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Crie um clima positivo em seu negócio 

Notícia | 22/06/2023

Rodrigo Barreto

Um clima saudável no ambiente de trabalho é fundamental  para o bem-estar dos colaboradores. Quando se sentem valorizados, apoiados e motivados, eles tendem a ser mais produtivos, engajados e satisfeitos. Portanto, se atentar a esse tema é essencial para o sucesso de uma organização como resultado da interação entre gestores, funcionários, estagiários e aprendizes.

 

O clima saudável no trabalho

 

Esse aspecto é caracterizado por vários fatores. Em primeiro lugar, é importante haver comunicação clara e aberta entre os membros da equipe e a liderança. Isso faz os colaboradores expressarem suas ideias, preocupações e sugestões, promovendo confiança e transparência. Além disso, estabelece o respeito mútuo e a colaboração entre os colegas. A diversidade de pensamentos, experiências e habilidades é valorizada e utilizada como uma vantagem competitiva. Assim, tendem a atuar melhor, compartilhar conhecimentos e seguir rumo aos objetivos.

Outra questão é o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Todos devem ter tempo adequado para descanso, lazer e cuidado próprio. Iniciativas como horários flexíveis, licenças parentais e programas de bem-estar são algumas opções. A motivação e o reconhecimento também são essenciais. Os integrantes precisam se sentir valorizados e contribuintes para o sucesso da organização. Incentivos, elogios e oportunidades de desenvolvimento podem ajudar nesse sentido.

Empresas com esse pensamento têm maior probabilidade de reter talentos, atrair novos candidatos qualificados e melhorar a reputação no mercado. Além disso, contribuem para a redução do estresse, do absenteísmo e do conflito interpessoal, impactando positivamente a performance geral da equipe e a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos.

O quiet quitting se torna cada vez mais comum

 

A origem desse fenômeno remonta à China, onde funcionários exaustos e sobrecarregados em todo o país passaram a questionar se o trabalho vale a constante deterioração de sua saúde. Lá, foi chamado de "tang ping" ou "deitar". Assim, todos fazem apenas o “plano”, nem mais e nem menos do determinado. Curiosamente, essa palavra em chinês, também significa pacífico e harmonioso.

No início de 2022, um vídeo do TikTok popularizou o termo "quiet quitting" (desistência silenciosa) e se espalhou pelas redes sociais, tornando-se sinônimo de estabelecer limites saudáveis, dependendo de quem comenta. No entanto, a expressão é um grande equívoco. “Quem opta por não se esforçar além do esperado ainda está cumprindo com suas obrigações, fazendo a atividade pela qual é remunerado. Ele não parou de trabalhar e a qualidade da entrega não mudou. A maioria ainda mantém o interesse em seus empregos. Em outras palavras, eles não desistiram”, comenta o jornalista Adriano da Silva Santos.

Em um ambiente de negócios voltado para o lucro, muita gente oferece além de suas demandas. Quando esses funcionários repentinamente deixam de fornecer a carga extra, o empregador fica insatisfeito, pois agora precisará pagar mais para obter o mesmo  resultado. “Essa reação é compreensível, pois é da natureza humana recuar quando algo recebido gratuitamente é abruptamente retirado. No entanto, quando esse "algo" gratuito é a energia de outra pessoa, sem receber nada em troca, é difícil justificar a retração”, ressalta Santos.

Capacitar o time pode ser uma solução

 

Conforme uma pesquisa realizada pela Robert Half, o Brasil apresenta a maior taxa de rotatividade de funcionários do mundo. Os dados foram obtidos a partir do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged. O país registrou um aumento de 56% no turnover, superando nações europeias como Reino Unido (43%), França (51%) e Bélgica (45%).

Especialistas do setor destacam os principais motivos para isso: a baixa qualidade do ambiente e fatores econômicos. Muitas companhias não oferecem remuneração atrativa para acompanhar o aumento de responsabilidades da equipe, além da falta de benefícios, bônus e oportunidades de promoção. Ademais, a deficiência no desenvolvimento das habilidades, devido à lacuna de competências, torna alguns indivíduos mais atraentes e cobiçados por concorrentes.

De acordo com o Novo Caged, do Ministério do Trabalho, nos últimos três anos, o número de admissões diminuiu 9,6%, enquanto as demissões subiram 10,5%. Ou seja,  além de mais pessoas serem desligadas, menos tiveram a oportunidade de encontrar novos empregos. Para a diretora executiva na TETO Brasil, Camila Jordan, entre as principais estratégias para reduzir esse movimento, estão a competitividade dos salários, uma liderança eficaz para os colaboradores expressarem suas preocupações e desconfortos, entre outros. "Muitas organizações não estão dispostas a escutar seu time. Uma coisa é certa: quando os indivíduos não se sentem ouvidos, não têm espaço para crescimento e participação ativa, acabam saindo, porque não se identificam com a cultura do local", ressalta.

O professor de Liderança e Comportamento Organizacional na Saint Paul, Bruno Andrade, ressalta a importância de as corporações promoverem oportunidades de progressão de carreira para seus membros como uma estratégia de retenção. "Quando a empresa é o lugar para aprender, se desenvolver e realizar com atividades interessantes, há uma alta probabilidade de permanência", explica. Para ele, as bolsas sociais são ferramentas poderosas para esse fim, pois transmitem a mensagem de auxiliar na evolução. "Quando o sujeito recebe uma bolsa de estudos do seu emprego, tem a convicção de ser prestigiado", afirma.

Para a diretora executiva, todos saem ganhando. "Passamos a maior parte do nosso tempo no trabalho, então esse local deve despertar curiosidade, desafio e, principalmente, ser estimulante". "Ao desenvolver os integrantes, os empreendimentos também estão se fortalecendo. Afinal, as empresas são feitas de pessoas. Com esse estímulo, elas tendem a melhorar os processos", conclui.

 

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