnologia, à busca constante por aprendizado e às novas oportunidades. Com a ocorrência da pandemia, as pessoas passaram a valorizar aspectos diferentes e isso despertou o desejo por outras experiências e trajetórias.
Existem diversos motivos para isso. Alguns optam por se reinventar ou perseguir um sonho. Outros buscam uma remuneração mais elevada ou maior reconhecimento. No entanto, com o passar do tempo, é natural o surgimento de momentos de incerteza e insegurança, principalmente devido aos preconceitos existentes.
O impacto da pandemia no mundo corporativo
O mercado ainda enfrenta as consequências da Covid-19, especialmente com as alterações duradouras ocorridas. Entre os desafios, os modelos de negócios e os processos de contratação se destacam como obstáculos significativos, com empresas de todos os tamanhos e setores lutando para encontrar o candidato ideal para atingir seus objetivos. Essa é uma tarefa complexa para os departamentos de recursos humanos, pois precisam se adaptar e se transformar intensamente para atrair e reter os melhores talentos, impulsionando o crescimento dos negócios.
Em pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios - Nube, com 26.012 respostas, foi perguntado: “se pudesse mudar de carreira, se sentiria confortável?”. Apenas 28,8% escolheram a opção “não mudaria, estou feliz com minha escolha”. A alternativa mais votada, com 36,41%, foi “com certeza, o mais importante é ser feliz com o nosso trabalho”. Isso mostra a insatisfação e a troca de visão da população recentemente.
A transformação se tornou uma prioridade para os empreendimentos nos últimos anos. Foi necessário se adequar ao isolamento social, permitindo às equipes a realização de suas tarefas remotamente com a mesma qualidade e produtividade do ambiente físico. Para surpresa de muitos, os resultados foram acima do esperado. A viabilidade do home office depende da área de atuação. Entretanto, se tornou um fator decisivo para muita gente, atraídos pelos grandes benefícios trazidos pelo modelo. Agora, os indivíduos estão mais seletivos em relação às vagas e, por isso, é preciso considerar essa preferência para conquistar os maiores talentos, visando um desempenho excepcional.
A dinâmica do mercado no futuro será completamente baseada na capacidade dos empresários de se adaptarem e, principalmente, na sua visão ao antecipar tendências. Nesse sentido, a pandemia é o exemplo mais claro, pois poucas organizações possuíam um plano de contingência para crises como essa, estando preparados para vencer o período delicado. Na prática, a situação apenas acelerou o movimento de digitalização, em resposta à crescente preferência dos consumidores pelo universo virtual. Todas as estratégias corporativas serão impulsionadas pelos hábitos dos clientes e, para acompanhá-los com sucesso, será necessário contar com integrantes qualificados e preparados para lidar com esse cenário.
É importante estar em constante aprendizado
Às vezes, é interessante darmos uma pausa em nossas atividades e nos questionarmos: estou verdadeiramente feliz com a direção da minha vida? Isso se aplica em todos os aspectos. Quando as respostas são negativas, é preciso se reinventar. No contexto laboral, isso pode significar trocar de emprego, iniciar um negócio próprio ou até mesmo trocar completamente a área de atuação. A decisão depende de cada um, do tipo de insatisfação experimentada e do autoconhecimento. Se você está considerando seguir esse caminho, confira algumas dicas do fundador do Instituto Brasileiro de Coaching – IBC, José Roberto Marques.
Avalie se é o momento adequado: frequentemente, após uma experiência traumática, sentimos a vontade de mudar radicalmente de rota. No entanto, é preciso ter cautela. O certo é avaliar o ocorrido de forma racional. Talvez você possa resolver sua insatisfação simplesmente alterando de departamento. Quanto mais você souber sobre sua personalidade, mais fácil será definir o caminho a seguir..
Valorize sua experiência até o momento: não subestime suas realizações até agora. Pelo contrário,elas proporcionam grandes aprendizados. Por exemplo, um professor de inglês, ao se tornar jornalista, pode ser um excelente correspondente internacional devido ao seu conhecimento no idioma. Leve consigo o seu passado e aplique-o nesse novo contexto.
Lide com o medo do desconhecido: nossa mente reconhece uma novidade e isso nos coloca em estado de alerta e ansiedade, mesmo diante de ameaças mínimas, gerando apreensão. Para descobrir se a troca será positiva ou não, só há uma maneira de descobrir: tentando. Antes de tomar sua decisão, reflita cuidadosamente, ponderando os prós e os contras de permanecer onde está.
Busque o exemplo de outros: converse com quem atua naquele segmento e já atravessou esse caminho. Tire suas dúvidas, peça conselhos e descubra como foi a trajetória. Inspire-se neles, mas construa a sua história.
Faça um planejamento financeiro: esse movimento pode resultar em salários mais baixos. Além disso, exige novos cursos, treinamentos e um recomeço do zero. Portanto, antes de se aventurar, construa uma reserva financeira de emergência ou tenha uma renda extra. Talvez seja necessário adiar alguns planos e sonhos para evitar prejuízos. Seja organizado, disciplinado e consciente.
Continue aprendendo: quanto mais você estudar e desenvolver competências, menos difícil será o processo. Isso inclui não apenas questões técnicas específicas, mas também as habilidades comportamentais conhecidas como “soft skills”. Ademais, lembre-se da importância do networking, ou seja, fortalecer sua rede de contatos.
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