A utilização de expressões de cunho racistas é algo impregnado em nosso cotidiano e acabamos falando até mesmo sem a intenção de usá-las. Frases, muitas vezes, não tão explícitas, mas com amplo significado por trás do termo empregado, podem ser causadoras de desigualdade, violência e preconceito para com a população preta.
Podemos analisar, nesses casos, a falta de entendimento em cima de reproduções, em sua maioria, devido ao enraizamento do uso diário, o qual perpassa por gerações. Segundo a gerente da SEDH (Secretaria de Direitos Humanos), Edineia de Oliveira, isso acontece pois: “foi algo naturalizado. Por exemplo, falar é ‘coisa de preto’ tem o sentido de algo ruim. Com o conhecimento, algumas pessoas podem retirar essas palavras de seu vocabulário, mas outras continuarão usando conscientemente. Infelizmente, apenas quando isso se tornar crime e não apenas injúria racial, então pode haver alguma mudança efetiva”.
Dessa maneira, devemos aprimorar nossa linguagem, buscando meios de impedir tal linguajar, substituindo por outras variáveis. Além disso, é cabível parar e analisar cada uma dessas sentenças, a fim de entender quais as concepções delas, compreendendo a história e conceito.
Pensando nisso, o Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) trouxe dez vocábulos para serem excluídos do cotidiano e, consequentemente, ter discursos mais corretos e sem ofensas em suas entrelinhas. Dessa forma, cria-se um clima positivo no mundo corporativo e na sociedade.
Conheça dez termos racistas para parar de usar!
Se parar de ser racista em alguns dizeres, mesmo sem querer, é o seu objetivo, continue na página e aproveite para conhecer locuções para eliminar do seu discurso.
"Cor de pele":
É representada por cores de lápis com tons mais rosados ou bege, se referindo apenas a uma parte da população e excluindo totalmente outra, algo fora da representação do povo brasileiro. Conforme a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), 53% da população se considera parda ou negra. Então, vale a pena reconsiderar, não é mesmo?
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"A dar com pau":
Surgiu na travessia dos escravizados para nosso continente. Nessas viagens, eles preferiam passar fome, não se alimentando. Então, os escravocratas utilizavam um "pau de comer", abrindo a boca deles e colocando comidas como, angu, sopa e outras mais líquidas, obrigando-os a se manterem fortes para o trabalho braçal. Segundo o Dicionário inFormal, é utilizada para referenciar algo em excesso ou grande quantidade.
Por exemplo: o evento foi o maior sucesso, teve gente a dar com pau!
"Meia tigela":
Antigamente, os pretos trabalhavam em minas de ouro e tinham metas a serem batidas, as quais, muitas vezes, eram impossíveis de se alcançar. Dessa maneira, como punição em seu horário de almoço, recebiam apenas "meia tigela" para se alimentar e passar o restante do dia, não suprindo suas necessidades básicas.
Atualmente tem o seguinte sentido: algo sem valor, medíocre.
"Mulata":
Essa locução ainda é muito empregada em nossas orações. Referindo-se ao filhote do cruzamento de cavalos com jumentas. Com uma carga altamente pejorativa, principalmente quando dito “mulata tipo exportação”, a qual traz também uma visão da mulher como mercadoria.
Além disso, o elemento traz à ideia de objetificação do corpo feminino negro.
"Cor do pecado":
Esse ainda é um dito muito popular, associando-se ao imaginário da mulher madura, sensualizada, sarada e pele brilhante. Mesmo sendo empregada como um "elogio", não é algo positivo de ser ouvido. Além disso, "pecado" é um termo visto em pautas religiosas, se referindo a atos considerados errados.
"Ter um pé na cozinha":
Remete ao período de escravidão, no qual os empregados podiam ficar apenas na localidade da cozinha. Outro relativo a este é "ter um pé na senzala", também referindo-se ao mesmo sentido.
"Cabelo ruim":
Usada pejorativamente ao cabelo afro, juntamente com "mafuá", "carapinha" e muitos outros relacionados. Todos com o intuito de causar desconforto e afetar a autoestima dos indivíduos por terem fios capilares diferentes.
"Não sou tuas negas":
Tal afirmação atinge o público feminino como "qualquer uma" ou até mesmo "de todo mundo". Mais uma vez, traz um estereótipo de objetificação perante a sociedade, como se fosse um ser cujo pudesse fazer de tudo e, literalmente, como bem entenderem, tanto em atos verbais quanto corporais, satisfazendo desejos sexuais.
Além de uma profundidade extremamente racista, também é carregado por muito machismo.
"Amanhã é dia de branco":
O ditado tem vários significados, de acordo com explicações, ele se remete aos seguintes fatos:
- Alusão ao uniforme da marinha;
- A nota de mil cruzeiros, com o Barão de Rio Branco;
- Remete a trabalhar e/ou ganhar dinheiro.
Assim, essa última afirmação se tornou algo para inferiorizar os negros, como se apenas quem tem pele clara pudesse ser remunerado de maneira digna.
"Criado-mudo":
Este verbete se refere ao móvel utilizado do lado da cama, como apoio para objetos e decorações. Entretanto, na época da escravidão, quando surgiu, era aplicado aos escravos da casa grande, pois ficavam em pé, ao lado dos seus senhores, com uma bandeja para segurar coisas, sem atrapalhar nem interferir na vivência.
Leia mais: a representatividade deve acontecer na prática, não apenas em teoria.
Portanto, podemos verificar tais linguagens sendo utilizadas sem considerar a ideia por trás delas. Ou seja, podem ser repassadas sem a pretensão de magoar alguém, mas são bem ofensivas, devido aos problemas trazidos acima. Esperamos ter passado um conteúdo relevante para você, trazendo novos valores, conferindo a associação de falas como algo muito negativo e prejudicial para bastante gente, além de entender sobre como tais termos podem soar erroneamente para boa parte da população.
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