Segundo um levantamento realizado pela Exec, consultoria especializada em Executive Search, a média de admissões de mulheres para cargos de liderança em 2022 foi de 32%, contra 68% de homens com o mesmo perfil. Longe de ser um índice equilibrado, o caminho para a equidade de gênero vem sendo traçado pela sociedade, inclusive, o mundo corporativo tem voltado o seu olhar para essas condutas. Portanto, entenda a relevância da discussão constante sobre o espaço conquistado por elas ao longo dos anos!
O espaço conquistado pelas mulheres
Nos últimos tempos, houve um crescente interesse social a respeito de temas ligados à igualdade entre os gêneros e promoção da liderança feminina no ambiente corporativo ainda majoritariamente masculino. Não obstante, essa minoria quantitativa permanece enfrentando uma série de desafios para se inserir e ascender no mercado de trabalho.
De acordo com a 5ª edição da pesquisa “Mulheres na Liderança”, essa é a pauta de destaque quando o assunto é diversidade, sendo um ponto trabalhado por 98% das empresas. “Quando iniciamos a pesquisa, em 2019, menos da metade das participantes tinha um setor para diversidade e inclusão e agora, cinco anos depois, mais de três quartos delas contam com uma área específica e apartada do RH, reportando direto ao CEO. Isso demonstra um progresso muito grande, do ponto de vista estrutural, sobre como as empresas têm olhado com seriedade”, pontua Silvia Fazio, presidente da WILL.
Nesse sentido, a conscientização vem ganhando espaço como uma ferramenta para a redução dos gaps entre homens e mulheres. Inclusive 88% das organizações levantadas investem em iniciativas para a sensibilização dos colaboradores, enquanto 48% oferecem treinamento sobre vieses inconscientes e preconceitos nesse quesito.
Logo, é necessário ir além do campo teórico e colocar em prática as concepções éticas da atualidade. “Há um avanço aqui, principalmente em relação a atrelar o aumento da equidade à performance da liderança, mas ainda estamos longe do ideal. Sabemos como o exemplo contribui muito para moldar a cultura, trazendo o tema para a agenda e dia a dia de cada membro da organização”, completa Fazio.
As mulheres e seus múltiplos papéis na sociedade!
No Brasil, não faltam mulheres qualificadas para ocuparem cargos de liderança. Apesar dos grandes avanços nos últimos anos, elas ainda enfrentam vários problemas para se colocar e alcançar os mais altos níveis no ambiente laboral. Isso acontece porque, muitas vezes, esse grupo precisa se esforçar ainda mais para conquistar espaço na sociedade patriarcalista na qual estamos inseridos.
No contexto atual, é indispensável estar consciente das diferentes realidades entre os gêneros e adotar medidas para tornar esse cenário o menos injusto possível. “A criação de um ambiente respeitoso é uma das premissas da companhia e a base de todo o trabalho das práticas de D&I (Diversidade e Inclusão), todos devem se sentir seguros independente de gênero, raça, religião, orientação sexual, etc”, comenta Viviane Besani, Diretora Executiva de Gente & Gestão da BNP Paribas Cardif no Brasil.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres sofrem muito mais de depressão se comparado com os homens, totalizando uma porcentagem de diagnósticos de 70% contra 30%, respectivamente. Nesse fragmento, as jovens, grávidas ou em período pós-parto (puerperal) e idosas compreendem a maioria das pessoas com a condição, chegando à incidência 150% superior ao sexo masculino.
Nesse cenário, percebe-se como o bem-estar pessoal impacta diretamente o profissional. Além das questões genéticas e hormonais propensas aos transtornos mentais, o agravante dessa condição possui uma origem social e cultural: a gigante carga emocional depositada naquilo esperado por elas pelo simples fato de serem mulheres. Logo, as demandas excessivas com a maternidade e cuidado com o lar são extremamente prejudiciais em meio ao novo contexto do mundo corporativo cada vez mais feminino.
Afinal de contas, elas são as principais responsáveis pela educação e acompanhamento dos filhos, assumindo um importante papel no seu desenvolvimento. “Quando queremos aumentar esse número dentro de uma organização, quanto mais mulheres tivermos, mais mostramos como o caminho é real. Por isso, é fundamental adotarmos mais flexibilidade nas jornadas e entender como elas têm esse acúmulo de funções. Isso tem favorecido a sua permanência nas organizações e o almejo de alçar voos maiores dentro das companhias”, ressalta Viviani.
A equidade de gênero é prioridade!
Hoje em dia, é possível fazer uma união de esforços envolvendo as empresas, estado e sociedade civil a respeito da diversificação do ambiente de trabalho. Com o fácil acesso à informação na era tecnológica, a trajetória educativa dos cidadãos tem feito parte de seus projetos de vida para, assim, ampliar as oportunidades e protagonismo de pessoas talentosas.
Em suma, ter mais lideranças femininas dentro das entidades é um desafio no qual precisamos vencer todos os dias. Seja qual for a área de atuação, é significativo implementar as práticas e ferramentas de denúncia, comunicação de valores de não-discriminação e ações com foco na sensibilização, como treinamentos, eventos e palestras. A partir dessa cultura organizacional, o reconhecimento desse grupo é garantido!
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