A nova geração atingiu a idade de ingressar no mercado de trabalho e cada vez mais conquistarão seu espaço nas corporações. No entanto, esse grupo possui grandes particularidades em suas personalidades. Por isso, é fundamental os gestores se atualizarem para recebê-los. Para essa transição ser bem sucedida, um aspecto é essencial: a educação dos mais novos.
Algumas características devem ser desenvolvidas atualmente
Se nos dias atuais vivemos em meio a um bombardeio digital de informações, com impacto direto na produtividade e foco, exigindo organização, pensamento crítico e autogerenciamento, nos próximos anos como será? Quando essas crianças da Geração Alpha (nascidos a partir de 2010) e jovens da Geração Z (nascidos entre 1996 e 2010) estiverem todos no mercado de trabalho?
São milhões de brasileiros crescendo em pleno Mundo BANI, conceito criado em 2018 pelo antropólogo Jamais Cascio. A sigla em inglês traz as iniciais das palavras Brittle, Anxious, Nonlinear e Incomprehensible. Em português, significam frágil, ansioso, não linear e incompreensível. A realidade é imprevisível e coloca a saúde mental no paredão o tempo inteiro. “A vida atualmente parece um stories do Instagram. A cada 24 horas muda o destaque, tem a velocidade dos vídeos do TikTok e, em um piscar de olhos, pode nos transformar em avatares na realidade virtual do Metaverso”, comenta a diretora geral das Escolas Lumiar, Graziela Miê Peres Lopes.
Esse cenário intenso e em constante movimento causa uma reviravolta na forma de aprender dos adolescentes. As escolas não podem mais se limitar à estática dos livros e aos ensinamentos compartilhados por professores em sala de aula. “É necessário incorporar as infinitas possibilidades de interagir com o conhecimento e, ao mesmo tempo, instrumentalizar os jovens para serem capazes de aproveitar as tecnologias emergentes com responsabilidade e consciência, utilizando-as para atuar na sociedade de forma significativa”, explica Graziela.
Além disso, para gerar impactos positivos no mundo contemporâneo, não basta ter contato com um grande volume de informações, é preciso possuir uma série de habilidades bem desenvolvidas, como por exemplo fazer uma boa gestão do tempo, ser capaz de se autorregular e demonstrar resiliência e criatividade diante de situações não previstas. É uma verdadeira desconstrução de paradigmas e mudança de pensamentos.
Com isso, o grande desafio do sistema educacional é oferecer uma rotina dinâmica, utilizando metodologias para promover o engajamento dos estudantes e permitir uma aprendizagem contextualizada. Essa atualização é essencial para proporcionar oportunidades reais de desenvolvimento das competências, tanto socioemocionais quanto cognitivas, necessárias para lidar com o mundo real.
Também existe um choque etário entre gestores, professores e alunos. Isso pode desencadear uma certa resistência em romper padrões tradicionais. Porém, não se trata de julgar se dar esse passo é bom ou ruim. “Essa evolução é um caminho sem volta para as instituições com desejo de manter o interesse dos discentes e garantir a preparação deles para encarar os desafios da atualidade”, acrescenta a diretora.
De acordo com levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, esse movimento de modernização é essencial. Estudantes de 15 anos apresentam níveis de curiosidade e criatividade inferiores aos de 10 anos, sugerindo uma perda dessas características quando entram na adolescência. Embora os fatores de desenvolvimento de cada país sejam diferentes, segundo o estudo, a causa principal é o modelo obsoleto dos colégios.
Atividades além dos limites físicos da instituição, ampliando o repertório curricular a partir dos acontecimentos diários na sociedade e construídas com a participação também dos jovens são fundamentais. “Há quantos anos estamos repensando os modelos de liderança nas empresas e desconstruindo formatos rígidos e autoritários. Gestão mais ágil e horizontal funciona melhor para o cenário atual? As pessoas são contratadas pelas hard skills e demitidas pela falta de soft skills. Já passou da hora de compreendermos os novos tempos e é necessário oferecermos essa capacitação aos mais novos por meio da aprendizagem significativa, contextualizada, dinâmica e prazerosa”, ressalta a especialista.
Para ela, o caminho para desenvolver as áreas do pensar, pesquisar, criar, sentir, expressar, conectar, observar, mover e agir não se encontra nas páginas dos livros analógicos. “Está no convívio e na experimentação do conhecimento na prática e na liberdade de ideias para aflorarem suas aptidões conforme seus interesses e necessidades. É como se diz no popular: devemos ensinar a pescar, não adianta dar o peixe. Afinal, amanhã o fluxo do rio será outro e os ensinamentos de hoje se tornarão ultrapassados”.
O papel da tecnologia na educação
Um novo universo toma conta dos debates sobre educação. Depois da tecnologia se tornar aliada chave, é preciso preparar os futuros profissionais para lidar com essa grande oferta de recursos na construção de um mundo mais humano e acolhedor. Aí entra a Educação 5.0. Ela propõe o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, preparando melhor o cidadão para lidar com os obstáculos da vida.
É necessário fomentar o senso crítico, a autonomia, o uso consciente e apropriado, ético, reflexivo e criativo das ferramentas digitais. Isso deve ser aplicado desde os primeiros anos. “Nesse processo, o professor deve desenvolver novas competências para aprimorar a jornada pedagógica e inserir novos elementos com intuito de criar estímulos cognitivos diferenciados”, diz o CEO do programa De Criança Para Criança, Gilberto Barroso.
Desde o letramento, o educador deve estar sempre atento. O incentivo à leitura, para despertar a imaginação, criatividade e elaboração de um repertório, continua sendo fundamental. Não importa se ele vai ler um livro impresso ou usar celular, tablets e outros aparelhos. Essa atividade possibilita a construção de pontos como: autoconhecimento, memória, atenção, autoconfiança e o engajamento educacional.
Criar o hábito da leitura fomenta o questionamento, principalmente no mundo atual, cheio de informações, verdadeiras ou não. “Com toda certeza, um estudante com uma base cultural desenvolvida, terá grandes vantagens ao resolver problemas complexos pautados no pensamento crítico”, destaca Barroso.
Para o funcionamento dessa equação, são necessárias ações efetivas. A escola precisa estar aberta a mudanças não somente em sua estrutura física, mas curricular também. As novas gerações já estão inseridas nesse contexto de transformações. O principal é escutá-las e observar quais são seus interesses. “Com esse exercício, poderemos ser surpreendidos com a escolha dos pequenos em atividades fora do contexto tecnológico e futurístico”, complementa o CEO.
Portanto, a educação dos mais novos é determinante para a formação dos futuros profissionais. Em nosso site são publicados conteúdos todos os dias sobre o mundo corporativo. Se você está em busca de um estagiário ou aprendiz para fortalecer ainda mais o seu negócio, entre em contato com o Nube!
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