Em pleno século XXI, ainda existem incontáveis disparidades entre grupos sociais por todo o globo. Infelizmente, essa realidade também afeta o ambiente laboral, marcado por índices e perfis desproporcionais com uma sociedade igualitária. Apesar dos avanços nos últimos anos, diversos desafios ainda são enfrentados por essa parcela populacional, Fica nítido, portanto, a necessidade de rever certas condutas e investir cada vez mais na inclusão em vários quesitos. Sendo assim, compreenda a importância de transformar esse cenário no mundo corporativo!
A pluralidade e tecnologia devem ser aliadas!
Conforme dados divulgados, em 2022, pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), a presença de pessoas com deficiência, mulheres e negros no mercado ainda é diminuta. Enquanto isso, 24% dos brasileiros possuem algum tipo de limitação física ou motora, ocupando somente 0,8% das vagas no segmento tecnológico. Quando falamos sobre o gênero feminino (51% da população do país), elas representam apenas 20% dos especialistas nessa área.
Um grande exemplo disso é o setor de Tecnologia da Informação, carente de uma equipe mais plural e com participação das minorias. “Percebemos como as empresas estão mais abertas para contratação de pessoas de qualquer sexo, cor ou identidade de gênero nos últimos anos. Já tivemos casos inclusive de vagas específicas para mulheres, negros ou pessoas trans. O mais importante é a adaptação à cultura corporativa e os requisitos técnicos para preenchimento da vaga”, destaca Christina Curcio, CEO da Icon Talent.
De acordo com um estudo da consultoria McKinsey, corporações com maior diversidade de gênero e etnia têm maiores chances de superar seus concorrentes no rendimento financeiro. Para melhorar esse contexto, as companhias de tecnologia precisam adotar algumas estratégias, tais como programas de capacitação, treinamento, equidade salariais e incentivar a pluralidade na cultura organizacional.
Nessa conjuntura de intensas inovações com o espaço virtual, é indispensável voltar os devidos esforços para uma adaptação eficiente a essa nova era. “As empresas valorizadoras da diversidade e promotoras de uma cultura inclusiva tendem a ter uma equipe mais criativa, inovadora e produtiva, além de ter maior facilidade em atrair e reter talentos qualificados. Promover isso não apenas traz benefícios para a entidade, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa”, reforça Christina.
A acessibilidade precisa estar em dia!
Ano após ano, o mundo dá novos passos rumo à digitalização. Nesse processo, a pandemia foi uma grande catalisadora das transformações, mudando completamente a rotina da população tanto nos momentos de lazer quanto de trabalho. No entanto, a acessibilidade ainda é um empecilho para algumas pessoas, carentes de um domínio sobre os sistemas, sites, aplicativos ou redes sociais.
Portanto, torna-se cada vez mais pertinente a disponibilização de conteúdos e aplicações mais intuitivas e ágeis para o público. “A acessibilidade tem por objetivo quebrar barreiras digitais, com o conceito de criar um ambiente favorável para pessoas com deficiência, idosos, cidadãos com baixo letramento, dislexia, TDAH e até mesmo estrangeiros não habituados com as linguagens das plataformas”, comenta Leandro Leis, Head of QA Engineering Brazil do Grupo GFT.
Segundo o Censo Demográfico do IBGE, há pelo menos 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, sendo fundamental a contemplação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015). Como principal objetivo, o regulamento pretende assegurar e promover condições de igualdade no exercício de direitos dos pertencentes a essa classe, indo desde acessibilidade virtual até práticas de conscientização da sociedade.
Não obstante, as ações de cunho ambiental, social e de governança (ESG) estão em alta dentro do mundo corporativo, abrangendo cada vez mais segmentos. “Equipes e áreas empresariais, bem como, organizações trabalhando em prol da acessibilidade e, até mesmo, corporações dedicadas a esse segmento têm contribuído e alavancado o tema, no qual ainda precisa de muito incentivo e investimento para crescer e impactar positivamente um número maior de pessoas”, ressalta Leis.
Conte com times multidisciplinares!
Antes de tudo, a inclusão não deve ser entendida como um diferencial ou algo a mais a se oferecer, mas sim, como uma necessidade de facilitar o acesso à informação e oportunidades para todos os públicos. De forma estratégica, é possível desvendar as melhores maneiras de ampliar os serviços e materiais para atender o máximo de pessoas. Essa movimentação pode impactar positivamente os trabalhadores com maiores possibilidades, assim como os escritórios com mais personalidade e ética.
Nesse sentido, é essencial ir além das cotas e dar mais notoriedade para diferentes lideranças e iniciativas. Com a diversificação dos colaboradores, essa meta torna-se tangível. Assim, é viável debater o tema, além de atuar de maneira mais consultiva e colaborativa com times multidisciplinares. Isso potencializa o compartilhamento de experiências e auxilia na orientação dos caminhos a serem seguidos em cada carreira. “Ao incorporar a acessibilidade desde a prototipação até as etapas de desenvolvimento e testes, o projeto consegue ser acessível até a experiência final aprovada pelo público”, conclui o Head of QA Engineering Brazil do Grupo GFT.
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